segunda-feira, 1 de julho de 2019

Turma da Mônica: Laços


Tinha boas expectativas por se tratar de um filme do Daniel Rezende (editor de Cidade de Deus indicado ao Oscar e diretor de Bingo - O Rei das Manhãs, pra mim uma das melhores produções nacionais), e talvez por isso tenha me decepcionado um pouco. A história é tão genérica e despretensiosa (tudo gira em torno do sumiço do cachorro Floquinho) que me pareceu mais adequada pra um episódio do gibi do que pra um longa-metragem de fato (sempre preferi filmes infantis que tratam crianças de igual pra igual, com inteligência, seriedade artística, sem medo emocionar, lidar com temas importantes - em vez de tratá-las como casuais e bobinhas). Acho sempre problemático também quando o Brasil se propõe a fazer filmes mais escapistas, recriar um universo fantasioso na tela. Talvez por falta de verba (e de expertise no gênero), a produção acabe parecendo meio pobre em termos de direção de arte, design de produção, efeitos especiais, quando comparada às produções americanas com as quais estamos acostumados. Giulia Benitte está ótima como a Mônica, mas nem todo o elenco funciona tão bem (Rodrigo Santoro como o Louco me pareceu uma escolha bem equivocada). O filme é bem intencionado e mais bem feito do que se poderia esperar pra um live action da Turma da Mônica, mas infelizmente não chega a cumprir o potencial que tinha de se tornar a nova referência nacional do gênero.

Turma da Mônica: Laços (Brasil / 2019 / Daniel Rezende)

NOTA: 5.5

4 comentários:

Dood disse...

Caio o filme é baseado numa Graphic Novel (HQ) a história é bem morna. Parecia algo mais voltado a quem é fã dos personagens mesmo. Tanto que quando vi que iriam adaptar achei que iriam fazer alguma mudança pra versão do cinema.

Caio Amaral disse...

Pois é.. a graça acaba sendo ver o universo e os personagens recriados no cinema.. mas pra quem vê de fora (fiquei imaginando um estrangeiro vendo o filme), não acho que a história se sustente muito bem..

Anônimo disse...

E para o grande público conhecedor das HOs, poderia haver a estranheza de o Cebolinha aparecer tão cabeludo, ou que o Floquinho tenha uma cara visível, nos quadrinhos ele parece mais uma moita.
Pedro.

Caio Amaral disse...

É.. eles optaram por um meio termo entre algo realista e algo estilizado como nos quadrinhos.. certas coisas funcionam, outras ficam meio nonsense.. abs.