- Produção grandiosa e atores famosos dão um senso de "importância" pro filme que prende a atenção até certo ponto.- História muito pouco envolvente / empolgante. O filme tem vários protagonistas, mas nenhum muito carismático, e nenhum com um desejo ou um objetivo muito forte... Como espectador eu não quero aguardar 2 horas só pra ver uma batalha no final (e o fato de serem 5 exércitos não torna a coisa 5 vezes mais interessante).
- Não entendo muito bem de quem é o ouro, o que pertence a quem, quem está certo e quem está errado... Isso prejudica o envolvimento.
- Cenas de ação parecem completamente irreais e por isso não têm efeito. Fica tudo com cara de video game - um mundo onde as leis da física não existem.
- Detesto quando o dinheiro (nesse caso, o ouro) é o grande vilão do filme. Os personagens negativos todos desejam o ouro... E os bons só querem saber do lar, dos amigos, de cumprir seus deveres, etc.
- SPOILER: Falta um vilão forte! O rei já era um vilão fraco (pois estava "possuído" pela ganância - não havia um conflito moral sério). Agora que ele passou pro lado do bem, os vilões são apenas esses Orcs que não têm personalidade.
- A trilha sonora tem alguns bons momentos... Gosto quando surgem sutilmente os temas do anel, do Hobbit, etc...- Clichês: muitas cenas onde o personagem está prestes a ser morto por um vilão, e daí um amigo aparece no último segundo e golpeia o vilão pelas costas! Alguém preocupado em entreter não repete a mesma cena diversas vezes no filme e espera que ela tenha algum impacto.
- O filme todo parece um exemplo de "classicismo": o cineasta segue todas as regras da "Jornada do Herói" (como George Lucas fez em Star Wars), e acha que isso irá automaticamente produzir um filme excitante e dramático, "livrando" ele de ter que entender o que faz uma boa narrativa.
- SPOILER: Nada muito surpreendente, mas legal a conexão com O Senhor dos Anéis na última cena.
CONCLUSÃO: Parte técnica impressiona, mas não há uma história envolvente, personagens fascinantes - falta entretenimento e emoção.
(The Hobbit: The Battle of the Five Armies / Nova Zelândia, EUA / 2014 / Peter Jackson)
FILMES PARECIDOS: Malévola / As Crônicas de Nárnia (série) / Transformers (série) / Piratas do Caribe (série)
NOTA: 4.0
8 comentários:
Muitos desses defeitos já vem dos livros de Tolkien, onde os vilões realmente aparecem pouquíssimo e quase que só sabemos que são vilões pelo que dizem os heróis, que também são bastante apagados. O famoso crítico Edmund Wilson já apontou esses defeitos na sua resenha "Oh, aqueles horríveis orcs!", traduzida neste blog:
http://andrelrmpereira.blogspot.com.br/2010/08/oh-aqueles-horriveis-orcs.html
Não conheço esse crítico... vou dar uma olhada no texto! Mas realmente, o problema já deve vir do livro (que eu nunca li). De qq forma, ao adaptar pro cinema, o roteirista e o diretor podem melhorar a narrativa, tornar a história mais cinematográfica.. não dá pra inocentá-los totalmente, hehe.
Reescrever Tolkien seria difícil, porque ele tem uma legião de admiradores altamente fanáticos que boicotariam um filme que mudasse muito o enredo.
Bom.. Nesse contexto, a única saída para o filme seria eles ser fraco mesmo, heheh.. Mas isso ainda não tira a culpa dos cineastas, pois eles podiam sempre ter escolhido fazer um outro filme em vez desse, rsss.
Concordo que não é um grande filme, mas acho que os parâmetros para se avaliar tanto a trilogia do Senhor dos Aneis quanto agora o Hobbit são necessariamente outros. Não sou fanático pelos livros, mas entendo que são (em especial SDA) uma parte fundamental do imaginário contemporâneo -- alguém já disse que o Tolkien está para o século XX como os Irmãos Grimm estavam para o XIX. É claro, um filme deve ficar de pé por si só, mas neste caso a referência à obra de origem é inevitável. O Hobbit, ao contrário do SDA, é um livreto pra criança, uma fábula heróica, e o roteiro trouxe novos elementos mais adultos, de drama, violência e romance - o que eu acho melhorou muito a história, mas rendeu a Peter Jackson protestos de "traição" dos fãs hardcore. Também acho que o filme acerta no tom "tolkiano", nobre e elevado, que é uma coisa muito específica, um sentimento meio nostálgico de que algo nos escapa à compreensão, porque aquilo tudo pertence a um tempo e a um espaço longínquos... Eu prefiro de longe a primeira trilogia, mas achei o Hobbit, e este último filme especialmente, um ótimo entretenimento, e com algumas cenas e imagens belas e marcantes: a morte do dragão, a luta sobre a cascata congelada, as encenação da grande batalha final, a amizade leal entre o Bilbo e o Thorin... Merecia um pouco mais que 4,5, vai!
Acho que quem leu os livros acaba tendo uma relação diferente com o filme né.. criando um pouco mais de apego pelo universo, etc.. Eu to julgando de uma maneira mais "fria", vendo apenas como 2 horas e meia de projeção.. um filme do Peter Jackson que apresenta certas qualidades cinematográficas e projeta certos valores..
Caio, engraçado os filmes que você colocou como parecidos e nem listou os dois Hobbit anteriores e a Trilogia do Anel. Mas fez questão de listar a série Transformers. huehuehue
Rssss.. É que quando o filme faz parte de uma série, às vezes eu não vejo necessidade de comparar com os outros da mesma série, pois é meio óbvio pro leitor. Não quis dar a entender que esse é tão pior que os outros que cai em outra categoria de filme, hehe.
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