quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Fevereiro 2025 - outros filmes vistos

Um Completo Desconhecido (A Complete Unknown / 2024 / James Mangold) — Dirigido com a competência clássica e eficiente de James Mangold, o filme conta com uma performance igualmente habilidosa de Timothée Chalamet, mas o roteiro joga no seguro e segue a fórmula padrão dos biopics modernos. Apesar da profundidade de algumas frases soltas de Bob Dylan, o enredo fica na superfície de tudo que retrata. Dylan já começa a história pronto — nunca descobrimos como ele se desenvolveu como artista — e alcança o sucesso com relativa facilidade e rapidez na narrativa. A partir daí, os conflitos pessoais e profissionais que surgem não têm grande peso dramático, e o filme passa a depender mais do setlist e da curiosidade histórica pra manter o interesse.

Saturday Night: A Noite que Mudou a Comédia (Saturday Night / 2024 / Jason Reitman) — Retrato muito bem-feito e imersivo de um ambiente fascinante, explodindo em energia criativa. O elenco é um dos melhores ensembles do ano e, apesar da estrutura meio experimental (o filme é apenas o meio de uma história, sem começo nem fim), cada minuto é recheado de incidentes interessantes, falas divertidas e curiosidades históricas para aqueles familiarizados com o SNL (o filme não se esforça para contextualizar os eventos para os leigos). Talvez não tenha sido a melhor forma de contar essa história, mas, ainda assim, achei o filme magnético e cheio de talento.

Hard Truths (2024 / Mike Leigh)
— Estudo de personagem focado em uma mãe de família mentalmente doente e extremamente desagradável. Além da performance marcante de Marianne Jean-Baptiste, a única coisa que torna a experiência interessante é que, às vezes, a neurose dela passa tanto do normal que começa a flertar com a personagem da Mink Stole em Desperate Living, tornando o filme cômico. Infelizmente, Hard Truths é mesmo um drama e, como drama, acaba sendo um daqueles "testes de empatia" para ver o quanto você aguenta o peso de uma pessoa destrutiva em nome de sua dor.

Capitão América: Admirável Mundo Novo (Captain America: Brave New World / 2025 / Julius Onah) — O maior mérito do filme é não ter as coisas toscas que vêm caracterizando os filmes recentes da Marvel. Mas isso não é o mesmo que ter algo memorável a mostrar. O filme preenche as 2 horas com um enredo funcional e cenas de ação enérgicas, mas que não têm personalidade nem geram qualquer emoção. Tudo parece cuidadosamente pensado pra não ofender ninguém, evitar qualquer risco ou ideia que chame atenção — exatamente o que se espera desse tipo de entretenimento feito por comitê.

Entre Montanhas (The Gorge / 2025 / Scott Derrickson) — A prova de que não adianta ter um diretor competente, um bom elenco e um conceito interessante — um roteiro bem desenvolvido é sempre necessário pra gerar um bom filme. O deste filme seria suficiente como backstory para um videogame, mas é desmiolado demais pra um longa que chama a Sigourney Weaver para fazer uma ponta e quer traçar paralelos com grandes clássicos da ficção científica.

Memórias de um Caracol (Memoir of a Snail / 2024 / Adam Elliot) — Uma coisa positiva da animação stop-motion é que cada minuto de filme exige tanto esforço para ser feito que toda cena acaba sendo muito bem planejada, coisas descartáveis do roteiro tendem a ficar de fora — há um tipo de rigor que o cinema foi perdendo nas últimas décadas, quando as câmeras digitais tornaram o ato de gravar "gratuito". Ainda assim, tive que me esforçar para terminar o filme porque ele é uma ode à fragilidade, à feiura, à desilusão e a todos os valores negativos do meu Mapa. O curioso é que há uma consistência incrível nos elementos e símbolos que ele usa pra representar esses valores, como se o cineasta tivesse consciência da conexão entre coisas como lesmas, Fidel Castro e queimar livros de autoajuda. Os ataques à igreja na história também são bem interessantes — me fizeram pensar se os Anti-Idealistas no fim são apenas ex-religiosos desiludidos que acharam que tinham que jogar fora todos os ideais positivos junto com a fé. Só não achei o filme totalmente inassistível por causa da ironia que ridiculariza tudo e todos — um efeito meio Parasita, em que o filme só mostra coisas decadentes, mas pelo menos não insiste que você tenha afeto por elas.

Sing Sing (2024 / Greg Kwedar) — Oscar-bait com uma boa performance de Colman Domingo, mas é daqueles roteiros que começam já no meio e se recusam a desenvolver completamente os arcos narrativos que introduzem, preferindo manter uma narrativa mais solta, semi-Naturalista. Outro problema é que o filme se esforça pouco pra estabelecer a inocência dos presidiários, fazendo você questionar se tudo pode realmente ser tão lúdico e positivo em uma prisão de segurança máxima (os personagens parecem tão honrados que você não entende por que eles estão presos, e a rotina em Sing Sing é tão agradável que você não entende por que eles ficam felizes quando são soltos).

