segunda-feira, 19 de junho de 2017

Colossal

NOTAS DA SESSÃO:

- Anne Hathaway fica sempre bem fazendo essas garotas meio losers, perdidas na vida (e ao mesmo tempo atraentes, divertidas).

- O filme começa com um tom excêntrico, uma mistura incomum de gêneros, diálogos e personagens divertidos. Prende a atenção simplesmente por ser absurdo - queremos saber a relação do monstro do prólogo com o resto da história, coisas que parecem completamente incompatíveis.

- Hilário a Anne vendo as notícias de Seul, e toda a sequência em que ela começa a descobrir sua relação com a criatura. A premissa é absurda, mas como a abordagem é cômica, acaba convencendo (lembra coisas do Spike Jonze). Só espero que haja um significado maior pra isso tudo, não seja apenas bizarrice pela bizarrice.

- Uma coisa estranha no filme é que ele tem uma linguagem absolutamente convencional. Nada no visual, nas performances, na fotografia, na direção, na trilha sonora sugerem um filme excêntrico. Apenas os acontecimentos do roteiro. Quando você vê um filme de um autor realmente excêntrico, mesmo que a história seja normal, essa característica acaba se revelando na obra em diversos elementos, pois tudo está sendo decidido por uma pessoa que realmente pensa de forma única e diferente. Aqui fica parecendo um cineasta cult "wannabe".

- A história é interessante até o momento em que a protagonista descobre que controla o monstro, conta pros amigos, etc. Depois disso o roteiro perde a força e não sabe muito bem o que fazer com essa premissa.

- O que alcoolismo tem a ver com isso tudo? A conexão entre os diversos temas do filme não é clara.

- Os conflitos que vão surgindo entre os personagens não são muito sólidos e convincentes. Eles estão no meio de um evento inexplicável, com a vida de milhares de pessoas nas mãos, e ficam se desentendendo por causa de álcool, drogas, fazendo chantagens sem sentido. Não fica claro qual o tema do filme, o que está sendo discutido, e como a ideia do monstro em Seul se encaixa nisso tudo.

- Aos poucos o filme vai mostrando que não tem um grande conteúdo por trás da maluquice. Que o cineasta está apenas brincando de ser excêntrico, como se isso fosse um valor em si. A cena em que o Oscar explode fogos de artifício dentro do bar, por exemplo, não tem o menor sentido, exceto o de provar pra plateia o quão "diferente" é o filme.

- Por que Oscar quando criança destrói o trabalho da amiga? Qual a motivação por trás dessa agressão? O que isso diz a respeito da relação entre os dois? Falta desenvolvimento de personagem. Por mais que a história do monstro seja absurda, o filme deveria ser claro pelo menos no que ele quer dizer num nível humano / emocional.

- SPOILER: O final é uma tolice (Anne viajar pra Seul e de lá conseguir ficar maior que o robô, porém invisível - só na mente do roteirista isso deve ter qualquer lógica).

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CONCLUSÃO: Interessante pela originalidade, mas a excentricidade do filme não parece fundada em real talento e conteúdo.

Colossal / EUA, Canadá, Espanha, Coréia do Sul / 2016 / Nacho Vigalondo

FILMES PARECIDOS: Sete Minutos Depois da Meia-Noite (2016) / O Lagosta (2015) / Quero Ser John Malkovich (1999)

NOTA: 5.5

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