- Pra "provar" que um embrião não é diferente de um homem adulto, entrevistado define o ser humano como um "saco de pele". Vai ser difícil assistir esse documentário...
- Noção absurda de que indústria do aborto é uma conspiração racista pra acabar com a população negra, pois mulheres negras estatisticamente engravidam mais e abortam mais - ou seja, o aborto deve ser proibido para que a população negra não diminua (!).
- Outra teoria absurda: as clínicas distribuem anticoncepcionais ineficientes, já esperando que eles falhem, pois assim lucrarão mais depois com os abortos (!!!!).
- Comparação da clínica Planned Parenthood com o nazismo é insana... Como se a clínica forçasse as mulheres negras a abortarem.
- Argumentos do filme contra o aborto são todos errados! Diz que é errado abortar pois aborto trará traumas psicológicos pra mulher. Mas e o trauma de ter um filho que você nunca quis ter ou não pode criar?
- Sim, algumas pessoas podem morrer fazendo o aborto. E algumas podem morrer parindo um filho, ou fazendo uma lipoaspiração. Cada um escolhe que riscos que quer correr!
- Se o homem é apenas um saco de pele, e um embrião tem tantos direitos quanto uma mulher grávida, fica difícil dizer por que humanos têm mais direitos que animais. Essas pessoas deviam todas ser vegetarianas, e deviam ser presas por assassinato ao pisarem numa barata também (outro "saco de pele").
- Claro que a clínica ganha dinheiro com abortos. Se fizesse o procedimento de graça daí sim ela seria boa? Médicos também lucram tratando pacientes com câncer. Isso não os torna malignos - eles não estão provocando a doença nos pacientes.
- Manipular pessoa frágil psicologicamente pra abortar não é recomendável... Fazer um "aborto" numa mulher que não está grávida pra tirar dinheiro dela é certamente um absurdo. Mas isso é fraude - é errado em qualquer contexto. Esse tipo de médico devia ser preso - não o aborto proibido por conta de alguns trapaceiros.
- Problemas de higiene das clínicas de aborto - isso NADA tem a ver com a questão! Existem restaurantes sujos também - devemos fechar todos então?
- Outro argumento ridículo: clínicas de aborto têm clima "pesado" e deixam funcionários estressados. Bom, e quem trabalha num pronto-socorro?
- Documentário parte do princípio que nenhuma mulher no fundo quer fazer o aborto. Que elas estão numa fase de "crise", e que clínicas gananciosas se aproveitam desse momento pra ganhar dinheiro. Em nenhum momento falam de mulheres que realmente não queriam engravidar - nem de casos especiais como estupros, etc.
- O filme não toca no assunto, mas por trás disso tudo parece haver uma questão religiosa que deve ser questionada - a ideia de que cada vida é um milagre de Deus, etc.
CONCLUSÃO: Discordo do documentário sobre a questão do aborto - mas esse não é o motivo de eu ter achado o filme fraco - e sim o fato dele ter argumentos totalmente sem sentido, e não levantar os poucos que talvez fossem desafiadores pra um espectador como eu. Só serve como meditação pra quem já comprou a ideia.
(Bloodmoney / EUA / 2010 / David K. Kyle)
FILMES PARECIDOS: Quebrando o Tabu, etc.
NOTA: 3.0
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