segunda-feira, 5 de julho de 2010
Brilho de uma Paixão
Da diretora Jane Campion (O Piano), foi indicado ao Oscar de melhor figurino e mostra o romance entre o poeta britânico romântico John Keats e sua única grande paixão, Fanny Browne, uma garota comum que nada entendia de poesia e ficou ao lado dele até sua morte por tuberculose aos 25 anos de idade.
Todo mundo sabe que é um perigo tentar traduzir poesia para cinema; cinema é uma arte visual - colocar um ator lendo um texto apaixonadamente em frente à câmera é o equivalente cinematográfico a uma página em branco (pessoalmente, nunca gostei nem valorizei poesia, o que torna a tentativa ainda menos interessante - adoraria sentar um dia com alguém que entende do assunto e ter uma boa discussão). A paixão platônica entre Keats e Browne é outra coisa que o filme não consegue traduzir muito bem pra platéia. Os melhores filmes românticos são sempre interativos; a história é contada de uma forma que a gente sofre, vibra, se emociona junto com os personagens. Aqui, as coisas são vividas pela platéia com um envolvimento absolutamente jornalístico (e não é culpa dos atores, que estão todos muito bem).
Se pelo conteúdo o filme não empolga, pelo menos é tudo muito bem realizado e visualmente gratificante. Ironicamente, o melhor que o filme tem a oferecer são algumas imagens belíssimas de natureza (como a do pôster), nos momentos em que os personagens estão apenas caminhando e vivendo o amor na luz do sol - de boca fechada.
Bright Star (ING/AUS/FRA, 2009, Jane Campion)
Orçamento: US$ 8.5 milhões
Bilheteria: US$ 12 milhões
Nota do IMDb (público): 7.2
Nota do Metacritic (crítica): 8.1
INDICADO PARA: Difícil de definir, o filme está naquela zona cinza entre arte e entretenimento onde ele não é nem um, nem o outro. Acho que pra quem gostou de Sylvia - Paixão Além de Palavras ou Moça com Brinco de Pérola.
NOTA: 6.0
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