- Não dá pra entender direito por que os dois se apaixonam. Não só pela diferença grande de ideias e interesses (ele ateu, cientista - ela religiosa, estudante de arte), mas também por não parecer haver uma grande tensão sexual ou algo do tipo. Parece que a relação só se torna mais forte depois que ele fica doente e ela assume um papel de cuidadora, como se fosse uma mistura de amor com pena.
- Personagem de Hawking é simpático, admirável, e a meta dele de entender o início dos tempos é ambiciosa e envolvente. Eddie Redmayne está ótimo no papel - as cenas em que ele recebe a notícia da doença, e depois jogando croquet são comoventes. Incrível o controle dele da face - as micro-expressões e contrações musculares que podemos ver em close.
- O que torna o filme comovente e assistível é a atitude positiva dele. A esperança, a paixão pela ciência, os toques de humor (a plateia está frequentemente rindo ao longo da sessão). O filme não é a história de alguém morrendo, e sim uma história de sucesso, onde no caminho o herói tem que lidar com uma doença grave.
- Eddie Redmayne dá um show com a doença num estágio mais avançado. Performance digna de Oscar. E o interessante é que não é algo que nos distrai da história. Ele convence tanto que paramos de pensar na performance dele, e focamos no drama, no que está acontecendo em cada cena.
- Interessante o surgimento de Jonathan na vida do casal e a discussão que isso levanta. O estranho é que parecia que o Hawking já tinha permitido que a Jane tivesse um caso com ele. A situação fica meio mal explicada.
- Jane começa a se tornar um personagem um pouco antipático. Parece que está de má vontade, que não quer mais ter filhos do Hawking, que está de saco cheio do marido, etc.
- Muito ingrato o papel da Emily Watson! Ela só tem 1 cena no filme praticamente!
- Angustiante quando ele perde a voz e tem que começar a se comunicar através do quadro! Mas é um alívio quando surge a Elaine e começa a ajudá-lo.
- Incrível pensar que ele escreveu "Um Breve História do Tempo" nessas condições, apenas clicando um botão.
- SPOILER: Memorável a cena em que ele e a esposa decidem se separar (ele falando através da máquina, sem poder expressar emoções direito, e depois dirigindo a cadeira até encostar nela)! Muito bem dirigida.
- Discurso final na premiação bonito e inspirador.
CONCLUSÃO: Produção bem feita (sem muito virtuosismo técnico, mas de bom gosto), com uma história real impressionante e uma performance perfeita de Eddie Redmayne.
(The Theory of Everything / Reino Unido / 2014 / James Marsh)
FILMES PARECIDOS: O Jogo da Imitação / Uma Mente Brilhante / O Homem Elefante / A Luta Pela Esperança / Ray
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