terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Suprema Felicidade


Arnaldo Jabor escreveu e dirigiu o filme, que parece ter algo de autobiográfico também. Ele se passa no Rio de Janeiro da Urca após a 2ª Guerra e fica saltitando entre 3 períodos diferentes - não que haja qualquer cronologia entre os acontecimentos, ou mesmo um enredo. Na verdade o filme é uma bagunça sem estrutura, sem gênero, cheia de pontas soltas, desvios desnecessários... Uma coleção nostálgica de memórias de Jabor que parece ter sido feita mais pro deleite dele, sem grandes considerações pela platéia. O filme alterna entre o cômico, o depressivo, o inocente, o doentio, o elegante, o trash... A justificativa de Jabor pra isso tudo sem dúvida é a de que "a vida é assim". Aham, senta lá...

É uma piada de mau gosto a palavra "felicidade" no título, afinal não há nenhum personagem feliz no filme inteiro. "Ninguém é feliz, por sorte dá pra ser alegre" - quando Marco Nanini solta essa frase, ela vem como se fossem palavras de sabedoria; uma verdade universal. No mundo de Jabor isso parece ser mesmo uma realidade. Nem me surpreende o fato dele ter ficado quase 30 anos sem fazer cinema - algo que só pode ser realizado com um mínimo de entusiasmo.

Há um pouco de Fellini, um pouco de Ettore Scola, um pouco de chanchada, mas sem nunca criar uma forma própria. Mas pelo menos o filme não é entediante. Tem sempre alguma coisa inesperada surgindo na tela (anões, prostitutas, aberrações de circo, peitos feios...) e com um pouco de humor negro, dá pra dar algumas risadas.

A Suprema Felicidade (BRA, 2010, Arnaldo Jabor)

Assista o trailer

INDICAÇÃO: Sei lá.

NOTA: 5.0

4 comentários:

renatocinema disse...

Aprecio Jabor. Quero muito assistir a essa obra.

Caio Amaral disse...

Fala Renato! Só dá pra indicar com segurança pra quem gosta dele mesmo... dos outros que ele dirigiu... Porque é um filme sem público alvo, sem gênero... Eu não cheguei a gostar, mas assisti interessado!

Cristiano Contreiras disse...

Acho que Jabor já fez boas abordagens! Preciso conferir este. abraço

Caio Amaral disse...

Oi Cristiano, conheço pouco a filmografia dele... Depois do Oscar 98 que ele apresentou junto com o Rubens Ewald Filho, confesso que fiquei um pouco traumatizado, rsss. Abs!