quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Scott Pilgrim Contra o Mundo


Foi baseado numa história em quadrinhos sobre um loser (mais um - este pelo menos tem certa cara de pau e se dá bem com as meninas) que tem uma banda de rock amadora e tem que enfrentar os 7 ex-namorados "do mal" da garota com quem está saindo antes de poderem namorar oficialmente. As imagens são super estilizadas, usando toda a linguagem visual dos quadrinhos e também dos vídeo games. Na verdade muito mais dos vídeo games, o que me deixou um pouco confuso (o que uma coisa tem a ver com a outra?). Os 7 "ex" por exemplo surgem todos como vilões em lutas à la Street Fighter. As zilhões de referências a games já começam na abertura da Universal, aliás uma das mais divertidas que eu já vi:



Sem dúvida foi feito pra virar cult (o diretor Edgar Wright, de Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso, chamou Quentin Tarantino pra palpitar na produção). É um desses filmes cheios de ornamentos desnecessários e divertidos, que não deixam 5 segundos passar sem que algo diferente aconteça - uma catch phrase, um efeito gráfico, uma referência pop. Um freak na sala que eu assisti o filme já tinha decorado as falas e gritou a plenos pulmões "We are the Sex Bob-omb" - o grito de guerra da banda - logo no início do filme, me deixando um pouco assustado.

Tanto esforço e trabalho investidos em estilo - só lamento que o romance, que é o centro da história, seja tão bobinho e mal explorado, até mesmo pros padrões de uma comédia teen (a menina por quem ele se interessa tem como o principal traço de personalidade o fato de mudar o cabelo de cor a cada 15 dias). Ainda assim, o filme é divertido e entusiasmado. Pilgrim é feito por Michael Cera (de Superbad) e tem também uma participação simpática de Kieran Culkin como o roommate gay de Scott.

Scott Pilgrim Contra o Mundo
Scott Pilgrim vs. the World (EUA/ING/CAN, 2010, Edgar Wright)

Orçamento: US$ 60 milhões
Bilheteria atual: US$ 46 milhões
Nota do público (IMDb): 8.0
Nota da crítica (Metacritic): 6.9
Assista o trailer

INDICAÇÃO: Quem gostou de Kick-Ass, 500 Dias Com Ela, Superbad, Hora de Voltar, Alta Fidelidade.

NOTA: 6.5

domingo, 21 de novembro de 2010

A Rede Social


Este é o filme sobre Mark Zuckerberg, criador do Facebook, que aos 24 anos foi listado pela Forbes o mais jovem bilionário do mundo. O filme foi dirigido por David Fincher (Seven, Clube da Luta, O Curioso Caso de Bejamin Button) e por enquanto é o mais aclamado do ano, devendo dominar as indicações ao Oscar no começo de 2011.

Quem interpreta Zuckerberg é Jesse Eisenberg, que esteve em A Lula e a Baleia, estrelou Zumbilândia, Férias Frustradas de Verão e apareceu recentemente em O Solteirão ao lado de Michael Douglas. Também no elenco está Justin Timberlake como o criador do Napster (muito bem aliás) e Andrew Garfield (o próximo Homem-Aranha) como Eduardo Saverin, o brasileiro co-fundador do Facebook que era colega de quarto de Zuckerberg. Saverin nasceu no Brasil mas mudou para os EUA aos 6 anos de idade - conheceu Zuckerberg em Harvard onde estudou economia. Boa parte do roteiro é sobre a amizade deles, que se transforma em guerra judicial depois que o Facebook vira um fenômeno.

A melhor coisa do filme no fundo é o fato dele ser sobre o Facebook - uma história de sucesso tão absoluta, tão "agora", sobre algo que faz parte das nossas vidas - e principalmente pelo fato do site ter sido criado por um garoto jovem, "comum" (não fosse por sua inteligência extraordinária). Se o Facebook tivesse sido criado por um grupo de empresários, ou por uma grande corporação, o filme não teria o apelo que tem, não inspiraria o mesmo senso de conquista.