Acompanhante Perfeita (Companion / 2025 / Drew Hancock) — Do popular gênero "fim de semana com os super-ricos termina em assassinato e revelações sinistras", o filme é mais bem dirigido do que eu esperava e apresenta uma premissa até instigante no começo, mas vai perdendo força com reviravoltas forçadas e com a mistura de thriller e comédia que nem sempre acerta o tom e tomba pro Idealismo Corrompido.

O Conde de Monte Cristo (Le Comte de Monte-Cristo / 2024 / Alexandre de La Patellière, Matthieu Delaporte) — Ainda tenho uma memória mais positiva da adaptação de 2002, que não vejo há décadas, mas, apesar de alguns toques "Missão: Impossível" questionáveis, esta nova versão é uma produção impressionante para os padrões franceses, e a base literária continua proporcionando uma narrativa envolvente.

Setembro 5 (September 5 / 2024 / Tim Fehlbaum) — Tem um certo clima de docudrama, já que o foco está todo nos acontecimentos históricos e nos desafios profissionais da equipe de jornalistas que cobriu o evento, sem muito espaço para inventividade cinematográfica ou desenvolvimento de personagens. Mas o que aconteceu nas Olimpíadas de Munique é tão dramático e urgente que o filme se sustenta como um bom thriller de jornalismo.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Cultura - Fevereiro 2025

25/2 - No meu texto recente Como Salvar o Cinema, apontei dois problemas centrais na indústria: os valores Anti-Idealistas na cultura (DEI, woke, etc.) e a mercantilização do cinema. À medida que a cultura woke entra em declínio, algumas franquias vêm se "descorrompendo" e tentando adotar um tom mais positivo e nostálgico pra agradar os fãs (e evitar prejuízos). Eu deveria estar aliviado com isso, mas ainda não estou — e o motivo é que o segundo problema ainda não deu qualquer sinal de declínio.

A venda dos direitos criativos da franquia 007 para a Amazon foi o lembrete mais recente de que o cinema popular de Hollywood é raramente resultado de impulsos criativos autênticos. E sem autenticidade, inteligência e qualidade, o "Idealismo" de um filme não tem grande efeito. Em comparação com The Acolyte, Skeleton Crew foi um grande avanço em termos de tom, mas continua sendo uma série enlatada, que não tive interesse em continuar vendo após o segundo episódio. Filmes como Twisters e Alien: Romulus também tentaram se reaproximar do tom dos originais, mas, criativamente e dramaticamente, não trouxeram nada realmente especial. Pelo trailer, prevejo que Jurassic World: Rebirth seguirá a mesma tendência do fan service sem personalidade.

No texto Mentalidade Clichê, escrevi:

"Em certas situações, acho preferível ver um filme com valores diferentes dos meus [outro 'Senso de Vida'], mas que seja autêntico, do que um filme totalmente clichê que supostamente reflete os meus valores ('supostamente', pois fica sempre uma desconfiança). Autenticidade parece ser uma qualidade básica, sem a qual todas as outras perdem força."

Ou seja, a cultura woke certamente está em declínio, mas enquanto produtores com intenções melhores não assumirem a liderança de Hollywood, não acho que veremos uma revitalização do cinema.

15/2 - Anora vem ganhando bastante tração na temporada de prêmios, e um dos motivos que o tornam um dos filmes mais Anti-Idealistas (e aclamados) da temporada é que ele subverte de propósito narrativas estilo Cinderela / Uma Linda Mulher — o conto da jovem pobre que conhece um homem rico e os dois vivem felizes para sempre. Se o sucesso do filme soa estranho pra você (ele não tem exatamente cara de Oscar), é porque Anora só faz sentido sob o prisma de uma negação — assim como Projeto Flórida (do mesmo diretor) só faz sentido como uma negação do Walt Disney World, que fica nas redondezas de onde a história se passa. O mérito do filme está em sua "habilidade" de ir contra todos os elementos esperados em um conto de fadas e mostrar como as coisas realmente seriam para as pessoas comuns.


7/2 - Escrita e Inteligência Artificial

Dei algumas diretrizes para o ChatGPT corrigir meus textos, focando em ortografia, gramática e pontuação, mas se atendo ao texto original, sem acrescentar ou remover ideias, implicações ou alterar o estilo. Ainda assim, algumas coisas acabam sofrendo alterações, até porque existem erros que se tornaram parte do meu estilo e que o corretor acaba removendo — compreensivelmente. Queria saber se isso incomoda vocês como leitores.

