sexta-feira, 29 de abril de 2016

Capitão América: Guerra Civil

NOTAS DA SESSÃO:

- As sequências de ação/luta são desinteressantes, não têm nada de atraente em termos de coreografia, fotografia, direção, conceito, etc.

- Cai na categoria Mentalidade Clichê.

- Legal o efeito especial do Robert Downey Jr. jovem! O elenco é forte pela quantidade de astros, etc.

- Acho uma bobagem toda essa ideia de que os Vingadores mataram inocentes. Eles apenas protegeram as pessoas de criminosos que, se deixados livres, teriam causado um estrago incrivelmente maior. A culpa pela mortes acidentais é dos vilões, e não dos que estão defendendo a população (é o que disse recentemente em Decisão de Risco). Nesse ponto o Capitão América está certíssimo. Pior ainda é a ideia de que os heróis, por serem poderosos, atraem desafios, conflitos, portanto são indiretamente culpados pelas mortes. Ou seja, vamos todos ser medíocres, comuns, fracos, assim não chamamos atenção de ninguém, não criamos rivalidades, não atraímos criminosos, e a população fica mais segura (!).

- Ainda assim, acho válido o debate de que os heróis deviam cooperar com o governo e não se colocar acima dele nessas questões de segurança pública.

- Legal a cena do atentado em Viena (que leva o Black Panther a mudar de lado e buscar vingança pela morte do pai).

- O filme tem mentalidade de série de TV e não apresenta os personagens direito pra gente relembrar da história. Já nem sei direito como era a relação entre o Capitão América e o amigo Barnes, como funciona o Winter Soldier, etc. Muitas coisas são mal explicadas e prejudicam a narrativa.

- Assim como em Batman vs Superman, me irrita essa ideia de colocar os heróis uns contra os outros, tornar as relações conflituosas, etc. Sem falar nessa coisa anti-individualista de fazer filmes sobre "grupos de super-heróis". Ninguém parece "super" nesse contexto, o que tira toda a graça da história. Parece forçado também trazer o Homem-Aranha, o Homem-Formiga pro filme... Não soa como uma estratégia brilhante e necessária, e sim como uma forma de arrancar uns suspiros fáceis dos fãs.

- Um tédio a sequência de luta no aeroporto. A rivalidade entre os 2 grupos não é forte o bastante, não podemos torcer plenamente pra nenhum dos lados, em termos de direção é tudo muito preguiçoso e caótico, me irrita eles destruindo desnecessariamente tanta propriedade privada, aviões, etc, o humor constante quebra a seriedade do momento (principalmente os comentários do Homem-Aranha), muitas coisas que acontecem não fazem muito sentido... Achei divertido o Homem-Formiga ficar gigante, mas por exemplo: por que ele é derrotado pelo Homem-Aranha simplesmente por cair no chão? É o tipo de filme que só funciona quando visto com a mente fora de foco.

- A briga final entre o Capitão América e o Homem de Ferro também é uma bobagem. Por que o Homem de Ferro não entende que não foi o Barnes que matou os pais dele... mas que a mente dele estava sendo controlada pela Hydra?

- O vilão do filme é fraco, pouco presente. A motivação dele é bem clichê: mataram pessoas que ele amava agora ele quer vingança! Só que os pais dele não foram mortos de propósito pelos Vingadores, foi tudo um acidente, então é uma vingança superficial. Os conflitos mais fortes da história são entre os heróis, só que esses conflitos não gerariam toda essa guerra se o roteiro fosse mais plausível.

CONCLUSÃO: O mesmo "nada" cinematográfico da maioria desses filmes do gênero.

Captain America: Civil War / EUA / 2016 / Anthony Russo, Joe Russo

FILMES PARECIDOS: Vingadores: Era de Ultron / Homem-Formiga / Capitão América 2: O Soldado Invernal

NOTA: 4.5

17 comentários:

Marcus Aurelius disse...

Me adiante uma coisa, como é o teor político do filme? Lembra que eu falei um monte por causa do PSTU? hehe

Caio Amaral disse...

