- Denzel é apresentado como um homem comum, mas não totalmente comum: ele é responsável, trabalhador, organizado, culto, generoso, querido pelos amigos. O prólogo estabelece ele como um cara forte e confiável.
- Legal o diálogo dele com a prostituta. Passamos a vê-lo como um homem triste, que deve ter passado por alguma experiência traumática no passado, e agora vive no piloto automático, apenas seguindo sua rotina, mas sem curtir a vida de fato. A plateia sente que ele poderia ser muito mais do que está demonstrando - e agora a gente quer ver esse "muito mais".
- Interessante o conceito. Ele é meio que um Batman - um cara íntegro fazendo justiça com as próprias mãos.
- Conflito simples entre bem e mal. Os vilões são extremamente caricatos (mafiosos russos mal-encarados com caveiras e demônios tatuados pelo corpo - falta só um tapa-olho e uma cicatriz na bochecha!).
- SPOILER: Cena em que vemos o Denzel matando todo mundo pela primeira vez: que absurdo, ele não tem esse direito!!! Uma coisa é fazer justiça, outra é sair por aí matando todo mundo que não esteja de acordo com a lei - e ainda sem ter grandes provas contra as vítimas. Ele perdeu boa parte da minha simpatia agora. Não é um filme sobre valores, sobre justiça, está parecendo mais uma desculpa pra mostrar machões dando porrada... Um culto à violência (o roteirista é o mesmo de Mercenários 2 - o que explica muita coisa).
- Assim como o Batman, falta uma motivação melhor pra ele querer fazer justiça. O que ele de fato ganha com isso? Parece que é só pra descarregar sua raiva da humanidade.
- Habilidades dele são muito forçadas! Uma coisa é um filme como Missão: Impossível, onde a gente já espera coisas exageradas e pouco realistas. Outra coisa é um filme sombrio e violento que quer se passar por sério. E como ele está sempre com tudo sob controle, a gente nem vibra muito... Ele parece invencível, incapaz de qualquer erro.
- SPOILER: O final parece inspirado em Esqueceram de Mim (McCall = McCallister????). Mas não estou achando divertido ver o Denzel torturando os criminosos com suas armadilhas. Parece que ele sente um prazer sádico em matar (e o espectador também). É diferente de quando o protagonista está agindo em auto-defesa apenas - e quando o filme constrói vilões realmente detestáveis, o que não acontece aqui, por serem personagens tão caricatos.
CONCLUSÃO: Pouco original mas dirigido com energia e competência. Infelizmente, o caráter questionável do protagonista diminui o aproveitamento da história.
(The Equalizer / EUA / 2014 / Antoine Fuqua)
FILMES PARECIDOS: Invasão a Casa Branca, Os Mercenários, Busca Implacável, O Fim da Escuridão, Dia de Treinamento.
NOTA: 6.0
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