- Um pouco forçada a cena no banco de sêmen. Feita pra tirar risadas baratas do público.
- Naturalismo. Personagem é muito comum, sem nada de muito interessante.
- Ele não é escritor? Isso não é um propósito em sua vida? Ele não é pai e deseja criar os filhos? A vida dele não parece ser tão sem rumo assim quanto ele afirma.
- Audrey Tautou é carismática e traz alguns dos melhores momentos do filme.
- Comparação do bordado do Schopenhauer (de que a vida se passa metade do lado certo do bordado e metade do lado de trás) pode até ser válida pra vida, mas na arte, não há por que mostrar o lado de trás. Esse filme é como o bordado do lado errado: só vemos o aspecto bagunçado e pouco atraente das coisas. O interessante é que o protagonista acha reconfortante essa ideia do Schopenhauer - pois isso parece justificar o fato da vida dele ser uma bagunça. Ligando os pontos - assistir a um filme como esse pode ser reconfortante pro espectador que leva uma vida frustrante.
- Ele acha que o ato banal de cruzar a rua com os filhos é um momento digno de atenção, pois isso também faz parte da infância delas. Ou seja, o filme quer que um momento não-especial seja especial. Quer que uma cidade especial seja não-especial. Quer que o lado errado do bordado tenha tanta relevância quanto o lado certo (!).
- Depois de 1 hora a história começa a cansar (falta um "ponto B" pra trama também, não só pra vida do Xavier). Filme começa a focar em sub-tramas desinteressantes (como a traição da amiga lésbica) que não parecem ter muita relevância (exceto pra mostrar como "a vida é complicada").
- A reação da Audrey quando termina de ler o livro é mais ou menos a minha reação em relação ao filme: a vida do cara não é tão complicada assim. É apenas comum. Ele é que foca nos problemas.
- SPOILER: Não vejo graça na correria no final pra não deixar a amiga ser pega traindo a namorada. Seria melhor que as duas fossem pegas em flagrante! O Xavier está ajudando elas a mentirem.
- SPOILER: Xavier dizia que pra namorar era preciso haver uma "chama" especial - mas no fim, ele decide ficar com a Audrey (por quem ele não parecia sentir essa chama). Outra vez, o filme quer tornar especial o não-especial.
CONCLUSÃO: O filme tem alguns personagens simpáticos e serve como uma reflexão leve sobre a felicidade, mas eu pessoalmente não me identifico com os valores por trás da história.
(Casse-tête chinois / França, EUA, Bélgica / 2013 / Cédric Klapisch)
FILMES PARECIDOS: Bonecas Russas.
NOTA: 5.0
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