sábado, 3 de outubro de 2015

Lista de qualidades estéticas

Uma lista das características e qualidades estéticas presentes nos melhores filmes (sob uma ótica Idealista).

As 2 qualidades fundamentais:

1. Proporcionam uma experiência prazerosa para o espectador — são feitos para estimular, inspirar, motivar, dar prazer e valor a quem os assiste (com base nos 4 Pilares do Idealismo) através de uma narrativa envolvente, com personagens carismáticos, cenas memoráveis, que caminham em direção a um clímax satisfatório.
2. Demonstram grandes virtudes por parte dos realizadores. Provocam um senso de admiração no espectador — celebram a visão, os valores e talentos do autor (ou autores), do elenco e da equipe envolvida na produção (domínio técnico, inteligência, criatividade, originalidade, profundidade emocional e intelectual, etc.).

Essas duas evitam a dicotomia corpo/mente que é responsável por muitos dos problemas do entretenimento: a ideia de que existe uma contradição necessária entre arte e entretenimento, entre razão e felicidade, entre qualidade e prazer, sofisticação e diversão, entre o moral e o prático, etc.

Outras qualidades (que derivam dessas fundamentais):

- Comunicam as ideias e valores do autor (ou autores) de maneira objetiva e adequada para a mente do espectador.
- Comandam com eficiência a atenção da plateia, demonstrando conhecimento sobre a cognição humana.
- Sabem enfatizar os elementos mais importantes da obra e atenuar os menos relevantes, deixando claro para o espectador o que é essencial, o que deve ser observado com atenção, e o que é secundário.
- São internamente coerentes / consistentes.
- Os acontecimentos e as ações dos personagens são críveis e fazem sentido dentro do contexto da história.
- Apresentam personagens carismáticos (sejam heróis, vilões ou algo no meio) e relacionamentos atraentes entre os personagens principais.
- Demonstram (no estilo, no conteúdo ou em ambos) uma atitude positiva em relação à vida, à plateia, e estão em harmonia com conceitos como: autoestima, talento, racionalidade, prazer, ambição, integridade, independência, criatividade, originalidade, benevolência, respeito à vida e à liberdade, entre outros (não consideram uma virtude "incomodar" a plateia, não romantizam sentimentos destrutivos, etc.).
- Não colocam estilo acima de conteúdo e acima de elementos mais importantes da obra como narrativa, desenvolvimento de personagens, envolvimento dramático, etc.
- Não são primeiramente um veículo para comentários sociais / políticos, nem para registros históricos. Funcionam como uma experiência artística independentemente de sua função social / educativa / jornalística.
- Não dependem que o espectador tenha informações externas especiais a respeito do autor ou de assuntos específicos para funcionar. Valorizam a universalidade e a atemporalidade.
- Focam em valores e temas universais que têm grande relevância para a vida humana.
- Demonstram um conhecimento especial sobre a natureza humana e sobre a realidade em geral.
- Sabem estimular o intelecto e provocar as emoções desejadas no espectador.
- Levam os personagens (e o espectador) aos limites da experiência humana dentro do contexto de cada história.
- Buscam atingir 1 ou mais clímax dentro da narrativa: picos; cenas memoráveis; momentos de satisfação concentrada.
- Respeitam o Princípio da Ascensão.
- Oferecem variedade ao longo da narrativa, um largo escopo de emoções. Não são monótonos e previsíveis emocionalmente / tematicamente.
- Sabem integrar os vários elementos do filme num todo coerente, sem partes sobressalentes, a favor do propósito da obra (estilo, conteúdo, trama, personagens, fotografia, som, etc). Criam um senso de harmonia, coesão e beleza.
- São uma expressão autêntica do autor: refletem uma individualidade, uma consciência específica, uma visão única - não estão apenas tentando imitar outros trabalhos, seguir fórmulas e tendências com objetivos puramente comerciais.
- Não têm defeitos sérios que comprometam a apreciação do filme.

2 comentários:

Djefferson disse...

Caio, dou-lhe meus parabéns a ti como blogueiro. Não apenas pelo fato de ser acessível, diferentemente dos blogs famosos de humor e portais de notícias da "cultura pop". Mas também pelo fato de ler os comentários, atender a pedidos, ponderar as situações e contextos envolvidos aos mesmos, e então se reinventar de acordo para poder executar a tarefa mais facilmente.
Não lembro de ninguém que tenha feito isso.

Independente da parte "crítico", onde poderíamos até discordar completamente, pela parte "blogueiro" você tem o meu respeito. Estou ansioso para ver a lista.

Caio Amaral disse...

Valeu Djefferson..! Fico feliz em ser considerado um bom blogueiro pelo menos, se não um bom crítico, hahah. Infelizmente minhas opiniões destoam bastante das da maioria, então acabo espantando os leitores.. mas enfim, a meta no fim é exercitar o julgamento, organizar as ideias, aprender com os filmes, etc. Mas é bom saber que tem algumas pessoas aqui pra compartilhar isso, abs!