Porque é uma violação da liberdade dos exibidores — é o governo forçando empresas privadas (ou seja, cidadãos, trabalhadores, pessoas) a venderem produtos e oferecerem serviços que eles não querem, mas que são de "interesse nacional". Pense nesta lógica aplicada consistentemente, e se você quiser ser uma pessoa íntegra, coerente, lembre-se que é isso que você terá que defender se quiser ser a favor de cotas de tela.
Não há nada de benevolente ou "sustentável" nisso, e "sucessos" que são resultado do abuso da liberdade dos outros são sempre ilusórios, irracionais, injustos, e inferiores em qualidade a sucessos que resultam de decisões voluntárias. Você pode até ver alguns filmes nacionais se destacando nos próximos anos e pensar: "viu, se não fossem as cotas de tela, isso não teria sido possível". Mas não seria muito diferente de comemorar um aumento na taxa de natalidade após o governo decretar uma "cota de vaginas" para homens sem acesso ao sexo.
Lembre-se também do que você não estará vendo neste momento: os frutos de uma indústria cinematográfica livre de incentivos distorcidos, que teria que considerar os interesses do público e se destacar por méritos próprios se quisesse conquistar mais espaço.
Quanto ao argumento "país X estabeleceu cotas e hoje tem uma indústria cinematográfica próspera", pense no que seria do cinema deste país se não fosse pelo legado, pela linguagem, pela tecnologia, pelo público, pela infraestrutura, e por tudo que só existe graças ao cinema americano, que funciona por uma lógica de mercado. Quantos multiplexes existiriam lá pra serem parasitados pelos governos locais, sem os esforços dos americanos, que tiveram que assumir os riscos e conquistar o público de forma honesta?
Nenhum comentário:
Postar um comentário