Dirigido por Jodie Foster, o filme conta a história de um empresário em depressão (Mel Gibson) que sofre um colapso emocional completo e a partir daí começa a falar com a mão, através de um boneco de castor (!) que ele encontra no lixo, pra "criar uma distância psicológica entre ele e os aspectos negativos de sua personalidade". O trailer faz parecer que o filme é uma comedinha cult, mas na verdade é um dos dramas mais originais e interessantes que eu vi esse ano.
Por que você é do jeito que é? O que significa "ser você mesmo"? Agir sem pensar, da maneira como sempre agiu? Mas será que esse é o certo? Será que não temos que reavaliar as coisas de tempos em tempos, como ocorre na adolescência? O que te levou a ser uma pessoa mais quieta, ou mais extrovertida? O que te levou a usar o cabelo de certa forma? A escolher determinado trabalho? A rir de certa maneira? Quem está interpretando mais: o Walter com o castor, ou o Walter empresário, pai de família? É esse tipo de coisa que o filme te faz questionar (há um discurso de Gibson na TV que resume tudo de maneira genial) e se você conseguir abstrair do absurdo da premissa, o filme é muito rico psicologicamente. Comercialmente foi um fracasso absoluto (não faturou nem 1 milhão nos EUA, tendo custado mais de 20), talvez até pela péssima imagem pessoal de Mel Gibson.
"Beaver" (castor) em inglês também serve como apelido pra parte íntima da mulher, então achei suspeito quando soube que o novo filme da Jodie Foster (assumidamente lésbica) se chamaria The Beaver, pois seria o mesmo que a Ana Carolina lançasse um álbum chamado A Perereca. Mas no fim o filme não tem nada a ver com isso.
The Beaver (EUA / 2011 / 91 min / Jodie Foster)
INDICAÇÃO: Quem gostou de O Solteirão, A Garota Ideal, Uma Mente Brilhante, etc.
NOTA: 7.5
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