- Mãe completamente doida! Existe gente assim? A relação dela com o filho é totalmente surreal, mas ao mesmo tempo divertida de assistir. Eles se gostam e se divertem juntos, e não têm nenhum tipo de filtro - falam o que pensam, fazem o que têm vontade, são livres de qualquer repressão (com consequências destrutivas, mas não deixa de ser fascinante de ver). Os atores são carismáticos e totalmente convincentes.
- Estilo de direção muito excêntrico e interessante! Incrível a autenticidade e liberdade artística do diretor. Até o formato 1:1 da tela é fora dos padrões. Mas não parece exibicionismo gratuito pois os personagens e o conteúdo das cenas são ricos. E além disso, faz sentido um filme sobre pessoas excêntricas ser contado de uma maneira excêntrica. A gente se sente no mundo deles.
- A loucura deles se torna tangível pois o filme está sempre colocando os dois em ambientes convencionais, interagindo com pessoas convencionais, o que cria o contraste certo.
- Chocante a briga do Steve com a mãe! O filme tem uma cara realista, mas ao mesmo tempo é escapismo, pois raramente vemos pessoas assim no dia a dia ou vivemos emoções tão extremas.
- Briga de Steve com a vizinha igualmente forte! Psicologicamente, é interessante uma mulher mais recatada (que tem dificuldade até de falar) se sentir atraída por uma família tão sem limites. A ligação emocional dela com Steve acontece depois que ela "explode" na briga e começa a falar a língua dele.
- Não há uma trama estruturada (o filme está mais pro Naturalismo), mas ele não se torna entediante pois, além do magnetismo dos personagens, há sempre coisas dramáticas e imprevisíveis acontecendo.
- Bonita a amizade que vai se formando entre Kyla e os dois (a cena da "selfie" que eles tiram, etc). Apesar dos temas pesados, o filme foca em relações positivas.
- Curioso ver várias referências "pop" num filme naturalista (Celine Dion, Esqueceram de Mim, etc). Pode ser sinal de Idealismo Corrompido no diretor. Ele está sempre flertando com o universo do entretenimento, mas resistindo à tentação de se tornar positivo.
- SPOILER: Várias cenas boas: a que Steve é humilhado no karaokê, a tentativa de suicídio no mercado, sequência em que a mãe sonha com o futuro do Steve. A entrega dele no hospital é fortíssima.
- SPOILER: Ambíguo o fim. Será que o menino vai se jogar pela janela? O que significa?
CONCLUSÃO: Filme denso, extremamente autêntico, com um show de atores, personagens e direção. Se tivesse uma narrativa igualmente inspirada seria ainda melhor.
(Mommy / Canadá / 2014 / Xavier Dolan)
FILMES PARECIDOS: ?
NOTA: 8.0
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