sábado, 25 de maio de 2019

Aladdin


Acho que um remake deve sempre buscar uma execução tão boa ou melhor que a do original, e acrescentar elementos que deem novos valores à experiência, provando que existe talento fresco na produção. O que ocorre aqui é o contrário - o que há de bom é basicamente o que foi preservado do desenho de 92, e o que há de novo é ruim: a direção é ruim, a fotografia é ruim, as mudanças na história em geral são pra pior, e com a exceção de Will Smith (que está bem divertido como o Gênio) os atores parecem mal escalados, principalmente Aladdin e Jafar (é isso o que ocorre quando a sociedade não permite mais que se escale livremente os atores ideais pro papel, pois a prioridade agora é achar o ator da etnia certa, da descendência certa pra não gerar polêmica, etc). O filme acaba funcionando pois a essência da história ainda está lá, e o carisma de Smith ajuda, mas já era de se suspeitar que Guy Ritchie (ex da Madonna, que ficou conhecido por suas comédias de crime moderninhas como Snatch - Porcos e Diamantes, que não podiam estar mais distantes do espírito da Disney) não era a pessoa mais adequada pra dar vida ao “mundo ideal”.

Aladdin (EUA / 2019 / Guy Ritchie)

NOTA: 6.5

9 comentários:

Anônimo disse...

O Aladdin original tinha um roteiro tão bem amarrado e enxuto que dificilmente poderia ser mudado para melhor. Não haviam furos gritantes de roteiro a serem consertados, como em A Bela e A Fera, cujo remake mesmo assim teve seus próprios defeitos, como esticar "Be Our Guest" até enjoar. Cada vez mais esses remakes bobos, uma mistura de brincadeira de cosplay com vontade de tomar dinheiro do público sem correr riscos.
Pedro.

Caio Amaral disse...

A intenção de criar algumas variações pra trazer novidade pro público até que é boa, o problema é fazer isso preservando os valores e o nível de talento do original né..

Anônimo disse...

A única variação que fez algum progresso em relação à animação, até agora, foi "A Bela e a Fera"; o original de 1991 tinha muitos problemas, um roteiro mal costurado e excesso de personagens, muitos deles inúteis, naquele castelo mágico superpovoado, e nem era tão bem desenhado quanto seu predecessor "A Pequena Sereia". Ficou muito afamado por ter sido indicado ao Oscar de melhor filme, mas isso foi num dos piores anos da premiação, onde até coisas como "O Príncipe das Marés" e "JFK" concorreram. A vaga da Bela no Oscar poderia ter sido dada a "Telma e Louise".
Um remake anunciado que poderá funcionar bem é o anunciado Mulan, já que o original também tinha uma porção de problemas, tanto que os chineses detestam essa animação. Só o fato de, segundo se diz, terem cortado o chatíssimo Mushu já é uma mudança para melhor.
Aladdin não é o caso, foi tão bem feito que as alterações só poderiam acabar inúteis ou como excrescência. Outro que não devia ter sido feito foi o Dumbo, que ainda por cima tornou o protagonista coadjuvante de sua própria história.
Pedro.

Caio Amaral disse...

Ah sim.. Thelma & Louise e o próprio Exterminador do Futuro 2 eram superiores a alguns dos que foram indicados a Melhor Filme de 91.. Mulan nunca tive tanta familiaridade, fui assistir direito só há uns poucos anos atrás por incrível que pareça.. os que vieram depois de O Rei Leão (Pocahontas, Hércules, Corcunda, etc) eu nunca tive tanto interesse.. abs!

Anônimo disse...

Realmente, o que veio depois de O Rei Leão não valeu muito, a pena de modo geral. Alguns filmes foram idéias mal conduzidas ou totalmente equivocadas, e só tem alguns trechos bons. Pocahontas tem de bom só as canções "Colors of the Wind" e "Savages", e a cena do mergulho olímpico da protagonista; o Corcunda tem apenas a canção tema de Frollo, "Hellfire", e o filme não foi uma boa idéia, a obra original era muito adulta e sombria para crianças, e a produção a infantilizou botando gárgulas falantes como alívios cômicos, e acabou desagradando todo mundo.
Em relação a Mulan, os chineses não gostaram por seu humor muito americanizado, por algumas algumas situações inverossímeis, e por alguns erros nas representações de costumes históricos, como pôr o imperador chinês fazendo uma reverência à protagonista no final, quando imperadores da China não faziam reverência a ninguém. É um filme que tem chance de ser refeito de uma boa forma.
Pedro.

Caio Amaral disse...

São 3 filmes cujos protagonistas não me interessavam tanto quando era criança.. pelo menos num nível superficial.. enquanto o Rei Leão, A Pequena Sereia, A Bela e a Fera, criaram personagens mais universais.. esses já focaram em figuras mais "exóticas", regionais... quando eu olhava aquele corcunda "deformado porém fofo" na capa da VHS não tinha muita vontade de alugar o filme kkk.. abs

Anônimo disse...

E o Corcunda de Notre Dame supostamente irá ter também uma versão live-action, supostamente com Josh Gad no papel principal. Não sei se daria certo. Pode ser que o filme apele hoje para a nostalgia de alguns, mas seu tema era muito adulto para funcionar bem junto ao público infantil, e junto aos adultos tinha o problema da idéia arraigada de que animações são coisas pra crianças. Isso já tinha levado ao fracasso uma tentativa anterior da Disney de fazer um desenho para um público mais velho tinha sido The Black Cauldron, uma fantasia baseada nas Crônicas de Prydain, um genérico do Senhor dos Anéis.
Pedro.

Anônimo disse...

Hércules passou ontem de noite no Disney XD. Conseguia ser menos fiel à mitologia grega que aquela série de TV com o Kevin Sorbo. Em vez da mitologia, a Disney preferiu contar a história do superman num vago mundo greco-romano. O protagonista nasce num mundo sobre-humano, vem parar na terra por acaso, é criado por um casal do interior e até mesmo desafia as regras para trazer de volta da morte a mulher que ama. Além disso, os números musicais pareciam exagerados e invasivos. No máximo, é melhor que Frozen, com o qual de certa forma se parece, ao mostrar um protagonista com grandes poderes que inicialmente é rejeitado pelas pessoas. Ao menos as coisas acontecem com alguma razão de ser, a história faz razoável sentido e Hades consegue ser um vilão convincente.
Pedro.

Caio Amaral disse...

Hércules é mais um desses que vieram mais pro fim do "renascimento" da Disney e que eu acabei nem vendo na época.. fui ver acho que na Netflix só.. achei ok mas não me marcou tanto..