Tem qualidades e problemas similares a
J. Edgar. O lado bom é a escolha do tema; Margaret Thatcher é uma figura extremamente interessante, forte, especial (não conheço a história dela tão bem pra saber se apoio todas as suas ideias, mas seus princípios básicos e políticas econômicas eu certamente admiro), então mesmo com falhas o filme não perde todo o seu interesse.
Infelizmente o roteiro é extremamente superficial,
Naturalista, sem enredo, que vai saltando de um episódio pra outro na vida de Thatcher sem dramatizar direito nenhum deles, sem tocar em assuntos polêmicos ou se posicionar em relação a nada (como disse Ebert,
ninguém é neutro em relação a Thatcher, exceto os autores desse filme!), dando a sensação frustrante de que o filme nunca começa - que tudo não passa de um grande trailer; um videoclipe longo que ilustra vagamente a vida de uma mulher da qual gostaríamos de saber mais.
Pessoalmente não gosto do tom ambíguo de crítica (que aqui é muito menos justificado que em
J. Edgar - a "pior" coisa que ela faz o filme todo é ser dura e exigente, pois queria trazer progresso para o país), além da ênfase desnecessária à velhice, que só serve pra dar à plateia o "gostinho" de ver a Dama de Ferro sendo "vencida" pelo Alzheimer, numa tentativa de torná-la comum, ou mesmo puní-la por sua força.
Meryl Streep (que teve sua 17ª indicação ao Oscar, mas que não ganha nada desde 1982) está brilhante - melhor que qualquer outra atriz que vi esse ano - só não é ajudada pelo filme, afinal fica difícil ter uma grande performance se o roteiro é vago e não te dá grandes cenas.
The Iron Lady (Reino Unido, França / 2011 / 105 min / Phyllida Lloyd)
INDICAÇÃO: Quem gostou de
J. Edgar, A Rainha,
Coco Antes de Chanel (que são todos bem melhores).
NOTA: 6.0
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