Mesmo em suas produções mais rotineiras, Woody costuma sempre apresentar alguma sacada que justifique o trabalho — algum conceito criativo de trama que dê novos ares aos seus velhos temas. A trama aqui é simples, sem grandes ideias — são as sequências de sonho que intercalam a história que trazem algo de memorável à produção. Em parceria mais uma vez com o grande fotógrafo Vittorio Storaro, Woody faz sua "carta de amor" ao cinema europeu e a diretores como Bergman, Godard, Truffaut, Fellini, reproduzindo cenas icônicas de seus filmes mais conhecidos. Embora não seja necessário conhecer os clássicos pra acompanhar a história, ainda é um filme feito por cinéfilos para cinéfilos, e muito da graça vai se perder pra quem não fizer parte do "clube", até porque vários dos diálogos são sobre filmes e têm piadinhas internas que só quem entende do assunto vai aproveitar. Não é dos filmes mais ambiciosos do diretor, mas comparado aos 3, 4 últimos, este me pareceu um dos mais autênticos e pessoais, não só pelos temas discutidos, mas também porque pra mim as histórias de Woody sempre convencem mais com "velhos chatos" no papel principal do que quando ele traz os novinhos em alta de Hollywood pra parecer antenado.
Rifkin's Festival / 2020 / Woody Allen
Nível de Satisfação: 7
Categoria B/D: Idealismo "soft", temperado por realismo / filme de autor
Filmes Parecidos: Café Society (2016) / Um Dia de Chuva em Nova York (2019) / Meia-Noite em Paris (2011)
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