sábado, 13 de outubro de 2012

A Entidade

Do diretor de O Exorcismo de Emily Rose (e dos produtores de Atividade Paranormal), o filme conta a história de um escritor famoso de livros criminais (Ethan Hawke) que se muda para uma cidade nova com sua família onde ele pretende investigar uma série de assassinatos para seu próximo livro. Mas, ao encontrar uma caixa de filmes antigos no sótão da casa, eventos estranhos começam a acontecer ameaçando ele e sua família.

É um dos filmes de terror mais bem dirigidos que vi recentemente - a trilha sonora, o uso da fotografia, da edição - tudo é usado com habilidade pra criar o máximo de suspense: pode-se ver que o filme não está simplesmente imitando os cacoetes de dezenas de outros filmes, mas descobrindo cena a cena qual a técnica mais eficiente pra gerar tensão - mesmo quando usa dos clichês.

Há outro elemento importante aqui, que é o senso de realismo. Num filme de terror, não há envolvimento se os atores parecem estar interpretando de uma maneira forçada ou se os eventos da história parecem ilógicos. Aqui, há inúmeros detalhes que buscam quebrar com essa artificialidade. Por exemplo: o personagem de Ethan Hawke precisa descobrir como emendar um filme 8mm. O que ele faz? O que todos nós faríamos - entra no Google! Ou então, a cena no meio da madrugada em que a filha se perde ao ir ao banheiro. Nós pensamos: sim, isso realmente aconteceria com uma criança pequena que acabou de mudar para uma casa nova! Tudo isso é feito pra você acreditar na realidade que está na tela, e só assim um filme desse tipo pode funcionar.


O filme é tão bem feito em seu desenvolvimento que o fato do público sair (em grande parte) contrariado prova o quão importante é o final de um filme em relação a tudo o que aconteceu antes. Um filme medíocre pode ser aclamado se tiver uma cena final de impacto. Por outro lado, um filme bem feito às vezes pode ser rejeitado se decepcionar nos últimos minutos - pra mim isso é o que acontece aqui. Em filmes de serial killers / monstros / espíritos, você sempre espera que os personagens tenham um encontro definitivo com o vilão no final. Aqui, há um encontro, mas não exatamente da maneira que o público espera. A sensação é a de que faltou algo, de que a experiência não foi vivida completamente. É um problema de roteiro, mas no geral, acho que os méritos do filme compensam essa falha.

Sinister (EUA / 2012 / 110 min / Scott Derrickson)

INDICAÇÃO: Pra quem gostou de Sobrenatural, O Último Exorcismo, REC, Revelação.

NOTA: 7.0

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