sexta-feira, 5 de março de 2021

Como a diversidade está arruinando o cinema

Vendo o Globo de Ouro 2021 ficou claro não só pra mim, mas para muitos, que esse foi um dos piores anos da história do cinema em termos de qualidade. Ficou evidente também que foi um dos anos mais "diversos" do Globo de Ouro, onde mais minorias ganharam prêmios, onde mais mulheres foram indicadas como diretoras... Será que esses 2 fatos são coincidentes? Provavelmente não. Calma, não estou dizendo que as minorias sejam menos competentes do que os americanos brancos héteros — apenas que a forma como a diversidade vem sendo imposta em Hollywood é destrutiva para o cinema (espero que como gay, não americano, membro de um casal "inter-racial" e fora da indústria, eu possa falar isso sem parecer ter uma agenda racista/xenofóbica/interesseira oculta).

A imposição atual de diversidade é basicamente uma fórmula para diminuir qualidade de resultado, algo que ocorre não só no cinema mas em qualquer área onde essa mentalidade é aplicada. É apenas uma consequência lógica: pra obter o melhor resultado em qualquer coisa, você tem que ser livre para selecionar os melhores profissionais, considerando antes de mais nada a capacidade deles de entregarem o melhor resultado. Se você coloca na equação uma segunda exigência arbitrária, por exemplo, "alguém capaz de entregar o melhor resultado, mas que também seja sul-coreano", você já diminui consideravelmente o leque de opções, e o resultado será provavelmente pior do que se você pudesse ter considerado todas as opções disponíveis, visando o melhor resultado possível. Isso ocorreria até se você impusesse limitações em questões aleatórias, que nada tivessem a ver com etnia, nacionalidade — por exemplo, exigir diversidade em termos de signos do zodíaco.

Imagine esse processo se repetindo dezenas de vezes na produção de um filme — questões de diversidade sendo priorizadas não apenas no elenco, mas em toda a equipe, em toda a produção (pra poder concorrer ao Oscar, a Academia agora está exigindo representatividade em vários aspectos dos filmes, às vezes até no conteúdo das histórias).

Não me parece coincidência que os filmes estejam se tornando mais fracos ao mesmo tempo em que essas tendências se tornam mais e mais fortes em Hollywood. É ignorância achar que existe um número infinito de pessoas talentosas, que não faltam excelentes escritores, diretores, atores em qualquer país ou grupo social, a qualquer momento, e que portanto exigir diversidade não interfere em nada na qualidade do resultado. Quanto melhor um filme e melhor um cineasta, mais você verá uma equipe cuidadosamente selecionada, parcerias insubstituíveis, sintonias especiais que às vezes se assemelham a de relacionamentos românticos, e que só acontecem quando o produtor/diretor tem total liberdade de escolha, quando está atento a todas as possibilidades, empenhado em encontrar as melhores parcerias possíveis.

Algumas áreas e indústrias não exigem um processo tão rigoroso de seleção, não exigem profissionais tão específicos e raros para chegar num bom resultado. Mas quando estamos falando de Oscar, de grandes produções de Hollywood, estamos falando de reunir o que há de mais profissional e de mais talentoso no mundo... Não estamos falando de bons profissionais apenas, de pessoas competentes. Mas das mais habilidosas do ramo. De celebrar talentos raros. E obviamente, se um profissional está entre os melhores do mundo, é porque não existem 200 alternativas igualmente boas para você escolher. Se houvesse, então é porque ele ainda não estaria entre os melhores, e portanto não deveria ser a escolha final para as produções mais ambiciosas. São nessas áreas que buscam o grau máximo de excelência onde limitações e burocracias do tipo se tornam especialmente destrutivas (não estou dizendo que em todas as situações existe sempre 1 única opção perfeita, como um ideal platônico, apenas que as opções se tornam cada vez mais escassas conforme você se aproxima do "topo da pirâmide"; e que nesse momento, impor questões como diversidade te força a permanecer sempre uns degraus abaixo, onde há um número maior de candidatos).

Um dos principais dons que um diretor deve ter é saber se cercar dos melhores profissionais, para que estes lhe ajudem a criar o melhor filme. Pense no que acontece quando você coloca uma série de travas e obstáculos nesse processo extremamente delicado — quando um estúdio já seleciona o próprio diretor (que é a figura mais importante de um filme) com base em questões de diversidade, e esse diretor (que agora já não é o ideal) usa o mesmo critério na seleção de todas as outras pessoas chave da equipe?