Minha postura no momento é ser contra a IA generativa para fins artísticos e criativos, mas não vejo um grande problema em usá-la para funções mais práticas e técnicas — coisas que pessoas criativas já tendem a delegar a revisores, assistentes, softwares, etc. O problema é que, como a ferramenta é capaz de tudo, até de escrever um texto inteiro por você, quem lê pode sempre ficar com a dúvida: até que ponto estou lendo algo autêntico, me conectando com o autor do texto, e até que ponto estou me conectando primeiramente com uma IA? Pra mim, a IA é o Auto-Tune do cérebro — e, assim como hoje não sabemos mais o quanto um cantor é realmente afinado no mercado musical, em breve não saberemos o quanto uma pessoa é inteligente, capaz de pensar sozinha, etc. Talvez a norma no futuro seja as pessoas fazerem declarações como esta, estabelecendo o papel que a IA tem no trabalho delas. Mas muito vai depender da confiança e do que a pessoa construiu antes da chegada da IA, no caso da geração que teve uma vida anterior.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Missas e Benevolência

Acho que desde criança não entrava em uma igreja pra ver uma missa de domingo, mas outro dia acabei assistindo uma missa anglicana pra acompanhar uma pessoa e tive uma percepção diferente da que tive no passado. Quando criança, o ambiente da igreja me remetia a dever, obediência, submissão, luto... Na minha percepção infantil, parecia uma atividade extremamente chata, meio sem sentido — um lugar onde você era proibido de fazer qualquer coisa minimamente prazerosa e que estava repleto de pessoas tristes, pensando na morte... Por que as pessoas gostavam de ficar ali? Se tivesse que classificar a experiência no meu Mapa de Valores, valores negativos como Repressão, Fragilidade e Malevolência teriam sido os mais dominantes.

Já nessa última missa, ficou claro para mim que o valor principal que o evento queria oferecer era Benevolência. Numa cultura onde Benevolência é o mais negligenciado dos quatro valores positivos, foi até surpreendente ver um ambiente onde se falava em esperança, paz, harmonia, inocência, e isso era desejado e levado a sério pelo "espectador". Onde músicas com "acordes doces" e mensagens otimistas eram cantadas por homens barbados — algo bastante improvável fora daquele espaço. Embora eu continue não sendo religioso, consegui me identificar melhor com a motivação das pessoas ali.

Tive até uma percepção diferente da imagem de Jesus crucificado. Em vez de uma romantização do autossacrifício, a imagem me pareceu apenas um pano de fundo para as palavras positivas e reconfortantes do padre — o Contraste malevolente estratégico pra dar peso e respeitabilidade à mensagem benevolente (a "invasão nazista" de A Noviça Rebelde, os "1500 mortos" de Titanic, etc.).

Não sei até que ponto essa leitura se aplicaria a uma missa católica ou até a outras missas desta mesma tradição, mas a reflexão que tirei da experiência é que, apesar do Idealismo ter sido minimizado no entretenimento, outras instituições acabam sempre acabam dando um jeito de suprir as necessidades emocionais da população ligadas aos valores positivos. Assim como o esporte pode servir como uma fonte de Autoestima e Excitação pra muita gente — algo que a arte vem deixando de oferecer — a Igreja pode ter se tornado uma das únicas fontes de Benevolência.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Como Salvar o Cinema: Minhas Sugestões

Brincando de ser prefeito de Hollywood, vou listar abaixo minhas recomendações para revitalizar o cinema.

De certa forma, meu livro e este blog inteiro são minhas sugestões de como melhorar o cinema. Mas neste post, vou apresentar uma estrutura resumida pra que fique um pouco mais claro como implementar essas ideias. 

Na minha visão, pra que uma indústria saudável e próspera exista, algumas condições são fundamentais:

Ambiente político favorável: uma sociedade livre politicamente, onde as pessoas possam produzir sem grandes impedimentos do governo.

Talentos: uma indústria que priorize excelência e esteja sempre cultivando e colhendo os melhores talentos da população.

Valores culturais/estéticos positivos: um clima cultural (público, intelectuais, instituições) que aprecie e incentive habilidade, prazer, benevolência, racionalidade, beleza — valores que promovam a felicidade.

Com liberdade, talentos e uma cultura positiva, acho que o cinema naturalmente prosperaria. Quando o cinema está em crise, é porque essas condições estão sendo minadas de alguma forma.

Considerando a crise atual do cinema americano, vou listar algumas mudanças que, na minha visão, são necessárias para que ele volte a ter a força que já teve no passado.

É importante ressaltar que, assim como o surgimento da televisão impactou o tamanho do público de cinema, novas formas de conteúdo e entretenimento, como YouTube e redes sociais, também são competidores legítimos de longas-metragens (que, para muitos, são só um passatempo). Com mais opções de entretenimento, é natural que filmes sejam vistos por menos pessoas e com menos frequência do que no passado. Mas isso não significa que a qualidade do que é produzido precise diminuir. O número de filmes produzidos e de espectadores em salas de cinema caiu bastante nos anos 50, mas a qualidade dos filmes não foi piorando progressivamente. Se a qualidade decaiu tanto na última década, não acho que seja por uma redução do público.

