O que me leva a outro elemento que me intriga em John Wick - todo esse culto à dor e à violência presente na história; fico pensando de onde vem esse prazer de ver alguém matando dezenas de pessoas anônimas, como se a visão de alguém sendo morto na tela gerasse uma satisfação automática, independente de qualquer contexto dramático ou narrativo. Essa não é uma tendência nova, claro, afinal muitos faroestes antigos (ex: Josey Wales, o Fora da Lei e outros do Clint Eastwood) mostram que sempre teve público pra esse tipo de produto.
John Wick 3 é lindamente fotografado e algumas cenas de ação são muito bem coreografadas e dirigidas (há algo de genial na cena em que John Wick usa um livro grosso e pesado pra assassinar o adversário, simbolizando o desprezo por conteúdo desse tipo cinema - livros aqui são apenas objetos ocos que servem pra dar porrada). A produção é de primeira, mas se você é do tipo que precisa de uma variedade mais rica de estímulos pra se ver preso a uma história, a experiência provavelmente será monótona e tediosa, apesar da agitação física ocorrendo na tela.
John Wick: Chapter 3 - Parabellum (EUA / 2019 / Chad Stahelski)
NOTA: 4.0
3 comentários:
Num mundo onde Sharknado já está no quinto filme da franquia, só pode existir um público que realmente não liga mais a mínima se há alguma história que faça sentido. E que nem mesmo acha que a coisa deixa de ser divertida por conta da repetição.
Pedro.
Sim.. embora Sharknado eu coloque numa categoria diferente, pois o considero de fato uma comédia.. é tipo um "Todo Mundo em Pânico", então vc não julga um filme assim pela verossimilhança, etc..
Comédia involuntária?
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