domingo, 9 de fevereiro de 2020

Outros filmes vistos - Fevereiro 2020

O Homem Invisível (The Invisible Man / 2020): 8.5 - Suspense fantástico que dá uma roupagem meio Dormindo com o Inimigo (1991) pra história clássica de H.G. Wells.




Modo Avião (2020): 6.0 - Bem clichê e formulaico, mas transmite bons valores e é realizado com competência, o que já é um destaque pra um filme brasileiro (claro que é tudo uma desculpa pra Larissa Manoela exibir seu carisma, que é o que acaba carregando o filme).





Maria e João - O Conto das Bruxas (Gretel & Hansel / 2020): 3.0 - O cineasta tem um senso estético interessante (poderia ser um bom diretor de videoclipes, ou de ensaios de moda), mas infelizmente não percebe que há muito mais por trás de um bom filme do que imagens estilosas.





Sonic: O Filme (Sonic: The Hedgehog / 2020): 6.0 - Bonitinho e bem intencionado, embora artisticamente não seja muito mais ambicioso do que um episódio do Papa-Léguas na TV. Não é o desastre que se esperava pelo primeiro trailer, e ainda serve pra matar a saudade das caretas do Jim Carrey.





Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (Birds of Prey: And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn / 2020): 5.0 - Visual bonito, Margot Robbie está divertida... Em geral fico incomodado com filmes que esperam que a gente torça por vilões, mas aqui não achei tão problemático pois o filme não leva a personagem a sério (não glamouriza o mal de forma tão grave quanto Coringa, e também não vira uma auto-paródia estilo Deadpool). Ainda assim achei difícil de me importar por alguém, pela trama, por qualquer coisa. Fica um senso de indiferença ao final da sessão - o que pelo menos já é um avanço em relação a Esquadrão Suicida.







Taylor Swift: Miss Americana (Miss Americana / 2020): 6.5 - Taylor tenta nos convencer de que ela cansou de ser uma boa garota, e por isso agora resolveu se posicionar politicamente, defender causas de esquerda, como se isso fosse sinal de rebeldia, independência intelectual. Mal sabe ela que até a Barbie defende causas de esquerda hoje, e que no fundo essa mudança só mostra que ela continua presa à necessidade de parecer uma boa garota: você não pode continuar sendo uma "boa garota" na cultura atual se você não fizer oposição a Trump, não se mostrar lutando pelas minorias, etc. Apesar dessa narrativa meio forçada, o documentário tem momentos interessantes quando foca na trajetória de sucesso de Taylor, no processo criativo, nos impactos psicológicos da fama, etc.





Midway - Batalha em Alto-Mar (Midway / 2019): 5.5 - Filme com jeitão de anos 90, que nos lembra tanto do aspecto divertido quanto do lado ruim dos blockbusters daquela época (excesso de clichês, personagens unidimensionais, etc). Mas como guilty pleasure até que não é ruim.





Klaus (2019): 6.5 - Foi o que achei mais legal entre os 5 indicados ao Oscar de Melhor Animação. Há algumas mensagens ruins (o filme podia muito bem ter sido uma celebração do empreendedorismo, mas ele tenta misturar isso com uma filosofia de altruísmo, o que não funciona tão bem - o protagonista chega a ser vilanizado por ter algum tipo de interesse pessoal no negócio de entregar brinquedos - não ser 100% altruísta como Klaus). Ainda assim é um roteiro bem elaborado, que cria uma história de origem interessante pro Papai Noel.





Link Perdido (Missing Link / 2019): 4.0 - Visualmente bonito, mas o trio central não tem muita química e a história não é das melhores (fica difícil se interessar tanto pelo objetivo do aventureiro, que quer ganhar respeito de homens que ele mesmo despreza, quanto pelo objetivo do Pé Grande, que quer encontrar sua tribo, mas está claramente indo atrás da tribo errada). Irrita também o problema do Herói Envergonhado - a tentativa de passar uma mensagem de heroísmo, integridade, determinação, ao mesmo tempo em que o filme apresenta os protagonistas como losers, figuras atrapalhadas, inseguras, nem um pouco inspiradoras.





Os Órfãos (The Turning / 2020): 3.5 - Apenas mais um amontoado de clichês pra preencher a cota de filmes de terror que estreiam todo mês. É o que costuma acontecer com diretores de videoclipe quando resolvem dirigir um longa: os cenários ficam incríveis, o visual dos atores também, mas a história é péssima e nada funciona num nível emocional. Se for pra ver uma adaptação de "A Volta do Parafuso", fiquem com o clássico de 1961 Os Inocentes.

16 comentários:

Anônimo disse...

Já passou da hora dos estúdios se preocuparem mais com o conteúdo dos filmes. Fazer algo visualmente impressionante não é tão difícil, a não ser as pessoas na produção tenham uma total falta de gosto, e não compensa uma história ou narrativa ruim.
Pedro.