O movimento atual da diversidade é um movimento anti-qualidade. E se você pensar que "qualidade" nada mais é do que algo que serve bem à vida humana — assim como uma comida de qualidade é aquela que tem os melhores ingredientes, que nutre melhor o organismo, que é mais saborosa — podemos dizer que a diversidade se tornou um movimento anti-vida, pois foi colocada acima de questões mais importantes como habilidade (e com menos habilidade, tudo o que é produzido se torna pior, e por consequência nosso padrão de vida diminui). Isso talvez não fique tão evidente no mundo do cinema, pois as consequências da arte mal feita não são letais a curto prazo (tenho certas dúvidas quanto ao longo prazo), mas pense nesse mesmo raciocínio sendo aplicado a outras atividades... à indústria... à medicina... Imagine você tendo que fazer uma cirurgia complicada, e não poder selecionar os médicos com base em competência, em qualidade de resultado... Imagine o médico não ter liberdade pra selecionar sua equipe (o anestesista, etc.) com base naquilo que trará os resultados mais garantidos, mas ter que necessariamente selecionar pessoas levando em conta questões irrelevantes para o contexto, como etnia, orientação sexual? Isso não criará limitações no processo de escolha? E limitações desse tipo não resultam, pela lógica demonstrada, em resultados menos ideais do que seriam possíveis?

A cultura de hoje está sendo inteira levada a abraçar essa mentalidade, sob uma falsa aura de benevolência. Enquanto essas políticas de diversidade não forem questionadas e a cultura não voltar a priorizar mérito, habilidade, talento, teremos que nos acostumar com padrões de qualidade cada vez mais baixos.

Índice: Artigos e Postagens Teóricas

21 comentários:

Anônimo disse...

Tenho a impressão de que a escolha original para estrelar "Mudança de Hábito" era Bette Midler.
Pedro.

Caio Amaral disse...

Acabei removendo os exemplos específicos de filmes... pois o importante mesmo é só explicar a lógica da diminuição de qualidade.

Unknown disse...

Muito lúcido o texto. O correto era que se buscasse um equilíbrio. Mas concordo com o texto

Caio Amaral disse...

Valeu! O curioso é que quando o interesse das pessoas é em habilidade e talento, isso acaba naturalmente promovendo diversidade.. pois qualquer um que entregue o melhor resultado passa a ser considerado, de onde quer que venha.

Leonardo disse...

Olá, Caio.

Na versão anterior desta postagem havia uma menção a Spielberg ter ouvido um desconhecido John Williams em um filme da década de 1960. Imagino que tu editou e removeu este trecho da postagem, assim como as referências a outros artistas. Qual era o filme exatamente? Existe alguma publicação que conte sobre o início da parceria dos dois? Eu fiquei fascinado com os relatos da experiência de Spielberg com Lawrence da Arábia e estou à procura de mais fragmentos biográficos do diretor.

Abraços.

Caio Amaral disse...

Oi Leonardo! Nossa.. eu já li tanta coisa do Spielberg que nem sei de onde peguei as informações originalmente.. ao contrário do Kubrick que nunca dava as caras, o Spielberg fala sem parar então tem uma infinidade de material.. a trilha que ele gostava do John Williams antes de conhecê-lo era do filme The Reivers (1969), "Os Rebeldes" em português.. se vc der um Google com os nomes do Spielberg / Williams e o título do filme, tem umas matérias falando sobre esse início.. mas eu já ouvi o próprio Spielberg contando isso em vídeo, só que não lembro onde!

Caio Amaral disse...

Recomendo mto também o documentário Spielberg (2017) da HBO!

Leonardo disse...

Olá, Caio.

Uma dúvida off thread. O Yaron Brook subiu um vídeo sobre o idealismo e cinismo na Netflix. Foi sugestivo o uso do termo “Idealismo” em vez de “Romantismo” e tu havia comentado que o Yaron já estava ciente da publicação do teu livro, então assisti empolgado pela tua participação no show.

