Se destaca pelas caracterizações, pelas performances (lembra um pouco
Tár pelo retrato sutil de uma mulher madura, misteriosa, envolvida em um escândalo sexual). A história tem um ponto de partida interessante com a chegada da personagem da Natalie Portman (uma atriz que vai interpretar a personagem da Julianne Moore num filme e precisa conviver com ela como preparação para o papel), mas nunca se torna o drama trágico, cheio de revelações bombásticas que a premissa e a direção sugerem (Todd Haynes cria uma tensão constante e uma atmosfera macabra que não são totalmente justificadas pelo conteúdo — eu pelo menos não consegui ficar horrorizado com o caso só por envolver um menor). Nunca surge também um conflito real entre as duas protagonistas. Há um incômodo no ar, mas não um conflito de interesses que dê uma direção pra história, faça você se perguntar o que irá acontecer. Só lá pela 1h20 de filme a Natalie Portman faz algo que poderia levar o filme nesse caminho, mas a ação não tem consequências tão grandes. A "razão de ser" do filme acaba sendo o estudo de personagem mesmo, as atuações (Julianne Moore pra mim está melhor que pelo menos 3 das atrizes coadjuvantes que foram indicadas ao Oscar). Só não achei tão interessante quanto
Tár pois não vi aqui a mesma inteligência no roteiro e o mesmo propósito por trás dos toques experimentais da direção, que nesse caso soam mais como
Pseudo-Sofisticação mesmo (um uso de mistério e ambiguidade pro filme parecer mais profundo do que é).
May December / 2023 / Todd Haynes
Satisfação: 6
Categoria: Idealismo (Crítico) Imperfeito / Não Idealismo
Filmes Parecidos: Notas Sobre um Escândalo (2006) / Animais Noturnos (2016) / O Leitor (2008) / Pecados Íntimos (2006) / Big Little Lies (2017—) / Persona (1966)
Nenhum comentário:
Postar um comentário