The Era Of Slop Entertainment — Este vídeo (citado inclusive pelo Critical Drinker) traz o ponto que discuti em fevereiro: apesar de a era woke do cinema estar em declínio, o problema da falta de talento e criatividade continua sendo uma grande questão. Até agora, alguns falavam como se acabar com a cultura woke resolveria a maioria dos problemas, mas muita gente já está começando a perceber que esse não será o caso. Me preocupam um pouco as referências que esses analistas mais populares têm de cinema ideal (voltar para os "tempos áureos" de Homem de Ferro, pra mim, ainda não seria o bastante), mas pelo menos há uma insatisfação apontada pro lugar certo.
How Capitalism Killed the Movie Star — Este vídeo discute a questão da "morte dos astros", que descrevi como um problema-chave no texto Como Salvar o Cinema. Há vários pontos interessantes no vídeo, mas ele atribui o declínio dos astros ao "capitalismo" — ao fato de que, hoje, os estúdios estão mais focados em IPs e personagens do que em atores. Mas vejo furos nessa explicação. Julia Roberts e Schwarzenegger não foram exatamente frutos do comunismo. E por que os astros da música hoje também seriam menores em estatura e impacto global? Apesar de uma coisa interferir na outra, atribuo a morte dos astros mais ao lado cultural do problema do que ao lado financeiro. Ainda assim, é bom ver mais e mais gente apontando o dedo para essa questão.
Olá, Caio.
ResponderExcluirVi que tu avaliou The Odyssey 1997 e The Passion of Ayn Rand 1999. Por gentileza, de coração, não me deixe com coceira..... rsrs. O Odyssey é um filme que tenho apego afetivo desde criança e minha avaliação objetiva meio que falha nessas horas. O Passion é meio óbvio o pq que eu realmente gostaria de saber sua opinião. Detalhada em ambos, se não for pedir demais rsrsrsrs.
Ontém foi minha banca de qualificação na faculdade. Saí me sentindo mal, horrível, péssimo. Nunca fui tão hostilizado assim. O dr. Oswaldo Giacoia caçoou da Ayn Rand, disse que ela não tem nada de original, que ela é muito pretensiosa e que eu deveria contextualizar ela dentro do pensamento alemão (!!!)
O outro convidado foi o dr. Léo Peruzzo Júnior. Ele gastou quase 20 minutos em dizer que eu não deixei claro que tipo de objetivismo eu usava (moral, científico, social) e que eu usava como sinônimo de realismo que são coisas diferentes e o texto teria ficado uma bagunça conceitual. Desta forma, eu deveria falar de outros autores que falaram de realismo (que não têm a mais remota relação com Rand). Aí ao final, eu respondi que Objetivismo (com O maiúsculo, algo que ele criticou também), era o nome da filosofia da Rand e que isto estava no texto e que eu não usei o termo “realismo”, quem usou foi o Giacoia, o qual citei.
De qualquer forma, fui aprovado na qualificação e agora vou para a banca de defesa em algumas semanas. Pedi ao meu orientador para convidar o dr. Dennys Garcia Xavier. Pelo menos alguém que saiba que a Ayn Rand é uma mulher e não um homem, como ocorreu na banca.
Enfim, isso foi uma amostra. Preciso de um detox urgente....logo mais eu entro em contato para a gente marcar aquela ligação. Eu não esqueci e estou precisando muito mesmo fazer “terapia” contigo rsrsrs. Abraços.
Oi Leonardo! Nossa, que experiência chata.. Você é uma das pessoas que escreve da maneira mais clara e cuidadosa que conheço, o que me faz ter certeza que essa hostilidade não teve tanto a ver com confusões ou erros no texto, e sim com uma rejeição do viés filosófico em geral. Mas enfim, sabemos como é comum essa atitude no meio acadêmico né… Agora, se você foi aprovado, isso quer dizer que alguns dos professores pelo menos deram uma avaliação positiva?
