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- Gosto do casting. O filme tem uma preocupação em construir os personagens, os relacionamentos entre os protagonistas (por exemplo, a cena em que Miles Teller e Kate Mara conversam sobre música, etc).
- Acho legal que o filme começa com um ritmo mais lento, apresentando a história com calma e clareza, sem apelar de cara pra cenas de ação e efeitos especiais.
- O problema é que essa "introdução" não acaba nunca! O que deveria ter sido resumido em 20 minutos é praticamente o filme inteiro. O filme foca na construção da máquina, mas o que o público quer ver de fato é o Quarteto Fantástico em ação - não um drama científico sobre a invenção do teletransporte. Demora quase 1 hora até eles usarem a máquina pela primeira vez e irem pra outra dimensão. Isso é quase como ver um filme pornô sem cenas de sexo.
- SPOILER: Uma coisa interessante é que não é óbvio como o Quarteto será formado. Primeiro achamos que serão os 4 homens que vão pra outra dimensão, mas no fim o Victor fica pra trás, e a Kate Mara é que se torna a quarta integrante por acidente.
- Meio mórbido o processo de transformação dos personagens (o Miles Teller com os membros esticados, etc). Não tem um tom divertido, fantasioso - acaba parecendo algo médico, real, uma deformação física. Mas é uma abordagem interessante.
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- Escolha péssima do roteiro saltar 1 ano pra frente e mostrar os personagens já dominando os poderes, aparecendo na TV, etc. O filme ficou horas mostrando o desenvolvimento da máquina, e na hora que finalmente vai acontecer algo de interessante, tudo é resumido numa passagem de tempo!
- Faltam metas, conflitos, ação. O filme vira praticamente um drama sobre pessoas com problemas físicos. O único objetivo dos personagens agora é encontrar o Miles Teller que fugiu, e depois buscar a "cura" pras mutações deles. Não é uma história envolvente, não tem aventura, não tem humor... O filme vai contra tudo o que se espera de um filme desse gênero. Eu até simpatizo pela intenção de fazer algo diferente, de não querer ser apenas mais um filme clichê de super-heróis, mas ele não tem um roteiro bom o bastante pra funcionar apenas como drama e poder abrir mão de todo o lado "pipoca".
- O vilão surge só no finalzinho, mas daí já é tarde demais pra construir um conflito interessante. Até 1 hora e meia de filme a gente nem sabia que haveria um vilão na história!
CONCLUSÃO: Tentativa interessante de fugir dos clichês do gênero, mas o roteiro é mal estruturado e além de privar a plateia do que ela quer ver, não oferece nada de melhor em troca.
(Fantastic Four / EUA / 2015 / Josh Trank)
FILMES PARECIDOS: Wolverine: Imortal / Capitão América: O Primeiro Vingador / Hulk
NOTA: 5.0