
- Horrível esse começo com o Ansel Elgort dançando no carro enquanto os amigos cometem o assalto (isso nem combina com o personagem, que é tão introvertido que mal abre a boca). O que há de engraçado no fato deles serem criminosos? Não há nenhum contexto que justifique esse humor por enquanto - exceto a noção de que, no cinema, bandidos são automaticamente "cool" por algum motivo.
- A perseguição de carro em seguida é muito bem feita. Ao longo do filme o diretor demonstra bastante estilo, domínio técnico - capricho na edição, nos movimentos de câmera, na integração entre música e imagem, etc. A direção parece o grande destaque do filme.
- Todo o cinismo tira um pouco da minha boa vontade (compromete o pilar da Benevolência). Primeiro o fato do filme glamourizar bandidos. Depois tem o lance da trilha sonora - o uso de músicas antigas alegres em tom sarcástico (como fazem em Guardiões da Galáxia, Perdido em Marte, etc).
- O romance do Baby com a garçonete (Lily James) é bem superficial, não chega a criar um novo interesse dramático. Os personagens não são muito bem desenvolvidos.

- Pelo menos mais pro final do filme ele começa a planejar escapar, o que cria um conflito mais interessante entre ele e os outros do grupo.
- SPOILER: Mas a maneira como ele é "desmascarado" é muito forçada (a história dele estar usando o gravador; depois associarem magicamente que a Debora da fita é a mesma Debora da lanchonete, etc).
- SPOILER: Forçado também o Jon Hamm ser baleado na lanchonete, não morrer, ainda conseguir alcançar o Baby, depois escapar do carro quando cai do prédio... E ele nem era o vilão do filme. Nem havia uma rivalidade pessoal entre ele e o Baby que dê intensidade e sentido pra esse confronto épico no fim (o Jamie Foxx e o Kevin Spacey eram muito mais inimigos do que ele).
- SPOILER: Baby rouba uma série de carros, assassina o Jamie Foxx, destrói um monte de propriedade... E ainda é pra acharmos que ele é um cara inocente que apenas se meteu numa confusão sem querer. Que bom que pelo menos ele vai preso no fim pra dar uma equilibrada na ética do filme.
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CONCLUSÃO: Filme ágil, bem editado, filmado, etc, mas que está mais preocupado em parecer "cool" do que em provocar emoções verdadeiras ou contar uma história interessante.
Baby Driver / Reino Unido, EUA / 2017 / Edgar Wright
FILMES PARECIDOS: Dois Cara Legais (2016) / Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010) / Beijos e Tiros (2005) / Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994)

Baby diz que sua música “matadora” é “Brighton Rock”, do Queen (que toca também no confronto final). A canção é baseada no livro homônimo de Graham Greene, que conta a história de Pinkie, um adolescente que faz parte de uma gangue. Ele tenta encobrir seus rastros de crimes e se apaixona por Rose, uma moça que trabalha como garçonete em uma lanchonete. Parece familiar? Então não venha dizer que associar a Debora da fita com a da lanchonete é mágica.
ResponderExcluirRsss... não entendi como isso torna crível a cena em que os bandidos ouvem "Debora" na fita e automaticamente concluem que só pode ser a Debora da lanchonete...
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