Mas A Rede Social não é essa perfeição toda que estão falando. O roteiro é fraco - basicamente feito de diálogos, sem nenhum esforço pra tornar o material mais cinematográfico. A direção de Fincher serve mais para ilustrar esses diálogos com imagens bonitas (ele é ótimo diretor e tem o estilo mais contemporâneo e elegante de todos os diretores - mas apesar da bela roupagem, o filme continua sendo "fotografias de pessoas conversando").

Alguns diálogos são brilhantes, como o da cena inicial onde Mark leva um fora da namorada. Mas não há grandes aprofundamentos psicológicos, reflexões sobre a sociedade, tecnologia (como sugeria o trailer). A sacada é a de que no fundo Zuckerberg inventou o maior site de relacionamentos do mundo pra impressionar uma garota - e no fim continua solitário, sem compreender os próprios sentimentos, sem saber o que fazer pra "ser gostado" (o filme vem sendo comparado a Cidadão Kane nesse aspecto).

Ele funciona mais por sua intenção, por seu espírito de descoberta, por captar o zeitgeist, não tanto por seus méritos artísticos. Não porque é sobre a maior invenção de todos os tempos (o Orkut mesmo surgiu alguns meses antes do Facebook, em Janeiro de 2004), mas por retratar uma história verdadeira de persistência e sucesso - de alguém que não simplesmente ganhou um monte de dinheiro, ou ficou famoso, mas que criou algo valioso, importante, e que fez por capacidade própria, sendo visionário, tendo as ferramentas necessárias pra colocar seu plano em prática. Sim, Zuckerberg agiu de maneira suspeita em alguns momentos e ganhou alguns inimigos - mas vejo ele como uma mãe protetora; não medindo esforços pra proteger seu único bebê de possíveis predadores.

A Rede Social
The Social Network (EUA, 2010, David Fincher)

Orçamento: US$ 50 milhões
Bilheteria atual: US$ 174 milhões
Nota do público (IMDb): 8.3
Nota da crítica (Metacritic): 9.5
Assista o trailer

INDICAÇÃO: Quem gostou de Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme, Zodíaco, O Aviador, Prenda-Me Se for Capaz.

NOTA: 7.5

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Red - Aposentados e Perigosos


A premissa é divertida: veteranos aposentados da CIA se tornam alvo da própria agência por saberem demais - agora eles têm que voltar à ativa e unir forças para escaparem dos assassinos. Eles são chamados de RED - uma sigla para "Aposentados Extremamente Perigosos". O elenco é a grande isca da produção: Bruce Willis, Morgan Freeman, John Malkovich, Helen Mirren, Mary-Louise Parker, Richard Dreyfuss, Ernest Borgnine, entre outros (dá pra traçar um paralelo com Os Mercenários, que também tinha um elenco espetacular e era sobre assassinos de idade mais avantajada).

Foi dirigido pelo alemão Robert Schwentke de Plano de Vôo e é mais um desses thrillers que misturam ação com comédia, como os recentes Esquadrão Classe A ou Encontro Explosivo. Mas a única graça mesmo do filme se resume na imagem da Helen Mirren segurando uma metralhadora - uma piada que nem é tão bem explorada e já foi gasta no trailer.

Tenho uma mania de achar sempre mau sinal quando um filme começa e os créditos iniciais continuam sobre as primeiras cenas, enquanto diálogos de apresentação estão acontecendo. Pra mim é sempre um toque de descaso e um sinal de que não é pro espectador prestar muita atenção na história - como se o filme estivesse anunciando que ele não pretende ser grande coisa. Aqui não foi diferente. É tudo simpatiquinho, morninho... Nem muito engraçado, nem muito inteligente, nem muito original, nem muito ousado, nem muito violento... O roteiro até tinha potencial, mas a direção põe panos quentes em tudo e qualquer tentativa de apimentar as coisas, de fazer uma piada mais ousada, é amenizada por uma música "descontraída" ou uma expressão de deboche, como alguém que ri da própria piada. É uma distração leve sem grandes pretensões, mas com um elenco desse acaba sendo uma experiência frustrante.

