sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Quando as Luzes Se Apagam

NOTAS DA SESSÃO:

- A sequência inicial é boa em termos de sustos, etc. Embora eu ache sempre meio frustrante ver o monstro logo na primeira cena. Mas a sacada do bicho só aparecer no escuro é interessante, dependendo de como for desenvolvida.

- O casal é simpático e a ceninha de apresentação deles é legal (o cara querendo compromisso sério e a Rebecca se esquivando, etc).

- É meio jogo sujo o monstro ter o poder de apagar as lâmpadas. Você não sabe mais que regras os personagens podem obedecer pra sobreviverem.

- Por que o filho não fala pra mãe que viu o monstro atrás dela? Ou pra irmã? Esse comportamento não é natural. A Rebecca também já viu o monstro? E nunca falou nada? A relação da família é muito artificial e mal construída. Eles não parecem ter a menor intimidade.

- Não convence a ideia de que a Rebecca iria levar o irmão pra morar com ela. Como ela mora sozinha com essa idade? Com o que ela trabalha? E a mãe... Se ela é louca e não tem marido, como ela vive tão bem, criou uma família normal, está bem cuidada, em forma? Nada faz sentido nesse universo do filme.

- Esse clichê do personagem achar um desenho de criança com com algo "sinistro" no meio deveria ser proibido no cinema.

- Esses personagens são horríveis!! A Rebecca vira casualmente pro namorado e diz: "preciso descobrir sobre a Diana, a vadia é real.". Hein? É assim que ela revela pro namorado que existe um monstro sobrenatural tentando matá-la? Não há 1 pingo de realismo no comportamento dessas pessoas. Não dá pra embarcar na história.

- Como a Rebecca achou tão fácil esses arquivos antigos do hospital psiquiátrico? Várias fotos? Fitas de décadas atrás (e um toca-fitas ainda funcionando)? E essa voz ridícula da Diana, ela já era um monstro mesmo quando estava viva? Outro clichê que eu odeio é quando o personagem descobre um fantasma e de repente se torna um detetive, começa logo a investigar a vida do fantasma, ir atrás de pistas, sem nem ficar chocado com o fato de que existem fantasmas!

- Se o monstro só aparece no escuro, é muito forçado os personagens estarem sempre em lugares tão escuros. Até durante o dia a casa é um breu.

- O monstro pode fechar portas? Interagir com o mundo físico? Ainda não entendi por que ele some na presença de luz, em vez de simplesmente ser ferido por ela como um vampiro.

- Os diálogos estão entre os piores que já vi - o garotinho falando coisas filosóficas do tipo "a coisa mais forte que se pode fazer é enfrentar os seus medos". Ou então quando os personagens entram em papos psicológicos expositivos sem nenhum contexto, só pra mostrar que o filme tem "profundidade".

- Então a mãe é amiga do monstro? Que ridículo. Todo mundo sabe que o monstro é real, e ainda assim a Rebecca continua insistindo que ele não existe, dizendo que a Diana morreu (como se ainda não fosse óbvio que ela voltou de alguma forma).

- Que cena é essa que a Rebecca bate no quarto da mãe pra avisar que eles irão dormir lá na casa? Por que ela estava trancada no quarto e não com os filhos numa situação dessas? E esse bilhete "I Need Help" que ela dá pra filha, pra que serve? Por que ela não faz algo na hora? Estou cada vez mais incrédulo com a insanidade dessa história.

- Ridículo eles acharem que lanternas e velas os protegerão, quando já ficou claro que o monstro não só pode apagar as luzes, como também pode pegá-los no claro! Tanto que o menino foi arrastado pra baixo da cama no quarto com todas as luzes acesas. Pior ainda são as estratégias do filme pra garantir que as luzes estarão sempre apagando com frequência: a heroína tem uma lanterna que só funciona quando você dá corda! Nunca vi isso em toda minha vida.

- O monstro não é amigo de infância da mãe? A relação é muito mal estabelecida. Na cena em que está só mãe e o monstro, elas deviam estar se comportando naturalmente, mas não, a Diana continua agindo como um monstro misterioso, tenta matar a mãe, etc...

-  Agora o menino pode ferir o monstro usando luz?!?!?!

- Um dos diálogos mais ridículos que já ouvi. Martin pra irmã: "Nós vamos morrer?". Rebecca: "Não, nós somos lutadores!".

- SPOILER: Ridículo o final, a mãe se suicidar pra matar o monstro. Esse conceito (de que o monstro era uma materialização de coisas na mente da mãe) foi tão mal desenvolvido no filme que no fim a personagem tem que explicar pra plateia verbalmente: "Você não existe sem mim!", se não as pessoas sairiam da sala pensando que podia ser um fantasma comum. O diretor parece ter se encantado com o conceito ("o monstro simboliza a depressão") e não se importou que tudo soaria artificial na história, desde que o conceito se sustentasse.

- E essa trilha sonora genérica que é uma cópia da de O Sexto Sentido? (OUÇA A COMPARAÇÃO).

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CONCLUSÃO: Visualmente legal e com uma premissa de monstro interessante, mas os personagens e o desenvolvimento da história estão entre os mais horríveis que já vi.

Lights Out / EUA / 2016 / David F. Sandberg

FILMES PARECIDOS: O Espelho (2013) / Mama (2013) / Os Escolhidos (2013) / Mistério da Rua 7 (2010)

NOTA: 3.0

2 comentários:

Anônimo disse...

Acredito que seja óbvio o porquê as luzes da casa estar sempre desligado, a mãe estava sendo manipulada então deixava tudo desligado para a Daiana continuar com ela,sobre os documentos que ela achou, o padrasto dela estava investigando, por isso morreu. Pessoas depressivas não tem uma relação boa com a família talvez seja por isso que não tinham uma relação boa com os filhos.

Caio Amaral disse...

Nem lembro do filme, mas só de reler meus comentários, já consigo contra-argumentar: sua explicação da mãe deixar as luzes apagadas não justifica as facilitações do filme que citei, como a lanterna que você precisa ficar dando corda se não ela desliga. E sobre a relação com os filhos... acho que se você se depara com um monstro sobrenatural atrás de alguém, alertar a pessoa é meio automático... não requer uma boa relação com ela. O instinto de sobrevivência passa por cima dessas questões interpessoais quando as pessoas estão à beira da morte.