Pee-wee as Himself (2025 / Matt Wolf) — Tinha apenas uma vaga noção de quem era Pee-wee Herman (nunca tinha visto nem o filme do Tim Burton,
As Grandes Aventuras de Pee-wee) e adorei conhecer sua história através deste documentário. Parte de sua tragédia se deve ao fato dele ter encontrado o sucesso na época "errada". Paul Reubens, em essência, era muito mais alinhado com a contracultura dos anos 70, mas foi na era Idealista dos anos 80 que seus dons encontraram um público. Esse conflito entre quem Reubens era de fato e quem seu público gostaria que ele fosse reflete o conflito interno do artista que, eventualmente, destruiria sua carreira. Apesar do desfecho trágico, a existência deste documentário acaba criando uma espécie de final feliz para Reubens, ao mostrar sua vida por uma perspectiva mais compreensiva e desconhecida pela maioria.
Sonic 3: O Filme (
Sonic the Hedgehog 3 / 2024 / Jeff Fowler) — Uma coleção de clichês tentando se amontoar em um filme. Não é uma produção malfeita ou com falhas notáveis, mas não há uma cena sequer que emane autenticidade. Tudo é incrivelmente pasteurizado, baseado em ideias excessivamente reutilizadas no cinema — desde a trama geral sobre a arma destruidora de mundos que, para ser desativada, depende dos heróis juntarem duas partes de uma chave, até as cenas individuais: temos a "dança" através do salão cortado por feixes de laser, a montagem cômica/nostálgica ao som de
Wouldn't It Be Nice, piadinhas sobre a cafonice de novelas mexicanas — toda cena é composta de ideias enlatadas como essas, e nada mais (
Mentalidade Clichê). A mensagem sobre o amor superar o ódio é a versão simplificada de algo que você leria num livro de autoajuda de banca de jornal.
Premonição 6: Laços de Sangue (
Final Destination: Bloodlines / 2025 / Zach Lipovsky, Adam B. Stein) — Os
set pieces não são tão satisfatórios quanto os dos filmes anteriores, mas a fórmula geral da franquia ainda rende um filme assistível. Há alguns toques de
Idealismo Corrompido no casting e no humor (um dos roteiristas trabalhou em
Pânico VI,
Abigail), mas nada que arruíne totalmente a diversão.
Homem com H (2025 / Esmir Filho) — Segue o modelo das cinebiografias modernas, com algumas de suas limitações narrativas, mas em termos de atuações, capacidade de emocionar e de criar intimidade com o artista, faz melhor que muitas das grandes produções vindas de fora.
Thunderbolts* (2025 / Jake Schreier) — Acima do padrão Marvel em termos de direção e atuações, mas a história é tão insípida quanto de costume: um grupo de semi-vilões ou anti-heróis (há toda uma
romantização do sofrimento, da melancolia) é atacado por um vilão maior ainda e passa o resto do filme tentando neutralizá-lo — um monte de negativos combatendo outros negativos, e a trama não envolve nenhum objetivo empolgante, que gere real antecipação. Permanece razoável até o clímax, que escorrega ao tentar uma abordagem mais psicológica, onde a "
cura emocional" se torna o foco de todos os esforços, e a ação física vira puramente simbólica.
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