NOTAS DA SESSÃO:
- O tema principal da trilha sonora é lindo! E que produção incrível! O visual parece de um filme dos anos 50 mesmo. Figurinos, direção de arte... Tudo impecável.
- Não há muita química entre as 2 mulheres - as personagens parecem distantes, como se estivéssemos vendo tudo de longe, sem enxergar as emoções de cada uma. São mulheres lindas, elegantes, mas como personagens não geram tanta empatia, pelo menos no começo.
- Outro problema é que não há muitos conflitos. As duas se vêem e já parecem imediatamente atraídas uma pela outra. Não há grandes conflitos internos, entre elas, e nem com a sociedade (não se cria um receio de alguém poderá descobrir que elas são lésbicas, etc.). Os próprios homens não representam grandes problemas. O único conflito real da história é a questão da guarda da filha, que é algo burocrático e não algo que nos prenda emocionalmente.
- A Rooney Mara é tímida, fechada, e sem muita personalidade. A Cate Blanchett às vezes se comporta como se fosse de uma vilã. Imagine um romance entre a madrasta má e a Cinderela. Não consigo imaginar algo físico entre essas duas. Elas não demonstram muita emoção, paixão. Nem assunto elas parecem ter. Elas ficam indo de encontro em encontro falando sobre banalidades do cotidiano sem grande interesse. Não acontece quase nada na história, o que torna a narrativa um pouco monótona.
- Elas não se beijam nem fazem sexo até uma hora e pouco de filme. Mas como elas não parecem ter grandes problemas com o fato de serem lésbicas/bissexuais, e já está claro que uma gosta da outra, não se cria um grande suspense em relação a isso. Quando elas finalmente vão pra cama, é apenas algo físico. Não representa uma transformação interna, uma decisão de alguma delas, algo significativo em termos de roteiro.
- Boa a performance da Cate Blanchett na cena em que ela concorda em dar a guarda da filha pro marido.
- SPOILERS: No final, tenta-se criar um suspense em relação ao romance mas não funciona totalmente. A Cate Blanchett se afastou da Rooney Mara só pra tentar recuperar a guarda da filha (algo que a Rooney iria entender perfeitamente). Em nenhum momento achamos que ela queria abandonar a relação. A Cate nem precisaria ter fugido no meio da noite na minha opinião. Não há um medo de rejeição na história, então essas idas e vindas das duas não têm tanto impacto. Ainda assim, é bonito o final feliz com as duas se olhando.
CONCLUSÃO: Produção linda com boas atrizes e um tema interessante, mas o roteiro não é dos mais bem desenvolvidos e emocionalmente deixa um pouco a desejar.
Carol / Reino Unido, EUA / 2015 / Todd Haynes
FILMES PARECIDOS: Direito de Amar / Longe do Paraíso / As Horas
NOTA: 7.0
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