A crise atual do cinema é consequência de vários fatores culturais e econômicos interligados. Vou listar abaixo os principais problemas que vejo destruindo as condições listadas acima, e também uma breve indicação de como solucioná-los:

FALTA DE LIBERDADE E LIVRE COMPETIÇÃO

Nos EUA, ainda há liberdade suficiente para que o cinema prospere. Embora greves e outras questões atrasem a indústria, o governo não me parece ser o principal problema de Hollywood. (Se eu estivesse dando dicas para a indústria brasileira, a discussão já começaria aqui.

CULTURA ANTI-IDEALISTA E POLÍTICAS D.E.I.

Meritocracia sufocada pela filosofia DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão)
: ao colocar inclusão e diversidade acima de excelência, o mecanismo complexo que cultiva grandes talentos na indústria entra em curto-circuito.
Solução: contratar e reconhecer profissionais com base em excelência, resultados e compatibilidade com o projeto (vale para o Oscar e outras premiações).

A morte dos astros: astros de cinema são importantes para uma indústria vibrante. Parte do declínio dos astros tem a ver com as redes sociais e a banalização da fama provocada por essas novas tecnologias. Mas uma grande parte vem de tendências como a do Casting Naturalista, que age contra a criação de astros.
Solução: escalar atores com base em uma combinação ideal de talento, carisma e "star quality" — e preservar um mistério sobre a vida pessoal das celebridades.

Influências do Não Idealismo em produções comerciais: tanto em aspectos estéticos, que matam o escapismo e o glamour do cinema (como a fotografia naturalista), quanto em aspectos temáticos (filmes que buscam relevância por suas mensagens sociais, desconstruções estilísticas, etc.).
Solução: realinhamento com a estética Idealista e com a Primazia do Espectador (vale também para o Oscar).

Idealismo Corrompido dominando o entretenimento: Senso de Vida Malevolente e anti-heróis destruindo a leveza e o poder de inspiração dos filmes, que se tornaram mais sombrios, mais focados em sofrimento, conflitos, fragilidades humanas, etc.
Solução: realinhamento do entretenimento com princípios Idealistas.

Politicamente correto sufocando sex-appeal, humor e franqueza nos filmes.
Solução: liberar as grandes produções para que elas voltem a lidar com temas que realmente provoquem e surpreendam o público.

"CAPITALISMO PREDATÓRIO" E MERCANTILIZAÇÃO DO CINEMA

Falta de talentos e de liberdade criativa: grandes produções hoje são frequentemente comandadas por estúdios, empresários, comitês, não por artistas autênticos, o que reduz os talentos na indústria e a qualidade dos filmes.
Solução: resgatar o equilíbrio do passado que criava o "Gênio do Sistema" — a tensão produtiva entre escritores/diretores de talento excepcional, que protegiam a integridade artística do trabalho, e o produtor (alguém também educado artisticamente — não apenas um investidor), que protegia a viabilidade comercial do projeto.

Streaming: sistemas de assinatura que priorizam a atratividade da plataforma, não a de obras individuais, promovem uma "coletivização do entretenimento" que reduz a qualidade dos filmes.
Solução: tirar filmes novos de pacotes de assinatura, para que o sucesso comercial de cada filme volte a depender de transações individuais (ingressos de cinema, aluguéis e vendas digitais ou de mídias físicas).

Sequências, remakes e reboots: a fórmula de lucrar em cima de propriedades intelectuais estabelecidas, não no mérito de filmes individuais, também leva a uma deterioração da qualidade.
Solução: priorizar qualidade, originalidade, obras autocontidas, e reduzir o número de filmes que dependem de IPs.

Esta não é uma lista definitiva, e há outros problemas que poderia acrescentar no futuro, mas a maioria deles é consequência desses dois problemas mais fundamentais: o Anti-Idealismo na cultura e a mercantilização do cinema.

Não acho que seja possível algum poderoso revolucionar a indústria cinematográfica mexendo nesses fatores um a um, de forma calculada, pois há dinâmicas mais complexas por trás dos rumos que a cultura e a economia tomam. Não é possível, por exemplo, replicar em 2025 as mesmas condições que tornaram a geração Boomer ambiciosa e otimista há 50 anos. E as novas tecnologias que mudaram a relação do público com a produção audiovisual e com as celebridades também não devem desaparecer. Ainda assim, acho que algumas dessas dicas podem ser adotadas por produtores individuais que queiram fugir das práticas que vêm prejudicando o cinema atual.