Existe algum motivo pelo qual tu ficou ausente de participar do programa até então? O teu contato com o Yaron sobre teu livro teve algum desdobramento? O Yaron faz frequentes referências à Mr. Sunshine como um programa contemporâneo que sustenta bons valores. Caso tenha visto o programa, qual tua opinião sobre Mr. Sunshine e toda a visão estética do Yaron?

P.S.: Adorei a trilha de The Reivers. Apesar de ser ignorante em música, “senti” muito o John Williams do Spielberg ali.

Abraços.

Caio Amaral disse...

Leonardo, esse show do dia 28/2 foi um dos poucos que perdi! Só quando saiu esse clipe falando em "Idealismo" que me dei conta, vou ver se assisto o show inteiro hoje..

Só quem contribui com mais de $100 dólares por mês que participa desses Q&A acho.. eu até contribuo pro show, mas bem pouco, até por causa da alta do dólar, então nem teria como participar nesse formato.

Quando saiu o livro eu tive aquela troca de e-mails rápida com o Yaron (que mal sabe que eu existo, não pense que falo com ele direto) onde ele demonstrou interesse caso o livro saísse em inglês. Depois disso não tive contato mais com ele.. Há uns 7, 8 dias no ClubHouse eu participei de uma sala onde estava o Yaron, o Don Watkins e outros objetivistas.. e tive chance de falar algumas vezes, mas apesar do Yaron estar online, ele não estava interagindo, até porque faltava 20 min pra ele entrar ao vivo no YouTube, então fiquei trocando ideia mais com o Don, e cheguei a falar do livro e recomendar o vídeo em inglês que fiz agora pro YouTube.. porém não tenho certeza se o Yaron estava escutando.

Mas não sei até que ponto meu livro vai agradar a essa turma, pois percebo que sou muito diferente da maioria dos objetivistas nesse assunto. Em alguns momentos o Yaron até me surpreende com algumas análises de filmes (quando falou sobre Terminator / Aliens — O Resgate, por exemplo). Mas de modo geral acabo aproveitando pouco das dicas que ele dá, por isso até prefiro os shows mais focados em política, economia… Quando vi o 1º episódio de Mr. Sunshine achei tão chato e banal esteticamente que parei na metade.. até hoje fico tentando entender o que ele tanto viu na série.. Depois ouvi várias pessoas dizendo que o 1º episódio era especialmente ruim.. então dei outra chance e vi o 2º, mas não vi grande diferença. Ele fala que é uma história de amor épica, romântica.. mas ao mesmo tempo parece que não acontece 1 único beijo entre o casal na série toda.. ele elogiou muito a fotografia, mas sinceramente, até um filme rotineiro como esse Raya da Disney que vi ontem tem um visual bem mais bonito e sofisticado. Dois dos filmes favoritos do Yaron, This Land Is Mine (1943) e Other People’s Money (1991) pra mim foram experiências quase traumáticas, pois me peguei torcendo praticamente pro “vilão” do filme, ou pra acontecer o oposto na história do que o Yaron tinha elogiado.. Então apesar de vários pontos em comum, sei que temos noções estéticas bem diferentes.

Caio Amaral disse...

Além de uma atitude negativa em relação a popularidade, benevolência, e a “energias” mais infantis ou femininas (ou seja, tudo que não sirva como afirmação de masculinidade na arte) acho que objetivistas em geral tendem a ter dificuldades de enxergar o que é menos literal.. Só conseguem absorver da arte aquilo que é verbalizado, explícito (o que discutimos um pouco na postagem sobre a pandemia).. se agarram a uns poucos dados mais concretos que conseguem interpretar, e muitas vezes ignoram uma quantidade enorme de informações mais importantes que estão chegando por vias não verbais.. Tipo um exemplo que já dei em algum lugar, de um objetivista passando pelas Pirâmides de Gizé e dando de ombros.. e uns metros adiante encontrando uma barraca de compensado, mas com uma plaquinha na porta dizendo "construído em nome da razão, do individualismo e do capitalismo" — e aclamando a obra como um grande feito da engenharia.

