Assim como
Matrix Resurrections, temos aqui mais uma sessão-nostalgia dos anos 90; uma sequência cheia de metalinguagem e autorreferências, que torna explícita sua consciência sobre as expectativas do público e sobre a franquia em si enquanto produto cultural. Há inúmeras discussões irônicas (e muito espertas) sobre tendências cinematográficas, e um dos personagens dá o nome de "requel" pra esse novo tipo de sequência que anda em alta em Hollywood: um misto de "reboot" com "sequel" que é a fórmula do momento para tentar agradar tanto fãs tradicionais quanto espectadores mais jovens. Como o
Pânico original já era marcado por esse tipo de discussão e ironia, não vi isso como uma tentativa de subverter o gênero (como em
Rua do Medo ou
Halloween Kills) e sim como fidelidade aos elementos tradicionais da série. Pode-se dizer que o original é que foi o filme subversivo, mas uma coisa que ajuda
Pânico é o fato das piadas ficarem a cargo dos personagens secundários; quando Sidney entra em cena, ela leva tudo bastante a sério, e o filme a retrata como uma heroína legítima — ela é a âncora que impede o filme de descambar pro "
Idealismo Corrompido". Achei muito divertida a maneira em que os cineastas brincam com os clichês do gênero e com os padrões estabelecidos dentro da própria franquia, mas há boas mortes e ideias o suficiente pra que o filme não pareça apenas um receptáculo barato para fan-service.
Scream / 2022 / Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett
Nível de Satisfação: 8
Categoria A: Idealismo com toques de Idealismo Corrompido
Filmes Parecidos: Halloween (2018) / O Homem Invisível (2020) / Matrix Resurrections (2021) / Ghostbusters: Mais Além (2021) / Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado (1997) / Pânico (1996)
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