Red - Aposentados e Perigosos
Red (EUA, 2010, Robert Schwentke)

Orçamento: US$ 58 milhões
Bilheteria atual: US$ 120 milhões
Nota do público (IMDb): 7.2
Nota da crítica (Metacritic): 6.1
Assista o trailer

INDICAÇÃO: Quem gostou de Salt, Sr. e Sra. Smith, Vida Bandida.
NOTA: 5.5

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1


Vendo o filme fica óbvio que não havia motivo para dividir este último Harry Potter em 2 filmes - a não ser pela oportunidade de dobrar o faturamento. "Claro, por que ganhar 1 bilhão se você pode ganhar 2? As pessoas irão ver o filme de qualquer jeito! Não importa se a primeira parte vai ser um tédio mortal e não terá desfecho, clímax... As pessoas vão entender... Afinal o livro é muito comprido". ...E o Vento Levou foi adaptado para o cinema em 1 única obra prima de 4 horas; tenho certeza que o 7º volume de uma série infanto-juvenil não precisaria de mais que isso. "Ah, mas ficaria muito longo - as crianças não aguentariam". Uma criança saudável não aguentaria os 15 primeiros minutos desse filme.

Não há nada de ruim no filme, é mais a ausência de coisas boas. O que mais me impressiona nessas sagas da última década (Harry Potter, O Senhor dos Anéis, Crepúsculo) é a mediocridade dos heróis. Não sei se eles já eram assim nos livros, mas nos filmes eles são todos pessoas absolutamente ordinárias, desinteressantes, que você não iria querer conhecer na vida real. O que há de grandioso em Harry Potter? Outros personagens parecem admirá-lo, estão sempre falando como ele é "especial", que ele é o escolhido - mas nós nunca vemos ele dizer ou fazer qualquer coisa minimamente impressionante. Nem mesmo nas partidas de quadribol dos outros filmes era possível observar qualquer habilidade especial em Potter.

O filme é sobre um grupo de pessoas desinteressantes indo atrás de coisas que a gente não se importa, trombando com personagens que a gente não se lembra, se assustando com coisas que não assustam, se impressionando com coisas que não impressionam, sofrendo por coisas que não são tristes, por um motivo que já esquecemos.

Dizem que o livro é bom - mas acho suspeito que na adaptação as únicas coisas de algum valor não sejam os diálogos, história, personagens - e sim fotografia, maquiagem, direção de arte e efeitos especiais - tudo aquilo que certamente não veio do livro.

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1
Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1 (EUA/ING, 2010, David Yates)

Orçamento: ?
Bilheteria atual: ?
Nota do público (IMDb): 8.4
Nota da crítica (Metacritic): 6.9
Assista o trailer

INDICAÇÃO: Não é necessária.

NOTA: 5.0

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Jackass 3D


Alguns críticos tentam detonar a série Jackass por seu humor infantil, grosseiro, apelativo... Antes de mais nada, é bom lembrar que Jackass não é um filme. Nem tudo que dura 1 hora e meia e é projetado numa sala escura é necessariamente cinema - assim como nem tudo que se pendura numa parede é necessariamente um quadro. Qualquer crítica à "futilidade" de Jackass é irrelevante. O filme é apenas uma compilação de videocassetadas auto-induzidas - e deve ser avaliado nesses termos.

Então, o que há de engraçado num homem levando um coice no saco? Ou bebendo um coquetel de suor? Nada - a graça é que (1) eles aturam - (2) eles fazem por vontade própria - (3) eles riem. Se após uma pancada algum dos atores (1) se machucasse de verdade (se a câmera o acompanhasse até o hospital, onde descobriríamos por exemplo que ele ficou parcialmente cego de um olho) o filme se tornaria repulsivo e perderia toda a razão de existir. O mesmo aconteceria se (2) as brincadeiras fossem forçadas em pessoas inocentes, que não fizessem parte da equipe (as poucas que são com pessoas inocentes não são "videocassetadas", e sim "pegadinhas", o que é algo diferente). E o mesmo aconteceria se (3) eles fizessem tudo sem se divertir, obrigados pela produção.

Jackass é documentário, mas funciona também como uma fantasia escapista (algumas das brincadeiras são obviamente armadas), e nós saímos da sala acreditando que a vida é uma brincadeira e que nós somos indestrutíveis - que não existem limites pro corpo humano e temos muito mais força do que imaginamos.

