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(Esta crítica está no formato de anotações - em vez de uma crítica convencional, os comentários a seguir foram baseados nas notas que fiz durante a sessão - um método que adotei para passar minhas impressões de forma mais objetiva.)
ANOTAÇÕES:
- Cômica a pretensão do diretor de colocar seu nome junto do título do filme ("Johannes Roberts' 47 Meters Down") como se fosse uma grande obra literária.
- O roteiro é muito básico, vai pelo caminho mais clichê e menos criativo possível: 2 belas garotas viajando no México decidem fazer algo perigoso, e obvio que dá tudo errado. O filme ainda cria uma motivação psicológica tola pra justificar o mergulho (Mandy Moore quer impressionar o ex-namorado que pensa que ela é chata) como se isso acrescentasse mais "camadas" à história.
- Se elas foram mergulhar justamente pra postarem fotos nas redes sociais, não faz sentido a menina pedir uma câmera emprestada pro cara do barco casualmente, no último momento. Ela já devia ter uma câmera própria.
- O filme não inventa nem uma razão especial pra jaula afundar... Algum tipo de erro humano, etc... O equipamento simplesmente é podre e o cabo de aço rompe assim que elas entram no mar, sem grandes motivos.
- Um pouco contraditório o equipamento de mergulho ser tão sofisticado a ponto de ter microfones pras pessoas conversarem embaixo d'água, sendo que toda a ideia é a empresa parecer meio clandestina, ter equipamentos velhos, pra justificar o acidente.
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- O "vilão" não é dos mais fortes - o filme não foca em 1 tubarão específico, não cria uma personalidade ameaçadora pra nenhum deles (como o Tubarão de 1975). São apenas animais selvagens aleatórios.
- São bobos esses jump scares onde o tubarão pula na tela do nada, mas daí acaba "errando a mira" e não come a heroína, só pra história poder continuar.
- Muitos filmes de terror hoje em dia acabam virando "estudos de sofrimento"... Mostram pessoas desesperadas, em situações horríveis, indefesas, e quanto mais elas gritam e se machucam, mais o filme acha que está impressionando. Em filmes como Tubarão ou Alien não era nada disso... A aventura era agradável pro espectador, por mais que fingisse se tratar de uma tragédia. Os protagonistas estavam geralmente no comando da situação, faziam a gente se sentir seguro, e se divertiam no processo... Os obstáculos eram apenas oportunidades pra exaltar as virtudes dos personagens, o objetivo principal não era o de provocar emoções incômodas na plateia.
- SPOILER: Desnecessário haver um segundo cabo de aço no barco e o cabo quebrar de novo assim como o primeiro.
- A ação vai ficando cada vez mais artificial. A menina "pescando" o tanque de oxigênio com o arpão, ou conseguindo erguer a jaula inflando o colete, ou conseguindo espantar os tubarões só com aquele sinalizador (digo "menina" pois desde que as 2 puseram as máscaras no começo do filme, eu não sei mais quem é a Mandy Moore e quem é a irmã - e o roteiro é tão superficial que não faz a menor diferença).
- SPOILER: Chato o clímax ter sido uma alucinação, justo o momento mais dramático do filme... O grande problema do filme é que ele trai o princípio da Objetividade. Quer apenas provocar sensações no espectador, mas sensações desconectadas de lógica, da realidade... Ele se reduz ao papel de um trem-fantasma: se você pulou na cadeira, então valeu, pois pro diretor a única coisa que importa são as sensações momentâneas que ele conseguiu te provocar.
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CONCLUSÃO: Tolo, clichê, mas razoavelmente divertido.
47 Meters Down / Reino Unido, República Dominicana, EUA / 2017 / Johannes Roberts
FILMES PARECIDOS: Águas Rasas (2016)
Mais dicas na minha lista: Os Melhores Filmes de Terror
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