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- Como sempre nos filmes de Wes Anderson, o visual é muito criativo, estimulante, interessante tecnicamente, carrega a marca registrada do diretor, porém isso não é o mesmo que dizer que o filme é bem dirigido, tem qualidade cinematográfica - os méritos aqui têm mais a ver com artes plásticas, com design, do que com cinema de fato.
- Me parece um caso de Idealismo Corrompido: por um lado o filme quer contar uma história emocionante de um garoto procurando seu cãozinho perdido, lutando heroicamente contra um governo autoritário, mas por outro, é tudo feito sem envolvimento dramático, de forma não-séria, os personagens são todos feios, meio caricatos, ridículos, o filme está sempre rindo de si mesmo, apresentando uma série de toques absurdos e idiossincráticos na narrativa...
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- Mais pro final pelo menos o filme começa a tentar evocar certas emoções - porém são do tipo que só atingirão os espectadores que se sentem oprimidos politicamente (SPOILERS: a vitória dos cachorros contra o "sistema", o prefeito autoritário eventualmente assumindo seus erros e até doando um rim como pedido de perdão) - para o espectador comum, o filme continuará parecendo mais um exercício de estilo desprovido de emoções e valores mais importantes (ler: A intenção de um filme).
Isle of Dogs / Alemanha, EUA / 2018 / Wes Anderson
NOTA: 5.5
Feios é apelido, esses cachorros de olhos vidrados são assustadores.
ResponderExcluirPedro.
Rsss... e não dá pra dizer que foi por acidente ou incompetência.
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