ResponderExcluirVi The Odyssey pra entrar no clima da adaptação do Nolan. Nunca li a obra original, e como não existem adaptações muito prestigiadas no cinema, era um vácuo no meu repertório. Achei divertida a minissérie, apesar das limitações óbvias da produção, da direção que podia ser bem mais refinada, etc. Mas achei que os fundamentos de um bom entretenimento estão lá... Os homens querendo corromper o reino criam um suspense que prende a atenção até o final (o que compensa um pouco o fato do miolo ser episódico); os encontros com os monstros/deuses criam uma estrutura ao redor de set-pieces que te mantém curioso pelo próximo desafio.. e embora alguns obstáculos sejam superados por magias aleatórias, em alguns casos eles precisam usar táticas interessantes, como cegar aquela criatura de 1 olho na caverna… então não é aquela narrativa sem pé na realidade que perde o interesse. O reencontro com a família e a batalha final achei dignos da espera… Se a direção fosse ótima, tinha potencial pra ser um épico atemporal, tipo um Ben-Hur. O que prejudica mais é a execução.. mas prefiro ver isso a uma história super bem realizada, porém chata rs.
O The Passion of Ayn Rand na verdade eu só reavaliei porque vi o filme pela 2ª vez! É outro filme pra TV executado de maneira simples, mas que acho interessante pelo conteúdo. Mas aí o que me interessa é em parte pessoal/subjetivo.. eu tenho um contexto tão rico dessa história que acabo absorvendo muito mais conteúdo do que o filme em si elabora. Acho que é um resumo razoável do livro da Barbara.. A polêmica aqui acho que não é nem tanto o filme, mas aprovar ou não o livro. E, no meu caso, você sabe que acho a perspectiva dos Branden super importante para o Objetivismo.
Pra terapia não sei se estou qualificado, mas me chama para o detox que tento ajudar! Hehe.
Olha, Caio. Esse seu primeiro parágrafo foi muito importante pra mim, de coração. Fico muito contente com seu feedback sobre minha escrita e comunicação. Eu não sabia, mas precisava deste feedback seu.
ResponderExcluirSim, recebi avaliação positiva. Mas desconheço os critérios da avaliação. Penso que se meu orientador não fosse tão receptivo (ou, especulo eu, que se eu não fosse da minoria dos deficientes, ou a Rand da minoria das mulheres imigrantes), eu teria reprovado no dia da entrevista do projeto há dois anos e meio. Espero conseguir contato com o Dennys Garcia Xavier para me orientar no futuro.
Quanto ao The Odyssey... sim, concordo. Faz todo sentido suas observações. Vejo os mesmos pontos positivos e negativos. Mas também tenho um viés de aprovação adicional de tanto que o Peikoff fala bem da A Ilíada e de A Odisseia. Aí eu fico a procurar coisas positivas com maior frequência.
Acredita que nunca li o livro da Barbara? Nunca consegui comprar. Só conheço as críticas do Peikoff contra o livro.
Acho que este final de semana eu finalmente estarei livre. Te mando uma mensagem.
Não sabia que você tinha alguma deficiência que pudesse gerar essa “vantagem" hehe... Fica a impressão que a avaliação é baseada em um equilíbrio de diversos fatores que pouco têm a ver com o trabalho em si, rs.
ResponderExcluirJá abordei o Dennys por direct no Instagram algumas vezes e ele sempre me pareceu bem acessível, pelo menos pra um primeiro contato. Agora já não sei o que envolveria essa participação na banca de defesa.
Onde o Peikoff fala sobre as obras de Homero? Não estou lembrado! The Passion of Ayn Rand realmente é um livro “banido” nos círculos mais ortodoxos hehe. Assim como a biografia do Nathaniel (My Years with Ayn Rand). Mas acho ambos muito interessantes.
Legal, quando as coisas tranquilizarem aí me dá um toque!