Pra mim o grande problema do filme é o roteiro, que segue a estrutura clichê da maioria das cinebiografias. E o problema não é nem o fato de ser um clichê, e sim o fato de ser uma estrutura previsível, tediosa, sem imaginação. Começamos com ela jovem, determinada, antes da fama, acompanhamos sua escalada ao sucesso, ouvimos seus maiores hits, vemos seus dramas pessoais, sua decadência, e o filme termina em morte. É uma abordagem jornalística, não cinematográfica. Quando o filme termina, até o espectador mais casual se pergunta: E daí? Qual o sentido da história? Que mensagem levamos pra casa? Nenhuma. Fica uma sensação de vazio. O filme é apenas um belo registro da vida de Elis e uma forma de apresentá-la pras novas gerações. Nesse ponto, ele é bem sucedido (eu não gosto de MPB mas saí com uma impressão melhor da artista do que entrei; no filme do Tim Maia, por outro lado, eu saí com uma impressão pior do artista, sendo que gostava da música dele).
Elis / Brasil / 2016 / Hugo Prata
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