"Apesar do filme ser uma sátira de pessoas privilegiadas, o diretor/roteirista Ruben Östlund não queria que ele fosse maniqueísta. Ele não acredita na monstruosidade das pessoas ricas; pelo contrário, ele acha que elas normalmente têm bastante inteligência social, do contrário não teriam chegado tão longe."
Isso é quase como alguém fazer A Lista de Schindler e depois dizer "na verdade nós não quisemos falar mal dos nazistas". Mas talvez Östlund tenha sido honesto... Pois se você prestar atenção, não são apenas os super-ricos que são ridicularizados e demonizados no filme. O casal de influenciadores, por exemplo, ganhou de graça a passagem para o navio, e não está necessariamente nadando em dinheiro. Ainda assim, são ridicularizados, pois são bonitos, jovens, dentro do "padrão". A faxineira que inicialmente era boa, no fim se torna má, afinal no contexto da ilha deserta, ela se torna uma mulher importante, poderosa, por ser a única pessoa capaz de pescar, de fazer fogo. Ela não passa a ter dinheiro, mas passa a ter habilidades importantes para a sociedade, conquista certo respeito e status. Ou seja, talvez Östlund não odeie os ricos exatamente... O ódio dele é mais amplo. O que ele odeia é a capacidade humana em geral. Qualquer pessoa que tenha algum tipo de habilidade, virtude, que seja capaz de sobreviver, que tenha conquistado algo de valor, não seja alguém completamente impotente e desprezível. Odiar os ricos pra ele é muito clichê, ultrapassado. Isso era o que te dava a Palma de Ouro em Cannes até uns 2, 3 anos atrás. Agora, é necessário um nível mais profundo de niilismo e decadência espiritual pra receber tal honra.
Triangle of Sadness / 2022 / Ruben Östlund
Satisfação: 0
Categoria: AI
Filmes Parecidos: Força Maior (2014) / Parasita (2019)
2 comentários:
O pior é você ler no poster: "A Perfeita Comédia Para os Nossos Tempos".
Vai muito com o que você vem discutindo sobre a cultura atual.
Pois é, de certa forma, a frase está correta, rsss.
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