Jackass 3D (EUA, 2010, Jeff Tremaine)

Orçamento: US$ 20 milhões
Bilheteria atual: US$ 146 milhões
Nota do público (IMDb): 7.3
Nota da crítica (Metacritic): 5.6
Assista o trailer

INDICAÇÃO: Quem gostou de À Prova de Morte, Piranha 3D, O Albergue, Borat, Brüno e dos outros Jackass.

NOTA: 7.5

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Ponyo - Uma Amizade que Veio do Mar


Desenhando tudo à mão, o japonês Hayao Miyazaki é tido como o maior mestre da animação 2D do mundo (seus trabalhos mais conhecidos são Meu Vizinho Totoro, A Princesa Mononoke, O Castelo Animado e A Viagem de Chihiro, que lhe deu o Oscar de Animação em 2003).

Ponyo é sobre um garotinho de 5 anos que começa uma amizade com uma criatura mágica do mar que é meio peixe, meio menina. Myiazaki diz que se inspirou em A Pequena Sereia, mas E.T. (mais uma vez) veio muito mais à minha cabeça ao longo do filme, até por causa de cenas específicas como Ponyo aprendendo a falar o próprio nome, ou curando um corte no dedo do menino com um simples toque. Enfim, se por um lado a "trama" do filme é meio batida, ele é completamente original e fascinante nos detalhes, na idéias, na qualidade da animação. A arte da animação hoje em dia está quase morta, pois à medida em que a tecnologia avança, ela vai se transformando em mera fotografia e perdendo toda a capacidade de expressão. Hoje em dia quando alguém diz "a animação é muito bem feita", geralmente a pessoa quer dizer que o 3D "parece real". Mas veja um trecho qualquer de Fantasia da Disney e perceba o quão menos interessante seria se o artista estivesse limitado à realidade - clique aqui.

Se "fofura" fosse um critério válido de avaliação, Ponyo seria nota 10. Mas fofura apenas não garante um filme - senti um pouco a falta de conflitos, de personagens mais detalhados, de um clímax. Ainda assim, é um filme completamente autêntico, imaginativo, artístico, mágico, que irá encantar tanto adultos quanto crianças. E o mérito não é que ele encanta adultos e crianças ao mesmo tempo - mas que ele encanta pelos mesmos motivos.

Ponyo - Uma Amizade que Veio do Mar (JAP, 2009, Hayao Miyazaki)

Orçamento: ?
Bilheteria atual: US$ 201 milhões

Nota do público (IMDb): 7.8

Nota da crítica (Metacritic): 8.6

Assista o
trailer

INDICAÇÃO: Deve agradar a todos.

NOTA: 7.5

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Como Treinar o Seu Dragão

Um dos maiores sucessos do ano, a animação (dos criadores de Lilo & Stitch) conta a história de um vilarejo viking que vive sob a constante ameaça de dragões. O garotinho principal, filho de um grande guerreiro, é "sensível" demais pra tarefa de matar dragões e é visto como um fracote por todos. É aí que por sorte ele captura um Night Fury - o mais misterioso e poderoso de todos os dragões. Não só isso - ele começa uma amizade secreta com o bicho (que lembra muito o Stitch), e aprende que o inimigo não é nada daquilo que todos pensavam.

O filme demonstra de maneira bem clara essa tendência Naturalista que continua em alta nos EUA. O filme é anti-herói, anti-aventura, anti qualquer coisa de possa causar inspiração. O "herói" é um neurótico desajeitado; o dragão (supostamente o mais raro e temido de todos) tem deficiência física e só pode voar com o auxílio de uma asa mecânica ao longo do filme. 


(SPOILERS) A mensagem é altamente duvidosa - no final do filme, o menino não só traiu os valores que ele parecia ter no começo da história (ele assassina o dragão "do mal" sem nenhum questionamento, mostrando que o que o impedia de matar os outros era apenas covardia, e não respeito pela natureza) como também se torna um deficiente. Literalmente: sua perna é arrancada numa batalha e substituída por uma espécie de gancho. Num dos piores clímax da história do cinema infantil, o gancho que substitui a perna do menino se encaixa numa nova engrenagem feita pra dirigir a asa mecânica do dragão - e os dois decolam num vôo esplendoroso, unidos pela amputação.

