NOTAS DA SESSÃO:
- Os personagens são desinteressantes, sem personalidade (em particular o protagonista), e não são tão realistas e naturais quanto os do original, que realmente pareciam amigos, tinham personalidades definidas, etc. O filme não consegue chegar naquele grau de realismo (as entrevistas super convincentes com as pessoas na cidade, etc).
- O filme repete exatamente a estrutura do original, apenas com mais gente e com câmeras mais modernas. A mesma sequência de eventos parece acontecer: alguém some do meio da noite; os protagonistas ficam gritando o nome da pessoa; eles acordam no dia seguinte e a cabana está cercada por aquelas macumbas; conflitos surgem entre os amigos; eles descobrem que estão andando em círculos, etc, etc.
- Os sustos em geral são irritantes e forçados. As pessoas estão sempre aparecendo subitamente na frente dos personagens sem nenhuma lógica só pra assustar a plateia.
- Bizarro esse bicho dentro do pé da menina!!! O que isso tem a ver com a bruxa? As coisas tão começando a ficar mais interessantes - ou pelo menos menos previsíveis.
- Essa câmera subjetiva no meio da floresta apenas com iluminação da lanterna é desesperadora (ainda mais com esses personagens gritando, fazendo barulho, se expondo quando sabemos que há algo maligno ali). A cena em que o negro é atacado na floresta é bem tensa (os efeitos sonoros do filme são ótimos)! É legal que nesse filme algumas coisas de fato acontecem - se fosse igual ao primeiro onde nunca vemos nada até o final, seria meio frustrante (e ainda assim eles conseguem manter certo mistério, sem revelar de fato o que é o "monstro").
- SPOILER: Impressionado com o momento em que a Talia e o Lane aparecem sujos dizendo que estão há 5 dias na floresta! To começando a ficar com medo desse filme. Na primeira parte ele estava indo muito na linha do filme original, mas agora ele começou a explorar esse conceito de realidade distorcida e ficou bem assustador. É uma representação de medo com a qual eu pelo menos consigo me identificar (especialmente depois da minha experiência com ácido lisérgico). Eu não tenho medo nenhum de filmes que envolvem espíritos, conceitos que vêm de religião, etc - mas aqui o horror é simplesmente um senso de confusão, de desespero, de perda da noção do tempo, do espaço, da objetividade, com uma presença oculta e maligna por trás de tudo.
- SPOILER: Muito bem feito (e nojento!!!) o bicho saindo da perna da menina.
- Meio falso a menina escalar a árvore machucada no meio da noite pra pegar o drone.
- Toda a sequência na casa é bem apavorante (a câmera subjetiva com as portas se abrindo, etc). Teve 1 ou 2 momentos nessa parte em que eu cheguei a berrar na sala! Rss.
- SPOILER: A menina passando pelo túnel é agonizante (lembra Abismo do Medo). Há poucos cortes, então realmente nos sentimos lá dentro presos com ela (parece que o diretor resolveu pegar todas as ideias mais desesperadoras que ele já viu nos filmes e juntar numa história só, rs).
- SPOILER: O clímax com os 2 no canto também funciona - o filme copia a estrutura do A Bruxa de Blair original, mas acrescenta esses elementos de realidade paralela que dão um novo sabor à história.
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CONCLUSÃO: Artificial e pouco inventivo no começo, mas da metade pra frente se torna uma das experiências de terror mais viscerais que eu pessoalmente tive nos últimos tempos.
Blair Witch / EUA / 2016 / Adam Wingard
FILMES PARECIDOS: A Morte do Demônio (2013) / Sobrenatural (2010) / Abismo do Medo (2005)
NOTA: 7.3
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