domingo, 28 de março de 2021

Seaspiracy: Mar Vermelho

O nível de burrice e irracionalidade aqui é tão extremo que é daqueles casos onde eu realmente começo a questionar a saúde mental de alguém que acredite plenamente na narrativa apresentada pelo filme — a pessoa pra mim começa a entrar na categoria de terraplanistas ou coisas piores. Não é preciso ter conhecimento especializado sobre oceanos pra detectar a desonestidade intelectual do cineasta, basta ter algum senso de lógica, observar a coerência interna dos argumentos (ou a falta dela), e as estratégias pelas quais o documentário tenta passar "informações" e persuadir o espectador. É puro teatro, entretenimento para pessoas com um viés de esquerda (e um Q.I. baixo) relaxarem num domingo à noite. O grande "benefício" do documentário talvez seja que, em sua obsessão por provar que a pesca comercial (o fato de seres humanos comerem peixes) é de longe o maior problema ambiental do planeta, ele acaba minimizando a importância de todas as outras causas favoritas dos ambientalistas. Ele afirma que canudos plásticos são insignificantes e representam uma porcentagem desprezível do plástico no mar... Que as emissões de gases por automóveis no mundo todo não são nada perto das consequências da pesca para a atmosfera... Diz que grandes vazamentos de óleo no oceano não são grande problema, e na prática são até bons, pois durante um período diminuem a pesca na região! É estranho, pois o filme fala de pescadores como se estivesse falando de pessoas garimpando ouro, um material raro, prestes a ser extinto, impossível de se reproduzir (sugere que os peixes estão quase acabando nos oceanos, e ao mesmo tempo se contradiz dizendo que 80% da vida do planeta vive nos mares, e que a maior parte dos oceanos permanece inexplorada até hoje). Pense... Será que existem mais ou menos galinhas no mundo pelo fato delas servirem de alimento para humanos? Mais ou menos vacas do que existiriam caso elas não tivessem utilidade alguma para nós? E porcos? Indústrias que precisam de morango para produzir certos produtos, saem por aí tentando achá-los na natureza, e depois ficam sem quando acabam com todos? Ou passam a cultiva-los? Outra pérola é um trecho onde eles falam do "absurdo" dos americanos gastarem 35 bilhões de dólares por ano pra subsidiar a indústria da pesca, enquanto apenas 30 bilhões seriam necessários para combater a fome mundial. Mas pera aí... Se as pessoas que comeriam os peixes não tiverem mais peixes no menu, elas não terão que comer outra coisa no lugar? E o investimento para essa outra indústria agora não terá que subir em 35 bilhões ou algo equivalente? E será que tudo bem pro cineasta comermos outros animais, que não peixes? Ou apenas plantas são permitidas? Pois certamente deve dar pra achar outros documentários tão "sérios" quanto Seaspiracy na Netflix que revelam os horrores da indústria agropecuária (Cowspiracy?), expõem os males do desmatamento, etc. Esses documentários politizados da Netflix parecem ter ocupado o lugar que antigamente era ocupado por documentários sobre abduções por OVNIs, autópsias em extraterrestres, ou por tablóides de supermercado cujas manchetes anunciavam o homem "meio-humano, meio-jacaré" (que pelo menos eram divertidos e inofensivos politicamente). Se notícias falsas podem dar banimento em redes sociais hoje em dia, o que mereceria alguém que produz um documentário inteiro disseminando mentiras ridículas e mal intencionadas como essas?

Seaspiracy / EUA / 2021 / Ali Tabrizi

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5 comentários:

y. disse...

Ola Caio, nos últimos anos eu percebi que cada vez mais os filmes passam mensagens apenas para agradar e doutrinar as pessoas para a esquerda, e sempre que alguém ''foge'' um pouco dessa narrativa geralmente a obra é criticada, mesmo se ela não for ruim.
O que você acha que podemos fazer para ''mudar'' a cultura, fazer bons valores voltarem a serem os principais e tentar acabar com essa hegemonia da esquerda?

Caio Amaral disse...