Não acho que o Yaron esteja nesse extremo, claro.. ele se esforça conscientemente pra fugir desse estereótipo e é melhor que a maioria.. mas mesmo ele admite que é um cara de números, finanças.. tem uma mentalidade mais de “exatas”, não entende muito de psicologia.. então acho que arte não é algo tão natural e intuitivo pra ele analisar, em comparação com outras áreas da filosofia. E além dessa questão mais cognitiva, há também questões de gosto/temperamento também né.. o Yaron outro dia estava falando sobre sua dieta.. o fato dele nunca comer sobremesa, nunca comer pizza e coisas do tipo, tomar café bem forte e sem açúcar.. parecendo se orgulhar disso.. Eu por outro lado, começo o capítulo sobre Idealismo já fazendo uma comparação entre arte e fatias de bolo! Então não é surpresa que algo como Mr. Sunshine pareça chato e reprimido pra mim e não pra ele, hehe. O que levanta questões interessantes.. Será que ele sofre de algum “guilty boredom”? Ou será que eu que sou um hedonista maluco? Ou será que nós 2 sejamos igualmente abertos a felicidade e prazer, mas por fatores psicológicos/fisiológicos nossas “réguas” e limites sejam diferentes? Abs!

Korvoloco Aspicientis disse...

Um excelente texto que resume perfeitamente bem o problema de Hollywood ultimamente.
Parabéns.

Caio Amaral disse...

Valeu, abs!!

Leonardo disse...

Olá, Caio.

Demorei a encontrar um vídeo em que o Yaron falasse sobre James Cameron. No que achei ele via Exterminador como um filme sobre livre arbítrio e Aliens como um filme epistemológico. Chocante foi como se referiu ao Titanic e à própria pessoa do Cameron.

Eu também percebo um distanciamento do tipo de cinema promovido pelo Idealismo e pelos Objetivistas em geral. Algumas recomendações são tão estranhas que soa como se o Objetivismo aplicado ao cinema ainda estivesse por amadurecer. O mesmo ocorre com alguns libertários que isolam uma ou duas cenas ou falas que expressam valores individualistas, anti-estado e o indicam como uma experiência total libertária - uma generalização a partir de elementos isolados. O mesmo que tu colocou sobre a mente se agarrar a uns dados por uma via da cognição e ignorar as outras vias cognitivas.

Vi o Yaron dizer também que um livro que exiga maior esforço que um filme recompensa mais o espectador paciente do que o preguiçoso. Eu também penso que esta mentalidade generaliza a experiência racional de um livro teórico e aplica a um campo que oferece um entretenimento diferente, mais leve. O que talvez tenha a ver com o “guilty boredom” sugerido.

Ainda estou para encontrar um episódio em que o Yaron, ou demais objetivistas, tenham falado sobre a “energia”. Poderia indicar algo? Porém, da forma colocada aqui, soa meio Junguiano, que é completamente místico e Kantiano. À exceção da “popularidade”, já li o Jung e o Joseph Campbell fazerem comentários parecidos sobre a “energia” da arte.

*um absurdo este exemplo das Pirâmides de Gizé. Acho que é a primeira vez que eu o vejo. De onde tu tirou ele?

Tempo atrás estagiei em uma empresa que promovia liderança de seus funcionários mais notáveis a nível global. De forma geral, os sujeitos mais resistentes à abstração, à valores humanos, à popularidade (enquanto líder), à benevolência, à empatia com os subordinados, à mudança e adaptação de comportamento eram os homens de exatas. Embora a empresa em questão fosse bastante progressiva em promover programas sociais, comunitários e de “pluralidade de idéias”, tais líderes buscavam rigidamente a padronização dos valores por baixo. O que incluía o tratamento diferente à funcionários de uma determinada minoria, pois existia uma resistência política implícita. Um pouco off-topic, mas é uma relação de padrões de pensamento que me ocorreu somente agora ao ter falado das preferências e hábitos do Yaron. Quem sabe a ortodoxia judaica nunca tenha saído dele.

Abraços.

Caio Amaral disse...

Você chegou a ver aquele meu vídeo respondendo à análise do Yaron de Titanic? Postei no YouTube mas não ficou muito tempo liberado..

Eu tinha um amigo antigamente que era piloto de avião, e apesar dele ser super inteligente, lembro que sempre que tinha um filme de ação com cenas de avião imprecisas, ele odiava o filme.. e outros que eram fiéis no aspecto mecânico, ele adorava.. Então talvez esse fenômeno não seja exclusividade de libertários etc.. parece que quando a pessoa não é tão interessada em arte, e está muito ligada a uma atividade técnica específica, acaba sendo comum esse tipo de julgamento que não enxerga o todo..

