Um dos filmes mais surpreendentes e originais que já vi. Mas que fique claro que não é pra todos os gostos: é um filme altamente simbólico, surrealista, onírico, com elementos sexuais que podem incomodar alguns. Escrito e dirigido pelo francês Bertrand Mandico (que até então vinha desenvolvendo seu estilo em curtas), o filme reproduz de maneira impressionante o visual de filme dos anos 50 (e às vezes dos anos 70/80) e conta uma história misteriosa sobre descoberta sexual envolvendo 5 garotos numa ilha deserta, que lembra um pouco O Senhor das Moscas (1963), passando por Querelle, misturado com as obras mais surreais do David Lynch ou Jodorowsky.
Não costumo ter muito ânimo pra filmes tão interpretativos, mas esse aqui é daqueles que conseguem criar algo tão diferente de qualquer coisa já vista, com tanta imaginação, capricho técnico, surpreendendo cena após cena (e ao mesmo tempo mantendo certa coerência temática, dando sempre a impressão de que o autor tem algo específico e interessante a dizer, não está apenas fazendo coisas aleatórias pra brincar com o espectador ou exibir seu estilo), que acaba sendo uma experiência fascinante, mesmo sem o auxílio de recursos narrativos mais convencionais. Foi eleito o melhor filme do ano pelos críticos da prestigiada Cahiers du Cinéma.
NOTA: 8.5
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