Todo ano nessa temporada de prêmios surge algum filme como esse, que não chega a ser um grande filme como um todo, mas que tem uma performance central forte de algum ator veterano, e por isso acaba ganhando destaque nas premiações nas categorias de elenco. Glenn Close já foi indicada a 6 Oscars e nunca ganhou, e por isso é uma das favoritas a levar o prêmio dessa vez (seu maior obstáculo seria Lady Gaga), embora não seja o papel mais espetacular de sua carreira (ela está muito bem, claro, mas não é um filme marcado por grandes cenas, momentos de explosão, etc).
O filme conta a história da esposa de um escritor famoso, e os questionamentos dela a respeito de seu papel na relação, onde o marido parece receber todas as glórias, todo o reconhecimento, enquanto ela é vista apenas como "a esposa", embora contribua muito mais para o sucesso dele do que as pessoas imaginam. A trama lembra outros filmes recentes como Colette (onde Keira Knightley é uma escritora talentosa mas o marido leva o crédito) ou Grandes Olhos (onde Amy Adams é uma pintora talentosa mas o marido leva o crédito). Apesar de não ser tão forte em termos de roteiro, direção, o filme acaba ganhando a simpatia da crítica até por causa da mensagem feminista, que celebra a superioridade da mulher enquanto expõe a natureza exploradora e egoísta do homem (filmes que defendem os interesses de grupos considerados oprimidos acabam tendo uma grande vantagem competitiva nas premiações hoje em dia). Deve agradar principalmente ao público feminino, casais maduros - quem gostou de filmes como 45 Anos com a Charlotte Rampling, por exemplo.
The Wife / Reino Unido, Suécia, EUA / 2017 / Björn Runge
NOTA: 6.0
2 comentários:
"Grandes Olhos" ao menos tinha a pertinência de tratar de um caso real. Como ficção, esse tipo de filme de mensagem acaba perdendo força, porque a ficção não se presta a provar nada. Mas de modo geral, não gosto de filmes que forçam a barra para empurrar sua mensagem, tipo "O Couraçado Potemkin", que com todo seu virtuosismo técnico, não de ser propaganda pura e simples (comunista, no caso).
Pedro.
Nossa, deve ter uns 15 anos que não vejo o Potemkin.. na época ainda não implicava tanto com essas questões de propaganda ideológica em filmes hehe.. abs!
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