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terça-feira, 9 de março de 2010

Orações para Bobby


Baseado numa história real, esse tearjerker (termo americano pra filmes que tentam fazer você chorar a qualquer custo) produzido para a TV, conta a história de um garoto gay no começo dos anos 80 que acaba se suicidando por causa da rejeição da família - principalmente da mãe que é extremamente religiosa e faz de tudo pra tentar "curá-lo" (o suicídio já é sugerido na primeira cena, então não estou estragando nenhuma surpresa). Não é nenhum Grey Gardens, que apesar de produzido pra TV tem qualidade de cinema. Esse é um típico telefilme, dirigido de maneira meio desajeitada, sem muito senso estético - apenas conta a história de uma maneira literal, assim como as novelas.

Todo o propósito do filme me parece uma fantasia vingativa meio infantil... Algo feito pra esfregar na cara dos parentes. Me lembrei da cena de Uma História de Natal, onde após uma briga com os pais, o garotinho se imagina voltando cego para casa pra fazer com que eles se sintam mal (é imperdível, assistam o trecho aqui!). Mas há algo de muito honesto e visceral nessa história, tornando ela difícil de resistir. O filme foi indicado aos Emmys de Melhor Filme e Melhor Atriz para Sigourney Weaver (que faz a mãe). Frequentemente cito Sigourney como minha atriz favorita, e este filme só me fez amá-la ainda mais. É uma das melhores performances do ano, e por causa dela o filme ganha vida.

Prayers for Bobby (EUA, 2009, Russell Mulcahy)

INDICADO PARA: Quem gostou de Milk - A Voz da Igualdade ou C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor.

NOTA: 7.0

domingo, 22 de novembro de 2009

Do Começo ao Fim


Pra quem não conhece, esse é o polêmico filme sobre os irmãos gays que vivem uma relação incestuosa. Desde que o trailer caiu na internet, virou a promessa de um Brokeback Mountain brasileiro; um filme que iria quebrar tabus e transformar o cinema nacional.

Mas acabou sendo uma das experiências mais dolorosas e constrangedoras que eu já passei numa sala de cinema. Não me lembro de um caso mais extremo onde um trailer tão forte resultou numa coisa tão horrorosa. Até me cansa pensar sobre o filme, porque tem tanta coisa errada nele que pra dizer como ele poderia ter funcionado seria preciso escrever uma teoria completa do cinema.

O filme tem 2 problemas principais: roteiro e direção. Mas isso, pra citar um amigo meu, é como chegar pra alguém e dizer "só mudaria 2 coisas em você: sua personalidade e sua aparência"! Tudo na tela está errado, principalmente o elenco. Os atores talvez não sejam tão péssimos como estão aqui, mas se o texto é forçado, se os enquadramentos estão errados, se a luz e a trilha sonora vão contra a cena, o que os coitados podem fazer?

E o problema não é só o que está na tela, mas principalmente o que não está. Cadê a história? Cadê os conflitos? Cadê a parte onde os dois começam a desenvolver a sexualidade? Cadê a reação dos pais quando pegam os filhos juntos pela primeira vez? Cadê os amigos e conhecidos da família - e o que eles acham disso tudo? A mãe, que serviria como o centro emocional da história, é eliminada logo no primeiro ato. Nunca vi um filme que fugisse tão furiosamente do próprio assunto que escolheu tratar. E o impensável - não há nenhuma cena de sexo! É um roteiro acéfalo, subdesenvolvido, medroso. Um fracasso tão completo que provavelmente não irá agradar nem ao público gay que já estava completamente vendido. O filme vai realmente do começo ao fim, sem em nenhum momento passar pelo meio.

Do Começo ao Fim (BRA, 2009, Aluízio Abranches)

INDICADO PARA: Fujam deste filme e não comentem com ninguém.

NOTA: 2.5