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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Weekend

Romance britânico de temática gay que conta a história de 2 rapazes que se conhecem numa balada sexta à noite e acabam vivendo um relacionamento íntimo que dura apenas 1 fim de semana. O filme independente custou apenas 120 mil libras, foi aclamado pela crítica e premiado em vários festivais.

Não gosto do filme porque ele é em grande parte Naturalista - um retrato passivo de diálogos e atividades aleatórias desses personagens. A cena final é interessante e dá uma sensação de desfecho, mas isso não chega a fornecer ao resto do filme um enredo, tornando tudo muito arrastado. O autor parece estar apenas interessado em reproduzir de forma realista pessoas e situações que ele observou na vida real.

Os atores estão convincentes, mas pessoalmente não simpatizo por eles (que ficam usando drogas o tempo todo, frustrados e sem rumo) nem por esse tipo de relacionamento, que não é baseado em admiração, mas em decepções mútuas, consolo, onde um age como se fosse o psicólogo do outro - e o que os une parece ser o fato do parceiro parecer enxergar e aceitar seus traumas pessoais.


O filme passa a impressão de ser um estudo íntimo dos personagens, mas não porque há uma abordagem psicológica interessante, e sim porque ele é fisicamente realista (há cenas bem invasivas de nudez e diálogos envolvendo detalhes corporais desagradáveis). É uma visão materialista das coisas; o diretor imagina que ao revelar fisicamente os personagens ele estará fazendo uma caracterização mais aprofundada deles.

Weekend (Reino Unido / 2011 / 97 min / Andrew Haigh)

INDICAÇÃO: Quem gostou de Paraísos Artificiais, Shame, Canções de Amor, Delicada Relação, Antes do Amanhecer.

NOTA: 4.0

sábado, 6 de março de 2010

Direito de Amar


Estréia na direção do estilista Tom Ford, Direito de Amar (financiado por ele próprio) é sem dúvida um dos filmes de maior bom gosto estético que eu já vi. É tudo tão chique que é a primeira vez que eu vejo um ator sentado numa privada ainda parecer elegante. Tudo é um prazer estético, desde a fotografia granulada, até os figurinos hiper bem cortados, a música, as sardas de Julianne Moore, a simplicidade da fonte nos créditos iniciais (a única coisa de mau gosto mesmo no filme é o título em português).

E também é a primeira vez em muito tempo que eu vejo uma novidade técnica; uma ferramenta incrível de direção que nunca tinha me passado pela cabeça. Tom Ford usa cor assim como outros diretores usam música ou tamanho de enquadramento. Não como algo estático e fixo durante o filme todo, mas como algo que deve ser aumentado ou diminuido conforme a necessidade de cada cena, acentuando os momentos desejados. Filmes como Deserto Vermelho ou Reds já usaram cor pra transmitir idéias e sentimentos, mas aqui isso é usado de uma forma diferente: numa mesma tomada, nós vemos a saturação da imagem flutuar pra cima e pra baixo, esquentando e esfriando a cena de acordo com o sentimento do personagem, como nuvens passando em frente ao Sol. E o mais impressionante é que o efeito disso não é apenas intelectual, a entrada da cor realmente intensifica a emoção das cenas!

O drama gira em torno de um professor universitário gay, em 1962, que perde o namorado num acidente de carro logo no começo do filme e passa a viver sozinho. Ou seja, não é um filme para as grandes massas. Além da temática gls, o filme é sobre idade, morte, solidão, nada pra ir curtir no Domingo com a família. Mas não é um filme depressivo; as imagens e as performances de Colin Firth e Moore fazem dele um prazer que supera a seriedade do tema.

E pasmem, o rapaz da foto acima é Nicholas Hoult, o nerdzinho de Um Grande Garoto:

Indicado ao Oscar de Melhor Ator (Colin Firth).

A Single Man (EUA, 2009, Tom Ford)

INDICADO PARA: É um filme difícil de classificar, mas acho que é pra quem gosta de filmes maduros e visuais, como Longe do Paraíso ou mesmo o Beleza Americana (esquecendo o lado teen).

NOTA: 8.0

domingo, 22 de novembro de 2009

Do Começo ao Fim


Pra quem não conhece, esse é o polêmico filme sobre os irmãos gays que vivem uma relação incestuosa. Desde que o trailer caiu na internet, virou a promessa de um Brokeback Mountain brasileiro; um filme que iria quebrar tabus e transformar o cinema nacional.

Mas acabou sendo uma das experiências mais dolorosas e constrangedoras que eu já passei numa sala de cinema. Não me lembro de um caso mais extremo onde um trailer tão forte resultou numa coisa tão horrorosa. Até me cansa pensar sobre o filme, porque tem tanta coisa errada nele que pra dizer como ele poderia ter funcionado seria preciso escrever uma teoria completa do cinema.

O filme tem 2 problemas principais: roteiro e direção. Mas isso, pra citar um amigo meu, é como chegar pra alguém e dizer "só mudaria 2 coisas em você: sua personalidade e sua aparência"! Tudo na tela está errado, principalmente o elenco. Os atores talvez não sejam tão péssimos como estão aqui, mas se o texto é forçado, se os enquadramentos estão errados, se a luz e a trilha sonora vão contra a cena, o que os coitados podem fazer?

E o problema não é só o que está na tela, mas principalmente o que não está. Cadê a história? Cadê os conflitos? Cadê a parte onde os dois começam a desenvolver a sexualidade? Cadê a reação dos pais quando pegam os filhos juntos pela primeira vez? Cadê os amigos e conhecidos da família - e o que eles acham disso tudo? A mãe, que serviria como o centro emocional da história, é eliminada logo no primeiro ato. Nunca vi um filme que fugisse tão furiosamente do próprio assunto que escolheu tratar. E o impensável - não há nenhuma cena de sexo! É um roteiro acéfalo, subdesenvolvido, medroso. Um fracasso tão completo que provavelmente não irá agradar nem ao público gay que já estava completamente vendido. O filme vai realmente do começo ao fim, sem em nenhum momento passar pelo meio.

Do Começo ao Fim (BRA, 2009, Aluízio Abranches)

INDICADO PARA: Fujam deste filme e não comentem com ninguém.

NOTA: 2.5