O exemplo das pirâmides de Gizé eu inventei, foi só uma situação exagerada pra ilustrar o problema rsss.

"Energia" foi uma palavra que usei pra essa resposta só.. não estava fazendo referência a nenhum conceito objetivista. Creio que não tenha nada de místico, foi só uma forma de me referir a um conjunto de valores que às vezes são difíceis de analisar isoladamente.. da mesma foram que a Rand usa "Senso de Vida". Quando falo de "energia feminina", estou falando de certos temas e valores mais associados ao arquétipo feminino.. como os ligados à Benevolência. Antigamente lembro que até o Rubens Ewald brincava que certos filmes eram "de menino" e outros "de menina", rss. É difícil a gente se desprender totalmente de algumas preferências ligadas a questões individuais/biológicas como essas.. eu procuro sempre investigar quais são os meus "preconceitos", minhas inclinações nesse sentido, e quando surge algum filme que pega nesse tipo de calo, me esforço pra tentar julgar com base em meus princípios conscientes, confiar menos na minha reação imediata... mas é um exercício muito difícil, e acho que muita gente julga tudo com base nesse tipo de afinidade, nem se esforça pra desenvolver valores mais universais.

Interessante essa situação na empresa! Acho que cada tipo de mentalidade tem o seu dom especial né. Eu certamente não consigo assimilar facilmente coisas que as pessoas mais de exatas conseguem.. e vice-versa.. e pra certas atividades umas servirão mais que outras. Pensei nisso recentemente no podcast do Don Watkins com o Harry Binswanger (the Art of Thinking) que achei bem interessante. Lá pela 1h03min eles começam a falar sobre o The Romantic Manifesto, como se fosse a área mais nebulosa da filosofia de Rand, algo quase esotérico.. enquanto pra mim é algo bem mais intuitivo do que algumas discussões pesadas sobre epistemologia, etc.. que talvez pra eles sejam mais fáceis. Talvez esse tipo de diversidade tenha alguma função evolutiva pra espécie, tipo uma divisão de trabalho, hehe.. Abs!

Leonardo disse...

Olá, Caio.

Esqueci de responder e até pensei já ter respondido....rsrs

Perdi seu vídeo.... assim como muito material que tu tem deletado ou ocultado. Qual foi a sua resposta à análise do Yaron sobre o Titanic? Estou muito interessado.

Aliás, lembro que tu havia dado nota 10,0 para o filme A Caixa, mas esqueci das justificativas que sumiram junto com a postagem. Muita coisa sumiu daqui, como o post dos piores filmes e mais repulsivos, dos melhores da Netflix e várias anotações e críticas. Eu até lembro de posts sobre os livros O Judeu Internacional e o Mentalidade Anticapitalista. Do seu canal sumiram vários vídeos, incluso o curta metragem "A Coisa Mais Simples..." e o videoclipe "Tudo". Tenho medo de que seu blog e canal virem um daqueles casos “lost media”.

Ainda sobre “lost media”, alguns episódios do podcast do Leonard Peikoff estão off-line. De 419 episódios apenas 336 estão disponíveis. Procurei por um e-mail para tentar comunicar ou mesmo comprar os episódios ausentes, porém tive insucesso. Tu sabe quem/onde poderia fornecer os episódios ausentes ou e-mail de alguém que administre a página?

Don Watkins eu desconhecia até o presente comentário. Harry Binswanger é um nome que vi vagamente como editor de algumas obras da Ayn Rand. Até recentemente, também desconhecia o Yaron Brook e meu conhecimento sobre o Objetivismo era limitado à Rand, Branden e Peikoff. Há um tempo falamos sobre uma possível lista de livros e autores que tu poderia indicar. Agora eu apreciaria muito se pudesse listar todos estes autores, divulgadores do objetivismo e onde encontra-los, sobre o que falam. Embora o seu vídeo sobre o mesmo assunto seja bastante, penso que um pots teórico com os nomes ali escritos ao lado de links, talevz no formato de listas, seja também interessante.

Abraços.

Caio Amaral disse...