A discussão política do filme é bem superficial.. parece que eles só quiseram colocar esse tema da polarização na trama pq é algo que está em alta no mundo real e iria dar mais prestígio pro filme. Na prática ele não diz nada de relevante e consistente. É tipo a Beyoncé quando fala em "feminismo"... não há substância por trás, apenas o desejo de chamar atenção. Não dá pra defender totalmente nenhum dos lados pq os dois estão errados em algum aspecto.. O Capitão América está errado em não querer se submeter ao governo.. ele tem a ideia meio anarco-capitalista de ter várias forças armadas independentes disputando por seus interesses numa mesma área, o que eu acho ruim.. Se fosse apenas essa a objeção do Homem de Ferro, eu estaria do lado dele, mas não..! A motivação do time do Homem de Ferro é uma coisa meio pacifista.. "não podemos lutar pois somos muito poderosos e alguns civis podem ser mortos na nossa tentativa de matar os vilões".. nesse ponto eu estou do lado do Capitão América.. Nenhum dos lados é claramente imoral, então o debate é morno.. na vida real, a polarização acontece por causa de questões morais bem mais profundas.. não por questões burocráticas mais simples como no filme..

Anônimo disse...

eai, vc tem visto as produções originais netflix? depois de beasts of no nation achi que ia ter um monte de criticas da netflix e vc n fz mais.
chegou a ver ridiculous six, daredevil, jessica jones, o tigre e o dragão? fala ai o qq achou desses

Caio Amaral disse...

Eu criei um preconceito enorme contra as coisas da Netflix então não tenho visto quase nada.. O Tigre e o Dragão eu comecei a ver mas desliguei em 30 minutos.. estava achando muito fraco.. Daredevil vi o primeiro episódio mas acho que parei antes do fim também.. Os outros não vi. Jessica Jones e Ridiculous 6... Acha que valem a pena? Abs.

Marcus Aurelius disse...

Olá Caio, vi todos os vídeos da Ayn Rand do seu canal e a filosofia dela simplesmente me fascinou e fiquei sedento por mais. Eu gostaria de ler algumas obras dela, mas não sei por onde começar. O que você me recomendaria?

Caio Amaral disse...

Oi Marcus, que bom.. Você lê em inglês? Muita coisa dela não foi traduzida. Ela escrevia ficção e não-ficção. De ficção, os 2 grandes livros dela são A Nascente, e A Revolta de Atlas e ambos têm em português (Atlas é a maior obra dela, mas não sei se recomendo começar por ele.. Até porque é um livro imenso, rs. A Nascente seria uma introdução melhor). Dos de não-ficção, só tem traduzido o The Virtue of Selfishness (A Virtude do Egoísmo) que é um dos mais importantes e fala sobre ética. Mas se você puder ler em inglês também, tem pelo menos outros 2 imperdíveis: Capitalism: The Unknown Ideal, sobre política, e The Romantic Manifesto, meu favorito, sobre arte.

Marcus Aurelius disse...

Olá Caio, obrigado pela resposta rápida, este final de semana eu ia ao shopping e vou aproveitar procurar, ainda bem que você respondeu rápido. Eu não sabia que traduziram os livros dela nem qual era a obra mais importante.

Só que meu inglês é intermediário, para ser fluente só falta viver no exterior. Eu consigo compreender os vídeos sem legenda. Mas não consigo entender expressões ou figuras de linguagem.

Caio Amaral disse...

Legal! Ah, parece que existe traduzido também o Objetivismo: A Filosofia de Ayn Rand, que não foi escrito diretamente por ela, mas pelo Leonard Peikoff, que é o herdeiro dela e a segunda maior autoridade no assunto. Esse livro é apresentação mais completa da filosofia dela e aborda todos os tópicos.. metafísica, ética, política, arte, etc. É excelente, mas não sei se é fácil de conseguir.

http://www.il-rs.org.br/site/info/det_livraria.php?recordID=157

Marcus Aurelius disse...

Mais uma vez obrigado Caio.

Anônimo disse...

