terça-feira, 23 de junho de 2020
You Should Have Left
(Esta crítica está no formato de anotações - em vez de uma crítica convencional, os comentários a seguir foram baseados nas notas que fiz durante a sessão.)
ANOTAÇÕES:
- Produção de bom nível, atores decentes...
- A abertura consegue criar alguns momentos de tensão, mas acaba sendo um truque barato ter sido um sonho apenas. Fica parecendo uma dessas regras artificiais de que um filme precisa começar já num clímax para prender a atenção do espectador, mesmo que a cena não tenha qualquer necessidade para a trama.
- O roteiro não é completamente clichê. Existe um ou outro toque que dão certa autenticidade, por exemplo a cena onde a Amanda Seyfried está gravando a cena de sexo e o Kevin Bacon chega no set. Mas é apenas um detalhezinho ou outro que indica algum nível de imaginação e impulso criativo. Quando você pensa no macro, o filme é totalmente baseado em clichês. A trama é a mais batida possível, os personagens parecem pré-fabricados, tirados de um catálogo. Roteiristas iniciantes costumam cometer esse erro de quererem escrever o "suspense quintessencial", ficam obcecados em chegarem na estrutura mais pura do gênero.. e no fim terminam com algo completamente familiar, sem personalidade, que parece um destilado de 200 filmes que você já viu antes. O detalhe é que o roteirista neste caso não é iniciante, e sim David Koepp, o famosíssimo roteirista de Jurassic Park, Missão: Impossível, o que torna tudo mais frustrante.
- É o tipo de filme que não provoca nenhuma reação forte, pois não projeta nenhum valor que se destaque (me referindo aos valores básicos do Idealismo). O filme parece mais preocupado em parecer um "filme profissional", reproduzir aquilo que todos os outros filmes já fizeram, seguir as regras com competência, do que em causar algo interessante no espectador. Para causar alguma emoção e realmente projetar algum valor, é preciso sair da média, fazer algo fora do padrão para que aquele valor se sobressaia e se torne evidente. Se tudo parece dentro do padrão do gênero, o filme se torna inexpressivo, medroso, sem identidade.
- Não gosto muito de filmes de terror subjetivistas demais, sem um vilão / obstáculo concreto, onde tudo o que acontece parece uma projeção psicológica dos personagens, e a solução para o problema é sempre algum tipo de insight ou amadurecimento emocional.
- Esses paradoxos temporais / espaciais também são muito batidos, e deixam o protagonista sem ter o que fazer, apenas uma vítima passiva de uma realidade caótica onde qualquer ação dele acaba sendo inútil. O filme só não cai no tédio total pois a direção consegue criar alguns momentos levemente assustadores.
- SPOILER: As reviravoltas finais não podiam ser mais óbvias.
You Should Have Left / EUA / 2020 / David Koepp
FILMES PARECIDOS: A Janela Secreta (2004) / Campo do Medo (2019)
NOTA: 4.0
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