
Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, em 2009, A Fita Branca é o novo filme do provocador cineasta alemão Michael Haneke (Caché, Violência Gratuita). Contada em preto e branco, a história se passa num vilarejo alemão poucos meses antes do início da Primeira Guerra Mundial, onde misteriosos atos de violência começam a ocorrer levantando suspeitas sobre os moradores da vila - especialmente sobre as crianças.
Sutil e com ritmo bem lento (e 2 horas e 25 minutos de duração), o filme é um comentário sobre o autoritarismo, a violência e a opressão. O conceito de Haneke é que essas crianças, acostumadas com a punição e à obediência cega dentro de suas próprias casas, são a semente do nazismo. Pra mim, isso soa como uma explicação barata e meio infantil. Uma afirmação grande, mas bobinha demais pra servir de base pra um filme tão bonito e ambicioso. É como aquele filme do Oliver Stone sobre George W. Bush, que dava a entender que todos os erros do presidente eram consequência da falta de amor do pai. Sei, sei.
A impressão que eu tive é que Haneke queria fazer o seu Dogville. Ele e Lars von Trier têm carreiras parecidas... Eles fazem parte de um mesmo universo filosófico, olham o mundo através da mesma lente - uma lente escura que quer revelar o caos e a crueldade humana. Só que eu acho Trier mais talentoso, mais profundo e mais divertido. Seus filmes são intensos, estimulantes. De qualquer forma, é um filme sobre ideias interessantes, é bem dirigido, e é visualmente impecável.
Indicado a 2 Oscars: Melhor Filme Estrangeiro (Alemanha) e Melhor Fotografia.
Das Weisse Band - Eine Deutsche Kindergeschichte (AUS/ALE/FRA/ITA, 2009, Michael Haneke)
NOTA: 6.5