Sequência do filme de 1992 (que ignora as partes 2 e 3 lançadas ainda nos anos 90) sobre a lenda urbana de Candyman, o homem com um gancho no lugar da mão que surge quando você repete seu nome 5 vezes em frente a um espelho. Apesar de não ser o diretor, o filme foi escrito e produzido por Jordan Peele, de
Corra! e
Nós, então não é de se surpreender que o resultado seja mais um filme do gênero "race horror" ou "black trauma" que, assim como o recente
O Que Ficou Para Trás, também foca em problemas raciais ligados a questões de moradia. Candyman aqui é mais um símbolo do racismo e das violências cometidas contra negros ao logo da história do que um monstro real. Portanto não espere muita objetividade no desenrolar da trama, que vai se parecendo cada vez mais com um sonho conforme a história avança. Além de discutir escravidão, violência policial e outras manifestações de racismo, uma das principais críticas do filme é à "gentrificação", ou seja, ao processo de enobrecimento de certos bairros de periferia, que acaba elevando o custo de vida de certas regiões e expulsando moradores antigos de baixa renda, predominantemente negros (o que parece ser visto como uma forma de "racismo estrutural").
Visualmente o filme é decente (além da fotografia bem cuidada, a técnica do teatro de sombras é usada de forma interessante), o que dá a impressão dele ser melhor do que é de fato. Como terror/slasher na realidade achei uma produção bastante esquecível, com uma direção desengonçada, uma mitologia confusa, cenas de morte pouco criativas, que será lembrada principalmente por conta de suas mensagens sociais.
Candyman / 2021 / Nia DaCosta
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