NOTAS DA SESSÃO:
- A produção no começo parece barata. Quiseram colocar os personagens no festival de Cannes, em festas glamourosas, mas parece que eles não tinham dinheiro pra recriar essas locações de maneira convincente.
- Fábio Porchat e Gregório Duvivier funcionam muito bem e os dois têm uma ótima química (seria difícil errar nisso depois de tantos vídeos do Porta dos Fundos!).
- Divertida a maneira em que o filme zomba da cultura - a namorada ridícula do Fábio Porchat, etc. E muitas das piadas são "internas", pra pessoas que trabalham com roteiro, cinema, TV, que conhecem figuras do meio aqui no Brasil, histórias, fofocas, etc. O filme faz um equilíbrio legal entre piadas escrachadas que todo mundo entende e essas mais sofisticadas que apenas um ou outro irá pegar.
- Curioso que o filme tira sarro tanto dos filmes de arte pretensiosos e anti-comerciais, quanto dos filmes comerciais de baixa qualidade (interpreto isso como uma rejeição da dicotomia "arte vs. entretenimento", mas de repente eles só querem zombar de tudo e de todos).
- A história do contrato vitalício não parece tão fundamental pra trama. O Fábio Porchat parece estar fazendo o filme mais por causa da amizade do que por estar sendo forçado.
- Não gosto de comédias cheias de referências a atualidades e coisas regionais (piadas com Snapchat, Anitta, etc.). Torna tudo meio vulgar e descartável. Quem assistir ao filme em outro lugar ou época não vai ver nenhuma graça nessas coisas.
- A história vai ficando cansativa depois que começam as filmagens. Não dá pra acreditar que esse diretor realmente está produzindo esse filme, então o universo todo começa a ficar falso. Não dá pra embarcar na brincadeira. Não é como em Primavera para Hitler ou Saneamento Básico, o Filme, onde existe uma desculpa plausível pra uma produção tosca estar sendo feita. Estou mais curioso em saber o que houve com o Gregório Duvivier nesses 10 anos do que em acompanhar a produção do filme (embora algumas piadas sejam divertidas, como a da preparadora de elenco, o merchandising da "Oi", etc.). Essas filmagens renderiam uma boa sequência, mas não sustentam metade do filme.
- Não faz sentido essa transformação do personagem do Fábio Porchat no final. Ele tendo um surto, dizendo que virou um babaca, como se estivesse arrependido. Não é esse o arco do filme, se é que existe um. Ele é inocente, está apenas sofrendo nas mãos de pessoas malucas. Nada disso é culpa dele.
- A história do Gregório Duvivier usar o contrato vitalício pra parar o sangramento do Fábio Porchat também não faz sentido (prático ou simbólico).
- SPOILER: Final insatisfatório. Não ficamos sabendo qual o destino do filme (se acabou fazendo sucesso - o que seria uma cópia de Primavera para Hitler), também não ficamos sabendo da história dos aliens, etc.
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CONCLUSÃO: História fraca, mal contada, mas o filme serve como entretenimento passageiro por causa das diversas piadas e da química entre os atores principais.
Brasil / 2016 / Ian SBF
FILMES PARECIDOS: Entre Abelhas / Saneamento Básico, o Filme
NOTA: 5.5
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