Oi Leonardo! Sobre Titanic, disse no vídeo que não concordo com a visão do Yaron de que o James Cameron foi bem até o Exterminador 2, mas depois virou “marxista” em Titanic.. Pois Aliens, O Segredo do Abismo, Terminator, todos têm elementos anti-capitalistas nas histórias como pano de fundo… ricos ou grandes empresas que são vilões, etc.. mas não são a motivação central da narrativa (nem em Titanic). Por algum motivo, os outros filmes o Yaron perdoou (ele ama O Segredo do Abismo, mesmo com aquele final), mas Titanic ele resolveu descartar completamente por causa dessa questão ideológica (um pouco como naquele exemplo exagerado que dei das pirâmides de Gizé). Eu acho que ele não parou pra analisar direito.. pode ser que ele não goste do filme por outro motivo.. mas não acho que essa explicação do marxismo seja consistente.. os ricos do filme que são vilões (o marido e a mãe de Rose) são aqueles que se veem como parte da aristocracia.. que vivem com base em nome de família, tradições.. são coletivistas no fundo, querem que a Rose se sacrifique.. e o filme os diferencia de outros ricos que têm bom caráter (como a própria Rose, a Molly Brown, etc.)… não condena a riqueza em si… Como disse na crítica, a essência da história é uma garota britânica sendo “salva” dessas tradições europeias sufocantes.. e passando a aceitar uma filosofia mais individualista, pró-felicidade… isso tudo numa jornada simbólica (e física) da Europa em direção aos EUA.. O que dá um ar meio esquerdista são aquelas cenas onde o filme enfatiza o contraste entre a primeira e a terceira classe.. o tratamento injusto com os pobres na hora do naufrágio.. mas não vejo uma mensagem “marxista” real como num filme tipo Elysium.. no máximo uma “sinalização de virtude” típica de astros de Hollywood que se sentem culpados por serem ricos, etc. Mas eu sempre levo mais em conta o que o filme faz, o que ele é, e menos o que ele diz da boca pra fora… Por exemplo, filmes como Titanic ou Jurassic Park podem ter uma mensagem anti-progresso na história.. pois falam dos perigos da ciência, da ambição humana.. Mas eu não levo isso realmente a sério, quando na prática esses filmes são obviamente uma celebração da tecnologia, da ambição, atraem público justamente por conta disso, fazem a gente admirar inovações.. Então sim, vejo esses “toques” negativos na história.. mas da mesma forma que enxergo em Aliens, Terminator 2.. não acho que servem pra descartar um filme cuja história é essencialmente Idealista.

Caio Amaral disse...

Kkkk.. sobre os conteúdos desaparecidos.. muitas críticas antigas (principalmente essas de 2008, 2009, 2010…) eu ocultei pois fui amadurecendo minhas análises com os anos.. e me incomodava ver textos muito mal formulados aqui.. algumas dou uma editada e volto ao ar de vez em quando… mas fui ficando mais detalhista com o tempo.. e em alguns casos até mudei de opinião em relação a algum filme. O mesmo vale pros vídeos musicais, que são ainda piores pois não posso reeditar, e têm minha imagem pessoal atrelada, rs. Mas “A Coisa Mais Simples do Mundo” está no ar sim! No meu canal “Caio Amaral”.

Quanto ao Peikoff, não faço ideia.. não tenho contato de ninguém.. mas já vi o site dele dar pau às vezes, os podcasts não funcionarem por um tempo (ou a função search) e depois voltarem.. Quanto aos intelectuais, posso pensar em fazer uma lista, mas eu também não sou tão expert nesses outros nomes pra ser sincero.. abs!!

Dood disse...

Por isso que ás vezes não acho textos seus mais antigos, principalmente de 2016 quando comecei a te acompanhar pela divulgação do objetivismo. Alguns até eu salvei por serem bons, mas essa preocupação de melhorar é boa também.

Caio Amaral disse...

Dessa época não lembro de ter excluído muita coisa, pois minha linguagem já estava mais próxima da atual.. mas tem sempre uma coisa ou outra que vou mudando.

Unknown disse...

Decadente é o seu texto e sua opinião, né!? Princesa dos Fortes e Competentes!
Para vossa Alteza pessoas que não sejam nascidas nas classes sociais mais abastadas, possivelmente brancas, possivelmente com mais de 1, 70, possivelmente com dentes "branquíssimos", nem deveriam sair à luz do dia! São um desperdício de tempo e dinheiro!

Caio Amaral disse...

Quando o nível de raciocínio dos oponentes apenas aumenta sua credibilidade..