I am Mother (2019) - 4.0Benzinho (2018) - 3.5
Democracia em Vertigem (2019) - 3.0
Mistério no Mediterrâneo (2019) - 6.5
Dor e Glória (2019) - 6.5
Pokémon: Detetive Pikachu (2019) - 6.5
(Esta crítica está no formato de anotações - em vez de uma crítica convencional, os comentários a seguir foram baseados nas notas que fiz durante a sessão.)
- O roteiro é cheio de desvios e sub-tramas desnecessárias, pouco interessantes. Por exemplo Buzz indo atrás de Woody e ficando preso no parque de diversões, ou a missão dos brinquedos de roubar a chave da velhinha pra abrir o armário (várias piadas em cima disso), sendo que não fica claro que o armário está trancado (o boneco de ventríloquo entra e sai de lá pra falar com Gabby Gabby sem parecer usar chave). Daí tem o motoqueiro que precisa fazer o salto pra chegar no armário (criam todo um "arco" pro motoqueiro, vemos flashbacks, ficamos sabendo de seus traumas pessoais) sendo que parece um personagem desnecessário - não parece tão difícil assim subir num armário, ainda mais pra brinquedos que estão o tempo todo saltando de carros, voando pelos ares, etc. SPOILER: No fim tudo ainda dá errado, Forky continua preso no antiquário, e nada disso serviu pra qualquer coisa.
Tenho percebido uma demanda em Hollywood por filmes de ação que sejam ruins de propósito, de forma auto-consciente, como é o caso de Godzilla II (o filme tem tantas ideias nonsense por minuto de projeção que outra explicação me parece improvável) - filmes que lembrem as pessoas de filmes-pipoca do passado que elas curtiam quando jovens (e que na época não eram auto-conscientes), mas que se tornaram tolos demais pra serem apreciados seriamente na vida adulta (protagonistas excessivamente corajosos, atores canastrões, cenas de ação forçadas, etc). É uma pena que esses cineastas não consigam dissociar aquilo que de fato atraía o público a esses filmes (o senso de heroísmo, de aventura - ou seja, valores Idealistas) dos elementos ruins (a falta de sofisticação das produções de segunda linha). Na cabeça deles, é como se pra provocar de novo aquele tipo de sentimento fosse necessário abandonar a inteligência, o bom gosto, a seriedade, e se entregar a prazeres infantis e irresponsáveis. São pessoas cínicas no fundo, que não acreditam mais que a vida possa ser interessante como nos filmes, que não respeitam a função do escapismo, e que agora só conseguem apresentar aventuras do tipo sob um ar de deboche, dando confirmações constantes para o espectador, cena após cena, de que todo aquele espetáculo não passa de uma grande tolice e não deve ser levado a sério. Se essa era a intenção, Godzilla II não é um filme mal sucedido - mas talvez seja necessário ter se juntado ao clube dos cínicos para aproveitá-lo totalmente.
Fênix Negra reforça essa tendência do cinema de querer "humanizar" os heróis, focar em suas falhas e conflitos (reparem como os super-heróis atuais estão constantemente lutando entre si, não apenas contra os vilões) a tal ponto que agora a única coisa que os diferencia de pessoas comuns são suas habilidades físicas inatas, que muitas vezes nos filmes são apresentadas mais como maldições do que como dons atraentes de fato.
O criador da série Craig Mazin fez sua carreira escrevendo comédias não muito respeitadas como Todo Mundo em Pânico 3 e 4 e as sequências de Se Beber, Não Case - o que nos faz pensar no quanto talento é uma coisa traiçoeira, pois nem sempre ele está naquilo que achamos que mais temos vocação pra fazer, e no caso de Mazin, foi necessário ir na direção oposta do que ele fez a vida toda pra descobrir onde estava escondido seu maior potencial.