Caio, o que você achou da vitória do partido trabalhista em Londres? não acho mais aquele video que vc falou sobre isso,

Caio Amaral disse...

Ué, estou meio por fora dessas eleições então não devo ter falado disso em nenhum vídeo..! Mas li rapidamente que o cara é de esquerda E muçulmano.. não preciso de mais nada pra saber q sou contra.. rss.

Anônimo disse...

vc é contra muculmanos?

Caio Amaral disse...

Não gosto de religiões em geral, em especial o islamismo.. se puder ler em inglês, esse artigo do Stephen Hicks explica o porque:
http://www.thesavvystreet.com/which-religion-is-the-worlds-best-or-the-least-evil/

Anônimo disse...

Hum, entendi. vc não gosta do muculmano como religiao e não como pessoa. Olhando por esse ponto de vista eu concordo plenamente com vc e agora acho duas vezes pior. Coitados dos londrinos com a crise de imigrantes agora.

Vc gravou o vídeo sobre mentalidade anticapitalista, e ali vc mencionou alggo sobre o partido trabalhista ter vencido no parlamento ingles.

Caio Amaral disse...

Se a pessoa não levar a religião a sério e tiver valores diferentes.. pode ser que eu goste dela.. mas um muçulmano que realmente viva a religião, acho que eu não gostaria nem como pessoa. Eles são incompatíveis com a cultura ocidental..

Acho que isso do partido trabalhista está nos comentários de alguma postagem.. respondendo a algum leitor do blog.. e não eu falando no próprio vídeo.. abs!

Marcus Aurelius disse...

Olá Caio, eu estou tentando entender sobre o sistema capitalista que Ayn Rand defende, mas eu tenho algumas dúvidas.

No capitalismo Laissez-faire, como funciona os direitos trabalhistas, como 13º salário, férias, fundo de garantia, jornada de quarenta horas semanais, etc?

Getúlio Vargas adotou estas medidas populistas forçando o empresário a submeter-se a elas, mas beneficiou muito o trabalhador. Em um Laissez-faire, como ficaria nesta questão?

Como fica o salário mínimo que o empresário deve pagar ao trabalhador? Ele pode pagar mais se o profissional for habilidoso, mas menos que isso não. Do meu ponto de vista parece estar certo.

Se o governo não tiver nenhuma relação com a economia, isto não se torna anarco capitalismo?

Quando a nação estiver passando por determinadas situações (guerra, crise, epidemias, ocupação estrangeira), não é necessário que o governo intervenha e se coloque acima do empresário?

Espero que não se importe de estar usando o espaço do blog para este tipo de debate. Já encomendei "Objetivismo, a Filosofia de Ayn Rand", e acho que vou vir aqui direto pra tentar entender melhor algumas dúvidas. Se talvez um blog voltado ao cinema não for o espaço para este tipo de discussão, você sugeriria outro meio?

Caio Amaral disse...

Desde que ninguém viole os direitos dos outros (roube, inicie força física, cometa fraude..) as relações entre empresa e trabalhador seriam totalmente livres do governo.. não existiria um salário mínimo pré-estabelecido.. 13º salário obrigatório nem nada disso.. cada empresa teria suas próprias propostas e o empregado estaria livre pra decidir se lhe interessa ou não..

A Ayn Rand não defende anarco-capitalismo. No anarco-capitalismo, o governo não existiria pra nada.. A Ayn Rand acha fundamental o governo existir, mas apenas para PROTEGER os direitos individuais (vida, liberdade / busca da felicidade, propriedade). Mas não pra DAR nada pras pessoas, sustentar a população etc.. afinal o governo não produz riquezas.. só pode tirar de uns pra dar pra outros, o que é uma violação do direito à propriedade.. Mas no laissez-faire, continuaria existindo polícia, exército, tribunais de justiça, etc..

Podemos trocar e-mails: caiorodriguesamaral@gmail.com
Ou então me add no facebook se quiser e falamos pelo chat: https://www.facebook.com/caioamaral

Poxa legal que conseguiu achar o livro..! Achei q poderia estar fora de catálogo.. ele é bem abrangente.