domingo, 19 de dezembro de 2021

Pig

Nicolas Cage faz um ex-chef que ficou deprimido após a morte de sua esposa e passou a viver recluso na floresta, caçando trufas com a ajuda de sua habilidosa porca (pra depois serem vendidas a fornecedores de restaurantes sofisticados). Quando a porca é roubada por trufeiros competidores, Cage parte numa missão para resgatá-la. A trama é obviamente irônica — em vez de algo que se leva a sério como John Wick ou filmes do Liam Neeson, a ideia aqui é promover um certo deboche do gênero, contrastando a atitude séria e agressiva de Cage, com a missão esdrúxula de resgatar uma porca farejadora de trufas. É mais ou menos como O Homem que Matou Hitler e o Pé-Grande (2018), a diferença é que aquele ia mais longe na brincadeira de se passar por filme de ação de verdade, então se tornava algo razoavelmente estimulante de assistir. Este aqui já conduz a história de maneira bastante lenta, cheia de espaços vazios entre os diálogos, num tom sério, deixando o elemento "ação" bem de pano de fundo. Se assemelha mais a um filme indie convencional, como First Cow (o filme não é da A24, mas lembra um pouco, pois é uma companhia que adora ver elementos de gêneros escapistas em contextos de filme de arte, criando ironia e dissonância). O problema é que pra mim, não há substância o bastante pra encará-lo como filme de arte, e nem deboche/ação o bastante pra aproveitá-lo como algo Tarantinesco. Cage vem sendo reconhecido por sua performance, que é boa, porém cai um pouco na categoria de DiCaprio em O Regresso (2015), onde o que impressiona é mais a aparência destroçada do que a interpretação em si.

Pig / 2021 / Michael Sarnoski

Nível de Satisfação: 4

Categoria D/C: Filme de autor / Idealismo Corrompido

Filmes Parecidos: Mandy: Sede de Vingança (2018) / O Homem que Matou Hitler e o Pé-Grande (2018) / First Cow (2019) / Saint Maud (2019)

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