sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Belfast

Projeto pessoal do cineasta Kenneth Branagh, baseado em memórias de sua infância em Belfast (Irlanda do Norte) nos anos 60. O filme não tem muita trama, e faz apenas um retrato da vida do garoto Buddy naquele bairro, durante um período turbulento e de mudanças. A principal diferença entre Belfast e um filme com Roma (baseado nas memórias do Alfonso Cuarón) é que Branagh aparentemente teve uma infância mais leve, e olha pro passado com carinho e um senso positivo de nostalgia. O objetivo dele com o longa parece mais o de homenagear aquele lugar e período onde ele cresceu (há muitas referências saudosistas a músicas, filmes e produtos da época), do que o de exorcizar algum trauma ou senso de culpa remanescente (não há nem um grande foco em mensagens sociais, como se poderia imaginar). Não sou um super fã de Naturalismo ou de filmes que o cineasta faz pra si mesmo, mas esse é daqueles que ainda se esforçam pra trazer coisas positivas para o espectador; há personagens cativantes, a presença adorável da Judi Dench, uma fotografia preto e branca muito bonita, alguns conflitos universais (o apego ao lar vs. a inevitabilidade da mudança) e a rotina do garoto envolve sempre situações curiosas — não é uma "fatia da vida" tão aleatória, sem seletividade, e sim algo que busca tocar o espectador, promover uma reflexão positiva sobre a infância, ainda que de forma casual.

Belfast / 2021 / Kenneth Branagh

Nível de Satisfação: 7

Categoria D: Filme de autor / Naturalismo com inclinação Idealista

Filmes Parecidos: Roma (2018) / O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias (2006) / Cinema Paradiso (1988) / A Invenção de Hugo Cabret (2011)

2 comentários:

Anônimo disse...

Cinema Paradiso só assisti hoje, no youtube. Tinha um pé atrás por conta de decepções com filmes posteriores do Tornatore, O Fazedor de Estrelas e Malena, ambos fracos e com exagero de estereótipos italianos. Paradiso é um bom filme na primeira hora, apesar de carregar um pouco a mão em alguns momentos em busca de apelo emocional, como quando o menino vai sozinho resgatar o projetista no incêndio. Durante a segunda hora, quando o menino se torna adulto, o filme fica meio cansativo e arrastado.
Pedro.

Caio Amaral disse...

Foi um dos primeiros filmes europeus que eu vi.. sempre tive certa preguiça da história, mas na época não desgostei.. Mas nunca mais o revi também, então lembro pouco!