segunda-feira, 19 de maio de 2025

Missão: Impossível – O Acerto Final

Não tinha gostado tanto da Parte 1, e este, infelizmente, me agradou ainda menos. O set piece dos monomotores no final é o único que se destaca. O resto do filme é uma grande enrolação — incontáveis cenas de reuniões em salas fechadas, onde se discutem coordenadas, códigos secretos, todo tipo de MacGuffin, mas você nunca entende direito o que está acontecendo (pra não ficarem muito paradas, essas cenas de conversa são sempre entrecortadas por clipes de cenas de ação de filmes anteriores ou flashforwards de sequências que ainda estão por vir — uma tática incrivelmente brochante).

Ethan Hunt, assim como no anterior, continua parecendo sem controle da situação, perplexo em uma narrativa onde tudo está sempre dando errado, da qual ele sai vivo mais por sorte do que por eficácia. O Acerto Final é o filme mais longo da franquia (e um dos mais caros de todos os tempos, com um orçamento estimado em 400 milhões de dólares!), mas é o mais diluído em termos de espetáculo e entretenimento — refletindo essa lógica do "pague o dobro e leve a metade" que virou a norma no mundo pós-Covid. A produção física é caprichada e a dedicação de Tom Cruise é indiscutível, mas o roteiro e a direção dão aquela sensação de que os artistas de Hollywood se tornaram preguiçosos e não investem mais a energia criativa necessária para fazer cada minuto de projeção valer a pena.

Mission: Impossible – The Final Reckoning / 2025 / Christopher McQuarrie

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