Dood disse...

Engraçado nem tinha notado essa animação do Pé Grande por aqui, aqui tinha estreado Um Espião Animal. Essa nova produção da Laika me parece tão genérica, não me atraiu tanto.

Caio Amaral disse...

Pedro.. É mais fácil entender o que é "bem feito" num nível concreto / visual.. agora quando vc está falando de roteiro, elementos mais abstratos.. ninguém tem muita ideia mais de quais são os critérios.

Dood, esse filme Link Perdido ganhou o Globo de Ouro de Melhor Animação, e está indicado ao Oscar. abs!

Anônimo disse...

Porque não traduziram para "Elo Perdido", uma expressão bem tradicional para se referir a esse tipo de criatura? Link aqui no Brasil é o que você clica para acessar outro endereço na internet.
Pedro.

Caio Amaral disse...

Não faz sentido mesmo, Pedro.. no filme ele é apelidado de "Mr. Link", então talvez eles tenham mantido o "Link" por ser usado na história como um nome próprio.. mas era só chamá-lo de "Sr. Elo"..

Dood disse...

Esse Link tenho pra mim que o cara envolvido com a tradução viu como era popular o nome do personagem Link em Zelda, ou por convenção fazer um nome internacional. Eu tenho bronca com a Disney por causa disso com o nome Sininho que convencionou Tinkerbell.

Caio Amaral disse...

Certamente, tradução de títulos é uma das profissões mais polêmicas no Brasil, hehehe...

Anônimo disse...

No caso do filme, acho que prejudicaram o interesse mais amplo do público, já que "Elo Perdido" seria um título que indicaria logo do que se tratava.
Também não gosto dessas renomeações da Disney, suprimindo nomes locais de personagens, Tinkerbell no Brasil não se chama mais Sininho, e o Ursinho Puff agora é Winnie the Pooh. Qualquer dia vão fazer os brasileiros chamarem o Pateta de Goofy e o Tio Patinhas de Scrooge. Dá pra pensar o quanto os personagens ganharam em familiaridade...
Também não gosto das renomeações em Star Wars, pode ser implicância minha e talvez sejam necessárias por causas das prequelas e sequelas sem fim, mas preferia que a trilogia original continuasse se chamando "Guerra Nas Estrelas", etc., sem essas coisas de episódios 4, 5, e etc.
Pedro.

Caio Amaral disse...

É.. talvez isso de manter os títulos em inglês seja uma reação exagerada contra tantas traduções toscas que já foram feitas no passado.. e foram dando uma reputação duvidosa
pras distribuidoras. Uma coisa que me incomoda também é quando eles alteram pro português textos na imagem do filme.. normalmente isso acontece com títulos, em blockbusters ou filmes infantis.. eles refazem o logo em português.. me sinto vendo uma obra de arte falsificada, hehe.

Anônimo disse...

"Klaus" e "Link Perdido" foram contemplados com premiações importantes, desbancando os hits da Disney, que costumavam ser ganhadores certos. O primeiro ganhou o Annie Awards e o BAFTA, e o segundo o Globo de Ouro. Os dois tem a favor de si o fato de não serem continuações ou remakes, como as produções recentes da Casa do Rato, preocupadas demais em jogar seguro.
Pedro.

Anônimo disse...

Você é muito parcial nas suas críticas, é notório, e se acha bom demais e não faz uma crítica realmente válida, que acrescente ou instigue a ver ou não ver algum filme

Caio Amaral disse...

1) Esse post não tem "críticas" de fato e sim breves comentários só pra indicar se gostei ou não dos filmes..
2) Se o que eu tenho a dizer não lhe acrescenta em nada.. vá ler outra coisa então.. vc certamente não é o tipo de pessoa que me interessa por aqui

Anônimo disse...

Caio, a sua lista de "piores filmes" com a análise dos critérios e a categorização com base nos valores sumiu do blog. Vc apagou de propósito?

Caio Amaral disse...

Eu acabei deixando esse post oculto pois sempre vinham me perguntar por que filme X ou Y estava entre os piores.. e eu raramente conseguia explicar, afinal tinha muita coisa ali que eu tinha visto havia 10, 15 anos.. acabava alienando mais os leitores do que informando algo.

A categorização era baseada no post Virtudes e Tipos de Filmes que ainda está no ar..

Rodrigo E. disse...

Nunca me decepciono com os filmes que vc deu >= 8 hehe. Tirei um tempo pra ver um filme novamente, passei aqui pra dar uma filtrada, escolhi o The Invisible Man e acho que não tinha como escolher melhor. Muito bem feito!

Caio Amaral disse...

Ahh que bom Rodrigo..! É tanta coisa dispensável que é lançada né.. fico feliz de servir como um bom filtro, hehehe.🙏