Visualmente o filme é bem feito, mas meu enorme respeito pela auto-estima das crianças me impede de pegar leve e perdoar o filme dizendo "é apenas um desenho".

How to Train Your Dragon (EUA, 2010, Dean DeBlois / Chris Sanders)

INDICAÇÃO: Quem gosta da série Shrek, Madagascar e Kung-Fu Panda.

NOTA: 4.5

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

coisas que se vê nas locadoras #4

Queria muito ter acompanhado a discussão na Paris Filmes que culminou na decisão de trocar parte da boca, nariz, olhos e tom de pele de Robert Pattinson na capa do DVD de Uma Vida Sem Regras (assim como a estampa do casaco) enquanto eles manteriam o mesmo rosto e o mesmo cabelo da foto original.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Atração Perigosa


A história de um assaltante de bancos que se envolve com a única mulher que poderia entregá-lo para a polícia - uma refém de um dos assaltos, que ainda não sabe que ele era um dos ladrões - mas que pode ligar os pontos a qualquer momento.

Pessoas brilhantes fazem filmes brilhantes, pessoas repulsivas fazem filmes repulsivos, pessoas ousadas fazem filmes ousados, pessoas desinteressantes fazem filmes desinteressantes. Por que, quando começaram a dizer por aí que Atração Perigosa era um dos melhores filmes do ano, eu fiquei imediatamente desconfiado? Simples: porque o filme foi escrito (baseado num livro), dirigido e estrelado por Ben Affleck. E Ben Afflecks só fazem filmes de Ben Afflecks, por mais que se esforcem.

A história é contada com clareza, tem reviravoltas interessantes e algumas cenas de perseguição bem feitas. Mas o assunto, os personagens - é tudo tão medíocre que nenhuma maestria na construção da trama seria suficiente pra tirar o filme do comum.

Atração Perigosa
The Town (EUA, 2010, Ben Affleck)

Orçamento: US$ 37 milhões
Bilheteria atual: US$ 130 milhões
Nota do público (IMDb): 8.0
Nota da crítica (Metacritic): 7.4
Assista o trailer

INDICAÇÃO: Quem gostou de Medo da Verdade, O Sequestro do Metrô 1 2 3, Os Donos da Noite, Fogo Contra Fogo, etc.

NOTA: 5.0

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Suprema Felicidade


Arnaldo Jabor escreveu e dirigiu o filme, que parece ter algo de autobiográfico também. Ele se passa no Rio de Janeiro da Urca após a 2ª Guerra e fica saltitando entre 3 períodos diferentes - não que haja qualquer cronologia entre os acontecimentos, ou mesmo um enredo. Na verdade o filme é uma bagunça sem estrutura, sem gênero, cheia de pontas soltas, desvios desnecessários... Uma coleção nostálgica de memórias de Jabor que parece ter sido feita mais pro deleite dele, sem grandes considerações pela platéia. O filme alterna entre o cômico, o depressivo, o inocente, o doentio, o elegante, o trash... A justificativa de Jabor pra isso tudo sem dúvida é a de que "a vida é assim". Aham, senta lá...

É uma piada de mau gosto a palavra "felicidade" no título, afinal não há nenhum personagem feliz no filme inteiro. "Ninguém é feliz, por sorte dá pra ser alegre" - quando Marco Nanini solta essa frase, ela vem como se fossem palavras de sabedoria; uma verdade universal. No mundo de Jabor isso parece ser mesmo uma realidade. Nem me surpreende o fato dele ter ficado quase 30 anos sem fazer cinema - algo que só pode ser realizado com um mínimo de entusiasmo.

Há um pouco de Fellini, um pouco de Ettore Scola, um pouco de chanchada, mas sem nunca criar uma forma própria. Mas pelo menos o filme não é entediante. Tem sempre alguma coisa inesperada surgindo na tela (anões, prostitutas, aberrações de circo, peitos feios...) e com um pouco de humor negro, dá pra dar algumas risadas.

A Suprema Felicidade (BRA, 2010, Arnaldo Jabor)

Assista o trailer

INDICAÇÃO: Sei lá.

NOTA: 5.0