Olha, essa é a pergunta que todos fazem! Acho legal ter essa ambição de impactar a cultura, desde que seja uma meta sensata, realista, e não uma falsa solução pra frustrações pessoais. Pois muitas pessoas vivem revoltadas por razões que nada têm a ver com o governo, e acabam achando que só quando a sociedade inteira for transformada, quando a mentalidade do ser humano mudar, só aí elas serão valorizadas, terão sucesso, dinheiro, amigos, dates, likes, etc. Projetam suas "faltas" todas nas questões culturais/políticas... Então é um bom exercício pensar em pessoas que você conhece (amigos, artistas, influenciadores, empresários, etc) que vivem HOJE uma vida que você admira... que já atingiram coisas que você gostaria de atingir... ou que prosperaram em épocas do passado tão turbulentas quanto a atual... pra pelo menos não cair nessa armadilha de achar que é impossível você conquistar o que deseja agora, só por causa do estado da cultura.

Na minha visão o foco deve estar sempre em atingir seus objetivos pessoais, seu sucesso, viver a melhor vida possível pra você. Primeiro por causa do motivo que disse antes: quando a gente se sente realizado, não temos todas aquelas "faltas" que em geral são questões mais emocionais, nós somos menos afetado por essas questões globais/externas. Mas além disso.. até pra ter algum impacto na cultura você precisa ser alguém de destaque, bem sucedido em alguma área. Mesmo que você tenha ótimas ideias, as pessoas não vão te escutar direito se você não tiver "credenciais", sucesso prático no mundo real. Em geral são indivíduos excepcionais, admirados, bem sucedidos, que conseguem ter algum impacto na cultura.. Então acho que a meta deve ser primeiro tentar chegar lá, focar em melhorar a sua vida, sem querer exercer uma influência antes de ter construído as bases necessárias para se tornar uma pessoa influente.. Assim não há muito o que perder mesmo que a cultura não mude ou que ninguém te ouça. abs!

Korvoloco Aspicientis disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Korvoloco Aspicientis disse...

Quando eu tinha uma conta pessoal no Facebook, vi um trecho de um vídeo numa publicação da minha irmã (uma vegana radical, mas só come vegetais por achar que é saudável porque a religião dela exige, não por amor aos animais), e nesse vídeo tirado de um documentário da Netflix que não lembro o nome mas é no mesmo nível de canalhice desse aí que você criticou, dizia que o açúcar e os carboidratos não são os grandes vilões de doenças como a diabetes, mas sim o consumo de carne!!! Aí um ''doutor'' de sei lá o quê disse essas besteiras com a maior autoridade, mas na hora de mostrar os fatos, era tudo tão vago que precisaria ser um idiota pra cair na lábia desses canalhas doutrinadores que fizeram o documentário. Pior que logo em seguida outras pessoas que eu seguia lá também compartilharam esse vídeo, aí excluí minha conta pra sempre (na verdade eu já estava de saco cheio de redes sociais há algum tempo, mas esse acontecimento foi a última gota)
Já dizia um conhecido meu: ''veganos e ambientalistas radicais são os novos Testemunhas de Jeová, que ao contrário de bater na sua casa aos domingos de manhã, te azucrinam o tempo todo nas redes sociais pra te forçar a seguir a ''seita'' deles''.

Caio Amaral disse...

Exato.. adoraria que alguém fizesse um documentário de revanche.. poderia se chamar "Netspiracy", e iria mostrar os podres por trás da indústria de documentários da Netflix, rsss. Pois além da agenda política podre, muitos me parecem bem mais desonestos e destrutivos do que as indústrias que eles tentam atacar.

Segundo o filósofo Stephen Hicks, o ambientalismo, assim como o multiculturalismo e o pós-modernismo, são as atuais estratégias socialistas pra tentar combater o capitalismo, após um longo histórico de estratégias que não deram certo.. ele tem um gráfico interessante:

https://www.stephenhicks.org/wp-content/uploads/2009/11/hicks-ep-chart-56-evolution-of-socialist-strategies.gif