terça-feira, 12 de julho de 2022

Minions 2: A Origem de Gru | Crítica

Mais uma produção caça-níquel que não arrisca nada de novo ou autêntico pois sabe que basta o filme ser previsível e não cometer nenhum grande deslize que ele já garantirá mais uns bilhões pra franquia. A presença de Gru cria um enredo um pouco mais coeso que o do filme anterior, mas em termos de história ainda é algo bem básico, e tudo o que acontece são coisas que já vimos em inúmeros outros filmes, como se houvesse uma regra na produção dizendo que só pode entrar no filme algo que já seja um clichê consagrado, uma sacada ou beat cômico que já se provou eficaz dezenas de vezes antes — como personagens atrapalhados fazendo poses de kung-fu, ou dilatando a pupila e fazendo a cara de "pidão" do Gato de Botas do Shrek, ou alguém ficando pendurado num ponteiro de relógio como em De Volta para o Futuro / Harold Lloyd, ou entrando num templo antigo cheio de armadilhas pra pegar um tesouro como em Indiana Jones, ou pisando na boca aberta de um crocodilo como em Peter Pan, etc. (Mentalidade Clichê) Os Minions continuam simpáticos, mas não há piadas hilárias de fato, gags bem boladas (como as do gatinho de Lightyear ou as de Red: Crescer é uma Fera, que parecem ter o dedo de algum humorista profissional). Eles inclusive se distanciam do conceito dos Minions serem adoradores do mal, o que seria uma das melhores fontes pra piadas. Tudo parece calculado apenas pra não ofender ninguém e maximizar views: as referências aos anos 70 que buscam apaziguar os pais das crianças, as sequências no Chinatown de São Francisco que fazem um aceno para o mercado chinês, um dos mais lucrativos, etc. Funciona como passatempo infantil, mas o processo "criativo" do filme não deve ter sido muito mais profundo artisticamente que o sketch do Jimmy Kimmel, onde ele e a Katy Perry tentam criar o próximo Baby Shark.

Minions: The Rise of Gru / 2022 / Kyle Balda, Brad Ableson, Jonathan del Val

Satisfação: 4

Categoria: B

Filmes Parecidos: Minions (2015) / Trolls (2016) / O Poderoso Chefinho (2017)

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